Review - Castlevania : Symphony of the Night (PSx/PSP)


Castlevania é uma das séries mais tradicionais de games. Lançado em 1986 pela Konami para o NES é um jogo de plataforma em que o caçador de vampiros Simon Belmont viaja até o castelo do Conde Dracula, luta através de fases difíceis cheias de armadilhas e inimigos, até chegar no senhor do castelo. A partir de então, vários outros games com descendentes do clã Belmont enfrentam Dracula com o chicote Vampire Killer, as sub-weapons e terriveis dificuldades para descer escadas.
Mas a série viu uma verdadeira evolução em 1997 com o lançamento de Castlevania: Symphony of the Night para o Playstation, levando a série a um novo patamar em termos de gráficos, mecânicas e história.

A história

O Prólogo é uma recriação da batalha final em Castlevania: Rondo of Blood (PC Engine), quando Ritcher Belmont enfrentou Dracula e uma seita de seguidores, liderados pelo sacerdote Shaft. Eles também tinham seqüestrado a noiva de Ritcher, a irmã dela (que também é uma personagem controlável chamada Maria) e outras duas reféns.



Cinco anos depois de Richter derrotar o conde, o castelo re-apareceu e o caçador desapareceu. Maria fica preocupada e resolve ir investigar. Ao mesmo tempo Alucard, filho de Dracula e que lutou ao lado de Trevor Belmont há aproximadamente 300 anos atrás, desperta com os acontecimentos e resolve ver o que está acontecendo.
Durante a exploração, Alucard encontra Maria várias vezes em algumas localidades e a história se desenvolve com vários eventos e alguns deles são opcionais. O jogo tem quatro finais diferentes e algumas surpresas escondidas que só são descobertas se o jogador explorar cuidadosamente o mapa.



O conceito de história um pouco mais expandida já havia aparecido em Rondo of Blood, mas em SotN sabemos mais sobre o castelo, sobre o passado de Dracula e sobre Alucard, um dos personagens jogáveis em Castlevania III : Dracula's Curse (NES) e rapidamente ganhou popularidade.
Embora simples, é tudo introduzido de maneira convincente e na dose certa. Os dialogo não são longos demais e aparecem para quebrar um pouco a exploração em dados momentos. Alguns chefes também tem falas, mas são raros e mais próximos do final.

O jogo

Uma completa revolução da formula clássica sem abandonar os elementos que definiram a série.
Tudo se passa dentro do próprio castelo (o nome "Castlevania" foi criação da versão americana) que desta vez é simplesmente gigantesco. A estrutura agora é parecida com Super Metroid (SNES) em que áreas estão bloqueadas logo no começo do jogo mas ao explorar as fases o jogador adquire habilidades novas para destravar estes caminhos. A exploração é livre e é possível andar pelas areas em qualquer ordem (desde que tenha os meios). Não é incomum ter que voltar para fases já visitadas com novas habilidades, mas não chega a ser um incômodo.



O sistema também foi um dos primeiros (se não o primeiro) a incorporar elementos de RPG. Alucard não é um Belmont que é obrigado a usar o Vampire Killer, então ele tem uma grande gama de armas, armaduras e acessórios que modificam os status dele. Espadas de uma ou duas mãos, escudos, katanas e até mesmo armas de arremesso (uso único), o arsenal de Alucard é muito amplo. Suas armaduras também tem propriedades como proteção contra elementos, aumentar a defesa proporcional aos danos recebidos entre outros, enquanto os outros equipamentos variados também tem várias funções. A maioria dos itens é encontrada pelo castelo ou deixadas por inimigos.
Como um vampiro (ou melhor, meio-vampiro), Alucard tem habilidades clássicas como se transformar em morcego ou lobo, mas só ao encontrar as relíquias especificas. Outras incluem pulo duplo, habilidade de entrar na água e familiars para ajuda-lo durante a luta. Além disto, Alucard também tem magias que consomem mana e podem ser usadas com comandos um pouco mais complicados que de jogos de luta. Como se não bastasse, ele retém o uso das sub-weapons.



Outro elemento de RPG é que com a experiência conseguida em batalhas, Alucard pode aumentar o nível e seus status. E ele também pode usar potions quando a sua energia está baixa, o que pode ajudar jogadores menos habilidosos e contra os chefes.



Os chefes podem ser derrotados de duas maneiras. Pela força bruta ou pela habilidade de aprender os padrões, esquivar e golpear no momento certo. De todo o modo, poucos são desafios com certos equipamentos.
Após um certo ponto do jogo, pode destravar um segundo castelo com mais inimigos e mais areas e assim conseguir o melhor final. No começo este novo castelo pode ser brutal, especialmente com as armas do primeiro. Jogadores que estão jogando pela primeira vez podem ter um desafio maior para chegar no final, mas veteranos ou aqueles com maior empenho logo descobrem onde ir e o que equipar para maximizar suas chances de encontrar armas melhores e terminar sem dificuldades.



