Coluna do Doppelgänger, de saco cheio de listas "Top Ten" que são Maria-vai-com-as-outras
Dez entre dez listas colocam a morte da Aerith de Final Fantasy VII como um dos momentos ou morte mais memoráveis. A pessoa nem precisa ser um fã de "White Magician Girl" depois que o jogo voltou a ser modinha (daqui a pouco volta de novo): mesmo sem nunca ter jogado a porcaria do jogo, todo o mundo conhece a cena. Depois de Crisis Core e Kingdom Hearts surgiram novos shippings além de CloudXAerith e SephirothXAerith (ZackXAerith não conta por que ninguém ligava até o Crisis Core) aumentou ainda mais o movimento "Eu quero reviver a Aerith". Rumores de side-quest para ressuscitar, códigos de gameshark, um monte de fanfics por ae, vale tudo.
Mas quer saber? Ainda bem que ela morreu. A história estava completamente estagnada naquele ponto e algo dramático tinha que acontecer PARA ONTEM ou a história ia morrer ali. Então mataram a Aerith mesmo só pra fazer um drama. Só criaram a Tifa por que já que a Yuffie é opcional (desculpa, shippers) não queriam que o Cloud ficasse sozinho ou o grupo não tivesse garotas. Tudo isto por que o Cloud é um inapto para motivar o grupo.
(E porque Phoenix Downs são caros)
Mas Aerith não é a primeira vez que a Square mata um personagem jogável. E muito menos a primeira vez que alguém morre enquanto reza (oops) ou que é o interesse romântico de alguém. E muitas outras são bem mais dramáticas.
Em Final Fantasy II tem um verdadeiro massacre, cerca de 40% de quem sai do grupo é por que morre. E outros são fodas demais para viver. Veja por exemplo o príncipe Scott de Kashuan
(Dois exemplos clássicos de fodas demais para viver)
Scott é o primeiro personagem a morrer em toda a série (além dos NPCs sem nome na abertura do jogo e vilões). Seu reino tinha boas relações com Fynn, e quando o Imperador invocou tropas do inferno ele sabia que não tinha como derrotá-los mas mesmo assim lutou corajosamente para que sua amada Hilda e seu irmão covarde Gordon pudessem fugir. Antes de morrer, Scott deu uma série de mensagens importantes para Firion: pediu para que falasse para o irmão que ele é mais forte do que pensa, também falou que Fynn só caiu por que o general Borghen os traiu e se aliou ao Imperador. E ainda foi macho o suficiente para pedir que Firion não dê o último recado, para não falar para a Hilda que a ama. Afinal, pra quê estragar a vida dela?
No remake versão GBA e PSP, Scott e todos do grupo que morreram (Josef, Minwu e Ricard) formam uma party, atravessam o mundo dos mortos (Raquia) para subir até o paraíso e bater no Imperador, que além de dominar o Inferno depois de morrer ainda resolveu dominar o Céu só porque podia.
("Bitch, plz. Fui o primeiro vilão de FF a ser bishonen E ter o próprio fan-club")
Em Final Fantasy III (quem falar do titulo americano do FF6 no SNES, por favor se mate agora) temos Aria.
(Não tô falando desta 'Aria')
Aria Benett é a primeira personagem a ter seu tema próprio. Ela acompanha o grupo até o templo da água para conseguir um pedaço do cristal. Depois, continua com o grupo pela Cave of Tides para ajudar a restaurar o cristal da água. Enquanto ela está rezando pedindo que o cristal empreste a força para os guerreiros da luz, de repente ela se vira, empurra os personagens e toma uma rajada de energia no lugar deles, morrendo para protegê-los.
Pontos bonus para a versão do DS em que Aria tem um caso romântico com Luneth, o "líder" do grupo.
(Aria: a "White Magician Girl" original. Nuff said)
Mas Aria não é a única donzela que salva herói incompetente, em Final Fantasy IV temos algo pior: BARDO. Não apenas BARDO, mas um covarde afeminado. Está no próprio jogo que a voz de Edward (ou Gilbert na versão Japa, ugh) é tão bela quanto a de uma "Maiden" mas o cara é tão ruim, mas tão ruim que eu nunca vi um shipping yaoi dele (nunca procurei, mas atualmente é difícil navegar por fanarts sem encontrar uma pilha).
(Se ele canta feito uma moça, isto faz este desenho um "yuri"?)
Anna, a filha única do sábio Tellah, se apaixonou por um bardo gentil e amável, com esta belíssima voz (por mais que seja tosca e clichê a ideia, não lembro de ter visto bardos desafinados em RPGs). O pai da moça é contra a relação, talvez por querer um cara com um EMPREGO e não fique por aí só fazendo nada o dia inteiro para sua filhinha, ou talvez por que queira um genro com um pouco de pêlo na cara, pouco importa. Anna foge com Edward para Damcyan, e ela descobre que o jovem é o príncipe local. Durante o ataque da frota aérea de Baron, os Red Wings, Anna protege Edward com o próprio corpo e morre com os ferimentos.
