Review - Last Blade (ARC)


The Last Blade (chamado de Bakumatsu Roman: Gekka no Kenshi no Japão) é um jogo de luta da SNK que se passa no final do shogunato Tokugawa com vários elementos mitológicos e dá destaque a um estilo muito mais "poético" que o seu 'irmão' da mesma companhia, Samurai Showdown.

A história

Antes da humanidade existir, na era dos mitos a morte era apenas um conceito distante e desconhecida na maior parte. Mas então um dia a morte se fez conhecida, e o "Mensageiro de Longe" surgiu. Após algum tempo o Ritual de Selamento foi realizado para prender a Morte além dos Portões do Inferno, protegido pelos Quatro Deuses do equilíbrio: Seiryu, o dragão do Leste; Byakko, o tigre do Oeste; Genbu, a tartaruga do Norte e Suzaku a fênix do Sul. Neste momento dois mundos, um próximo e outro distante, nasceram. E assim a Vida e a Morte começaram.
Muitos anos se passaram e após 200 anos do shogunato Tokugawa houve um desastre natural sem precedentes na história do Japão. Rumores de ser o Renascimento Majin, o tempo que os deuses andavam junto aos mortais punindo-os, começaram a tomar forma. Entretanto, alguns indivíduos resolveram enfrentar o caos. Alguns com o objetivo de detê-lo, outros para controlá-lo.



E então Last Blade tem inicio. A introdução narrada em um tom solene em japonês começa a dar uma ideia do que aguarda. Todos os personagens tem alguma história mais ou menos relevante para o jogo, como um membro do Shinsengumi, um bom-vivant e um jovem em busca de vingança, a inspiração de Rurouni Kenshin é bem visível e tem vários níveis de influencia.



O jogo se centra principalmente na história de Kaede, que teve seu pai morto por seu irmão adotivo, Moriya. Mas a verdade é um pouco mais complicada do que isto, como era de se esperar. Não existem grandes reviravoltas na história, é bastante previsível mas para um jogo de luta tem um detalhamento bastante incomum.



O jogo

O elenco é razoavelmente modesto: 12 personagens (com mais 3 extras na versão do Playstation), um mid-boss e um final boss. Todos eles são bem carismáticos e tem uma boa variação de golpes, combos e especiais e existem dois "estilos" de jogo por personagem: "Speed" ou "Power".



No modo Speed o personagem tem muito mais combos, é mais fácil de encaixar golpes e existem os desperation moves; enquanto o Power tem mais dano com golpes mais lentos (e combos mais dificeis), com a capacidade de realizar um Super Desperation Move e o então inédito Power Cancel que pode cancelar um especial em outro especial ou desperation. Cada um dos estilos tem estratégias bem diferentes e alguns personagens se beneficiam mais do que outros dependendo do estilo.



O quarto botão de ataque é o botão de defletir/repelir ataques, como visto mais recentemente na série Melty Blood e é vital para enfrentar certos oponentes, ainda mais em estágios mais avançados do jogo. Realizar uma deflexão no momento correto pode abrir a guarda do oponente para uma sequencia de golpes e causar um dano sério na barra de vida. O impacto das laminas também pode causar um efeito de deflexão, como visto em jogos mais recentes.



Os gráficos

É um dos jogos de luta em 2D mais bonitos que existem. Todos os personagens tem muitas animações, muitos golpes e combinações diferentes, alguns com efeitos próprios como o Amano Hyo que tem as pétalas de cerejeira nos golpes. Os tecidos são extremamente bem animados e fluídos, os cabelos se movem da maneira correta e há muitos detalhes.



O que chama a atenção é que os cenários tem um certo grau de interatividade. Por exemplo, no cenário da Yuki os personagens tem "fumaça" de frio saindo pela boca enquanto a neve cai das árvores devido um impacto mais forte e o chão também sofre os efeitos com a neve sendo deslocada. Este nível de atenção aos detalhes só se tornou mais comum nos jogos do Playstation 2 em diante. Também foi um dos primeiros a ter zoom out quando os personagens se afastam um do outro.



Som

Este jogo tem muitas vozes, desde a introdução as vozes variadas dos personagens e que tem uma excelente qualidade.
Já o departamento de música é um tanto incomum. Alguns cenários e momentos específicos como luta contra os chefes tem belíssimas músicas orquestradas, feitas com um tom épico e muito sóbrio. Mas estas trilhas são poucas, já que a maioria das batalhas são realizadas apenas em som ambiente do cenário e por incrível que pareça são muito apropriadas. Desde a amiga da Akari gritando o nome dela ao fundo, os cães latindo na calada da noite por causa da batalha entre dois espadachins, o som das ondas do mar, a chuva caindo ao fundo, esta falta de trilha sonora acaba aumentando ainda mais a sensação de imersão ao invés de ser algo que conte contra o jogo.



Conclusão

Um jogo de luta primoroso, mas difícil. Last Blade é um destes títulos que sobreviveu bem ao teste do tempo graças a suas mecânicas excelentes e um cuidado excepcional com a qualidade.

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