De todo o modo há um grande fator de replay. Com a grande variedade de equipamentos para descobrir e areas mais difíceis já são o suficiente para prender o jogador - ainda mais que o melhor final só aparece acima dos 200% de exploração - o New Game + faz mais equipamentos aparecem no castelo e libera o modo Ritcher (basta colocar "Ritcher" como seu nome) e ele joga exatamente como em Rondo: sem itens, sem nivel, sem equipamento, pura habilidade. Na versão do PSP (incluída no remake de Rondo) também tem a Maria, que também joga exatamente como em Rondo: mais rápida que Ritcher, já vem com pulo duplo e ataca usando os animais. Na versão Saturn, ela controlava de modo completamente diferente (mais apelação, era completamente desequilibrada) e seus sprites foram re-feitos para o modo com ela.
Os elementos retirados da versão americana no lançamento original estão de volta na versão do PSP e um dos chefes novos da versão Saturn também foi mantido. Em compensação, a versão Saturn tem duas areas (relativamente pequenas) novas e novos sprites para o Ritcher jogável (mas não chegam a ser que nem o artwork)



Gráficos

Na época o título foi muito criticado por não ter gráficos em 3D. Dito isto, no momento que começa a jogar não é difícil ver que foi por causa do grande aumento repentino de jogos poligonais e que isto foi uma grande bobagem: hoje os modelos que eram considerados "soberbos" ou "maravilhosos" na época hoje são primitivos ou até motivo de risos.



O jogo apresenta uma qualidade gráfica impecável: todas as areas do castelo são vibrantes, cheias de detalhes e com múltiplas camadas. Detalhes como cadeiras espalhadas pelo cenário (e que dá para sentar), os animais do lado de fora do castelo, o confessionário entre tantos outros dão uma vida a mais no lugar, muitas das telas são únicas ou com elementos diferenciados. Os inimigos vem nos mais variados tamanhos e cada area tem seu próprio tema, tudo com muitos quadros.



Alucard, como não podia deixar de ser é um caso a parte. Sua capa se move conforme o caminhar, cabelos compridos se movimentam, armas diferentes com animações únicas, as transformações, tudo é muito fluído e mesmo com vários elementos na tela não há lentidão.
Também há alguns elementos em 3D no fundo, como as nuvens da fase Holy Chapel e a torre no Castle Keep. Também há algumas cenas em CG do castelo, mas são poucas e não fazem muita diferença.



Uma novidade que cativou os fãs foram os designs e os artworks de Ayami Kojima. Ela usa muitos métodos tradicionais como crayon Conté e tinta acrílica, e tem um estilo único com fortes inspirações de bishonen. Com tanta aceitação ela passou a fazer outros trabalhos para a série.

Som

A dublagem original americana sofreu da sindrome dos primeiros jogos com vozes do Playstation: de tão ruim e ridícula era memorável. Desde o Ritcher falando "Die monster, you don't belong on this world" com a convicção de quem está perguntando as horas (dramaticamente) e a escolha duvidosa da voz de Maria, causou muitas criticas dos fãs. A qualidade em si da tradução era duvidosa já que muitos termos foram traduzidos de maneira incorreta e alguns diálogos ficaram estranhos.
Na versão do PSP é possivel escolher pela dublagem japonesa original, com figuras consagradas como Ryotaro Okiayu como Alucard, Kiyoyuki Yanada como Ritcher e Norio Wakamoto como Dracula. Nesta versão também foi retraduzida (ou melhor, re-adaptada) e com novas vozes americanas. Yuri Lowenthal como Alucard é uma decisão que não combina com o personagem.



A trilha sonora do jogo é simplesmente sensacional. Composta por Michiru Yamane, contém vários gêneros que abrangem techno, gothic rock, new age, jazz e várias variações de metal. Algumas destas músicas rapidamente se tornaram novos clássicos da série (assim como o próprio jogo), com destaque especial ao Dracula's Castle, The Tragic Prince, Blood Relations e Finale Toccata. O uso do hardware superior do PS se faz mostrar.
A música de créditos "I am the Wind", cantada por Cynthia Harrell (a mesma de Metal Gear Solid 3: Snake Eater) foi omitida dos lançamentos seguintes e substituída por outras trilhas. Na versão do X-Box 360 foi usada "Admiration Towards the Clan" de Castlevania: Lament of Innocence e na versão do PSP ganhou uma nova música chamada "Moonlight Senenade".



Conclusão

Castlevania: Symphony of the Night é um jogo que re-definiu não apenas Castlevania mas jogos em 2D no geral. Muitos de seus elementos continuam sendo usados até hoje. A versão do PS1 continua pequenos problemas de loading lentos, algo que não acontece nas versões da PSN e PSP. É um jogo clássico que resistiu sem grandes problemas ao teste do tempo: mesmo com 15 anos continua sendo um jogo bonito, cativante e divertido.


Atualização

Em outubro de 2018 foi lançada a compilação Castlevania Requiem para o PS4, com o port do PSP do game e o sistema de trofeu foi implementado.
Existem aqueles que reclamam que foi uma oportunidade perdida, uma vez que este port não trás nada de novo, enquanto outros protestam que a versão PSP não conta com a tradução "charmosa" do PS1 -- entretanto, antes mesmo desta versão retraduzida foi lançado um patch com um script mais próximo do original, e fãs sempre criticaram os erros. Se trata de uma questão de preferencia pessoal. A única 'casualidade' notável é que não há mais o glitch do Sword Brothers que permite sair do castelo e explorar areas inacessiveis.


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2 Comentários

  1. Acredito que Castlevania SotN é o melhor da série! Um dos meus jogos preferidos, um game inteligente com ótima trilha sonora que merece ser jogado novamente sempre que possível! =)
    Adorei o post, sucesso!
    Beijos =*

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  2. Castlevania SotN é o melhor de todos disparado! Nem tem como questionar isso =D

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