Review - JoJo's Bizarre Adventure (ARC, PS1)


JoJo's Bizarre Adventure é um mangá criado e ilustrado por Hirohiko Araki e segue a história da familia Joestar. A terceira parte, chamada de Stardust Crusaders foi tão popular que deu origem a dois OVA e um jogo de luta da Capcom. Publicado desde 1987 é a segunda série mais longa da Shueisha e atualmente é a sexta série mais vendida no Japão.
O jogo foi um dos primeiros para a plataforma CPS-3, a mesma de Warzard/Red Earth e Street Fighter III e tem membros notáveis na produção como o planejador Obata Shinichiro (de Marvel VS Capcom 2). Com sprites fluídos e sistema de luta peculiar, foi a primeira vez que o ocidente teve um contato maior com a saga Joestar.



A história

Tudo começa quando um antigo inimigo da linhagem Joestar, Dio Brando, foi derrotado por Jonathan Joestar 100 anos atrás. Em vida, Dio se interessava em estudar artefatos antigos e em uma destas aventuras acabou se transformando em um vampiro. Com este poder, ele resolveu tomar tudo de seu rival Jonathan e fazer sua vida miserável, apenas para falhar e ficar preso no fundo do oceano. Esta história acontece na primeira parte do mangá, conhecida como Phantom Blood
Mas isto não foi o suficiente para detê-lo. Dio roubou o corpo de Jonathan e conseguiu sair de sua prisão para se vingar dos Joestars. Esta mistura, Dio com o corpo altamente treinado de Jonathan fez que a família Joestar e outros individuais em um efeito cascata manifestassem os poderes dos Stands, manifestação de uma energia chamada "hamon" e muito possivelmente uma das inspirações para a série Persona



Nem todos tem condições de controlar o poder do Stand, como Holly Kujo, filha de Joseph (o protagonista da segunda parte, Battle Tendency e neto de Jonathan) e mãe de Jotaro, não tem o preparo físico e acabou ficando muito fraca, com sua vida em risco. A única maneira de salvá-la é localizar e derrotar Dio, que se encontra no Egito.
Ao longo do caminho, Joseph, Jotaro e Advol (um aliado do Joestar mais velho) fazem mais aliados e enfrentam outros Stands users com habilidades únicas. Tudo isto apresentado com cenas no modo Arcade tiradas do próprio mangá, coloridas e adaptadas para o jogo.



O jogo possui um elenco bem único, todos adaptados fielmente da fonte. Todos, exceto Midler, que foi praticamente recriada pelo autor a pedido da Capcom.
É uma coleção peculiar de personagens: vampiros, velhos com visual inspirado no Indiana Jones, uma personagem inspirada na Chapeuzinho Vermelho, águias e outros tão estranhos quanto os anteriores. Todos eles com seus Stands com habilidades únicas, e não há um shotoclone sequer.



Todos os personagens no modo Arcade tem sua adaptação do que fizeram no mangá e alguns é claro que tiveram um pouco mais de criatividade nesta parte, mas nada que quem conheça a série vá falar que está fora do padrão.
A versão do Playstation conta com o Super Story Mode, em que segue fielmente o mangá com direito a mais mini-games, mudanças de personagens de acordo com as batalhas que aconteceram na história e condições secretas para derrotar os inimigos e ganhar mais bonus. Este modo conta até mesmo com uma partida de blackjack.



O jogo

Além da jogabilidade clássica da Capcom, cheia de supers e barras de especiais (que no caso alguns personagens tem mais barras que outros), existe o aspecto do Stand.
O quarto botão serve para invocar o stand, que tem sua própria barra de energia. Toda vez que o Stand está invocado e toma algum dano, a barra diminui até que ocorre um "Stand Crash" e deixa o personagem vulnerável por alguns instantes e o stand precisa de alguns segundos para se recompor. A energia do stand também se volta ao recolhê-lo por um tempo.



