A história
Ao contrário dos Castlevanias tradicionais, este título é inspirado no conto original. O jogo assume que Quincy Morris é um descendente do clã Belmont e ajudou a derrotar o conde como narrado por Bram Stoker em 1897. Porém a paz durou pouco, em 1914 a Primeira Guerra Mundial alastrou-se pela Europa e rumores que uma mulher misteriosa estava envolvida na conspiração que matou o Arquiduque Ferdinando.
Esta mulher era Elizabeth Báthory, sobrinha de Dracula, e pretende usar as almas mortas na guerra para ressuscita-lo.
O jogo começa nas ruínas de Castlevania e ambos seguem o rastro de Báthory pela Europa, passando por lugares como Atenas, Alemanha e Versailles, para terminar no castelo de Proserpina na Inglaterra.
Vendo em retrospecto, o jogo foi lançado em 1994 e o filme do Coppola estreou dois anos antes. Vários outros jogos como Nosferatu (SNES) e Veil of the Vampire (DOS) também surgiram na mesma época, então talvez não seja mera coincidência. Além disto o jogo se referiu a elementos que ocorreram pouco depois, a Primeira Guerra, e utilizou de forma interessante e muito "perigosa" na época do lançamento: o jogo contém uma fase que se passa em uma fábrica de armas na Alemanha. Embora não tenha suásticas ou imagens nazistas fáceis de reconhecer, logo no começo da fase tem uma reprodução fiel do Castelo Katz.
E embora Bathory tenha uma certa fama, ela não aparece muito em games e também nunca com papeis de destaque (exceto em Vampire Hunter D). Em outros títulos, Carmilla teve funções parecidas mas foi bom ver que os desenvolvedores deram uma pesquisada um pouco maior.
Anos depois a história foi continuada em Castlevania: Portrait of Ruin para o DS.
O jogo
Além de ser diferente do seu Castlevania tradicional em termos de história, o jogo também tem uma novidade: o jogador pode escolher entre Morris e sua jogabilidade tradicional de Belmont ou Lecarde e seu estilo com a lança.
Ambos podem melhorar a arma com power ups escondidos nos candelabros em dois niveis permanentes (até perder a vida, é claro) ou até um terceiro nivel que dura até receber um golpe. John usar o Vampire Killer de modo tradicional para golpear os inimigos ou usa-lo estilo Indiana Jones: com uma chicotada ele pode segurar uma plataforma acima e saltar por longos buracos e golpear alguns inimigos no processo.
Com as direcionais, Lecarde pode golpear em praticamente qualquer direção e usar super-pulos usando a lança para ajuda-lo. Eric tem menos defesa e poder de ataque, mas é mais veloz e ágil. Esta diferença de estilos além de serem mais confortáveis ao jogador também leva a caminhos diferentes para ambos em algumas fases.
Por algum motivo os corações para o uso das Sub-Weapons foram trocados por gemas, mas o funcionamento é o mesmo. Mas agora os que tem algum item ou power up mais interessantes são graficamente diferente dos outros. O botão "C" foi designado para o das sub-weapons e usando o botão para cima o personagem faz um Item Crash, um ataque mais poderoso com a sub-weapon e que consome mais gemas.
Os estágios são bem variados: o hall tradicional de Castlevania logo dá lugar a Torre de Pisa, ruínas gregas e outros lugares "incomuns" para a série. Pela primeira vez os estágios são espalhados pelo globo, não que tenha alguma diferença. Todas elas tem muitos mini-bosses e inimigos que dão aparecem constantemente, então há sempre momentos de ação.
Na parte de desafio, o jogo podia ser melhor equilibrado: as fases são extremamente longas, com inimigos demais surgindo na tela ao mesmo tempo por todas as direções e nem sempre o pulo responde como deveria. Há poucas vidas e os itens de cura são raros, e não são incomuns situações com mortes estúpidas como ser soterrado por inimigos, errar pulos ou elementos do cenário como macacos. Sobreviver a tudo isto e ainda enfrentar dois mini-bosses e mais o chefe da fase é um desafio e tanto. Existe a escolha de dificuldade, mas mesmo no modo fácil ele é um jogo frustrante. A versão japonesa corrigiu um pouco deste problema ao diminuir a freqüência dos inimigos mas mesmo assim a dificuldade é alta.
Gráfico
Devido ao hardware inferior do Genesis, os gráficos sofreram um pouco em comparação com Super Castlevania IV. Há menos camadas para se trabalhar e o processamento de hardware não é tão eficiente mas mesmo assim os programadores e os artistas envolvidos conseguiram fazer um trabalho eficiente.
Os lugares são variados e coloridos com muitos elementos. É impressionante ver a reflexão em tempo real na água no segundo estágio, o cenário da Torre tem uma rotação de hardware e em Versailles há uma fonte em que a água muda para sangue e logo esqueletos aparecem. Os personagens são grandes e com animações fluidas, os inimigos são completamente novos e também com muitos quadros.
Como a paleta de cores é menor, é claro que há pouca variedade. Para poupar certos processos de hardware dá para notar que elementos menos importantes tem menos cores e como o resultado o jogo é menos colorido que seu antecessor no SNES. Mas de todo o modo ainda é um dos jogos mais detalhados do console.
Som
Neste departamento o jogo sofre. Michiru Yamane (que mais tarde trabalharia em Symphony of the Night) fez um serviço decente, algumas trilhas como a "Reincarnated Soul" e "Sinking Old Sanctuary" são ótimas peças, mas o sintetizador do sistema não colaborou. Os efeitos sonoros são péssimos a sofrível na melhor das hipóteses e em alguns casos é difícil saber o que se trata.
Conclusão
Existem vários Castlevanias melhores que este, mas não é dos piores. É perfeitamente capaz de divertir o jogador por uma tarde ou duas, dependendo se tiver curiosidade de jogar com ambos personagens. É um bom título para o GEN com um alto nivel de dificuldade mas não é algo memorável.
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