Cada personagem joga de uma maneira diferente e além dos golpes com ou sem stands serem diferentes, alguns tem estratégias incomuns. Iggy por exemplo pode usar o stand para planar e desaparecer no solo, enquanto o de Joseph serve mais para imobilizar e Alessy transforma os inimigos em crianças indefesas. Outros tem Stands com níveis e que vão evoluindo no progresso da batalha, como Chaka e Mariah. Partidas mais longas ou em dificuldades maiores podem acabar ficando bem exageradas.



Uma das inovações é o "clashing", quando dois ataques de mesma força colidem. Neste momento a tela muda e os jogadores tem que apertar botões o mais rápido o possível e aquele que perder vai levar um dano. Não ocorre com tanta frequência, mas é frenético quando acontece.



Alguns personagens bônus também podem ser destravados, como Shadow Dio e Rubber Soul. Death 13 também é um personagem secreto que só aparece para ser enfrentado quando está invicto no Arcade Mode e chega com uma certa pontuação. A versão do PS1 também conta com artworks para destravar e outros pequenos extras.
A arcade também tem o modo Challenge, que são várias lutas de um round só e sem continues que o personagem escolhido pode dar level up e manter ou a barra de vida ou a de especial.



Gráficos

Visualmente falando, é um jogo impecável. O estilo único de Hirohiko Araki foi bem traduzido no game. Com muitos sprites, ação exagerada e com muitas detalhes estranhos, é um dos mais bonitos jogos de luta 2D da Capcom.



Os stands contam com um efeito de transparência e são bem coloridos, um detalhe que sofreu um corte na versão do PS1, assim como alguns sprites como o sangue e o Jotaro fumando. Em compensação a versão tem mais modos e mais personagens para enfrentar.



Os cenários como não podiam deixar de ser são bem coloridos e variados, condizentes com as localizações do mangá. Alguns com certeza são mais exagerados que os outros, mas neste jogo o normal é extrapolar.



O jogo também conta com cenas estáticas, a maioria delas versões coloridas do próprio mangá e que dão um toque todo especial. É fácil pegar o mangá, bater o olho e reconhecer um ou mais quadros da história.



Som

O jogo tem muitas vozes e detalhes. Alguns stands tem vozes próprias e seus efeitos únicos e são fáceis de identificar. Desde o Joseph falando seu clássico "OH MY GOD" e o legendário "WRYYY!!" de Dio, tudo está em seu devido lugar.



A música é uma joia a parte. Com certeza é uma das trilhas mais subestimadas da Capcom. É fácil ficar com mais de uma delas na cabeça, com as dos heróis sendo bem tradicionais enquanto as dos vilões conseguem ser tenebrosas e passar um senso de tensão que não é tão comum em jogos de luta.

Conclusão

Para quem conhece o mangá é sem a menor dúvida um prato cheio. Com inúmeras referencias ao original e pequenos extras aqui e ali é difícil cansar de ver.
Já quem não conhece o original, é um jogo de luta muito prazeroso e que foge do lugar-comum de Street Fighters, Darkstalkers e King of Fighters. Quem gosta de um bom jogo de luta em 2D pode passar bons momentos neste título.

Postar um comentário

2 Comentários

  1. pô meu! Jojo Bizarre Adventure jogo direto aqui em casa.e é um mangá famoso, não entendo como a Capcom não investiu em mais games da série. e o modo aventura é como se lesse o mangá. muito bom mesmo, recomendo

    Hee-Hoo!

    e sempre achei os Stand lembram os Personas de Shin Megami Tensei mesmo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pq a Capcom não detém os direitos do mangá, mas sim a JUMP e o autor, Hirohiko Araki.
      Houve um RPG pra SNES baseado no Stardust Crusaders (Jotaro); 2 para PS2m um baseado no Phantom Blood (Johnny) e no Vento Aureo (Giorno)tmbm da Capcom. Sem falar das participações da série JUMP superstars do DS e de 2 action-RPGs da JUMP para o NES.

      Excluir