(Não é possível falar de Edward e Tellah sem colocar esta cena. Melhor quote de toda a série)
Sem mencionar com cerca de uma hora de jogo Cecil deixa uma criança de 7 anos orfã. Parabéns, herói!
Sério, incompetência é pré-requisito pra ser herói hoje em dia?
(Cabeça-oca ele já é. Meio caminho andado!)
Em Final Fantasy V é o primeiro a ter um personagem aparentemente fixo no grupo que morre. Tudo bem, Josef foi o primeiro a morrer, era óbvio que ele não ia ficar até o final do jogo, mas Galuf foi um choque.
(Queria mesmo é ver a cara deles quando descobriram que Faris é uma garota)
Com amnésia no começo do jogo, Galuf é aquele velho meio pirado que quando não está sendo a voz da razão, está trollando ou sendo trollado. Enfim, parte do pacote básico de "eu sou um velho" em RPGs. Mas de ver o filho do seu amigo e atual companheiro de viagem (Bartz) e sua neta (Cara) em perigo, o velhote alcança o 8º sentido e procede para espancar SOZINHO o chefe final, Ex-death (antes de ele virar o saco de pancadas favorito de todo o mundo em Dissidia) mesmo depois que os pontos de vida chegam a zero. Sacrifício heroico? Tem que ser sacrifício heroico ÉPICO.
(Faltou "Eye of the Tiger" para acompanhar)
Depois disto a pirralha irritante que ninguém gosta assume o lugar de Galuf. É como trocar Krypto, o Super-Cão pelo Scooby Lu: um personagem ótimo em todos os níveis pelo moleque tosco que ninguém gosta.
Claro que mais gente morre, só que...Quem se importa? Não é bem o caso de uma morte "romântica", mas mesmo assim foi uma morte por amor: Galuf amava e se importava com seus companheiros e sua querida neta. Por sinal, metade do pessoal do grupo que morre em Final Fantasy II deixa filhos para trás, uma delas fica orfã.
Agora, Final Fantasy VI tem não apenas um, mas DOIS casos de amores perdidos. Pois é.
(Só existem dois fanarts dela em toda a net. Sem zuera)
Setzer é um gambler e dono da airship, e ele tenta sequestrar uma cantora de ópera por que ela se parece com o amor da vida dele que morreu uns anos atrás ao mostrar que bebida e pilotar airships não combinam. Tá, não exatamente. E neste caso foi mais uma tragédia estupida por causa que a garota não tinha noção do perigo.
E então temos Locke. Ao contrário de Cloud que depois da morte da Aerith vai andar de snowboard e depois fica o filme inteiro sendo emo (true story)
("Luto? Eu? Por que? Alguém morreu?")
Locke é um thie---quero dizer, treasure hunter. Quando era mais jovem ele trabalhava com o pai mas depois que ele morreu o pessoal do vilarejo começou a tratar ele como um ladrãozinho comum. Menos a Rachel, mas o pai dela era contra o namoro (quem deixaria a filha única namorar o bandidinho da cidade?). Um dia, Locke levou Rachel para o Mt Kolts (por que montanhas cheias de inimigos e lugares perigosos são românticos) para buscar o que seria o anel de noivado. Só que em um momento o chão estava cedendo e Rachel empurrou Locke, caindo no buraco ao invés dele. Ele conseguiu salva-la, mas ela perdeu a memória. Obviamente o pai dela o culpou e expulsou Locke da casa. Todos na cidade estavam bravos com o Locke, que precisou sair de lá. Um ano depois o Império veio e mataram muitas pessoas, inclusive Rachel.
Ao invés de ir praticar esportes de inverno, quando Locke ficou sabendo ele procurou um especialista em ervas que conseguiu preservar o corpo de Rachel, sem deixá-la envelhecer (ou apodrecer. Ew) e começou a procurar alguma maneira até ouvir falar da lenda da Esper Phoenix. Tempo passa, o jogo começa e Locke finalmente acha a magicite com Phoenix e corre até Rachel. Pena que o troço tá rachado e só pode reviver ela por alguns instantes, e as últimas palavras de Rachel para Locke é que ele parar de se culpar e "dar seu amor para aquela que agora vive em seu coração". E só pra ser ainda mais dramática, ela usa o próprio espírito para reviver a esper.
(Locke e Rachel: pwnando a relação de Cloud e Aerith)
Com tantas histórias muito mais impactantes que Cloud e Aerith, como que pode um verdadeiro fã da série falar que é o momento mais memorável? Squall atravessou uma ponte ligando dois continentes a pé atravessando meio mapa e depois se jogou no espaço para resgatar Rinoa; Zidane estava do lado de Garnet nos piores momentos e quando qualquer outra pessoa poderia simplesmente morrer em paz, ele voltou para ela (hah! Toma esta Zack); Tidus deu a própria vida para que Yuna pudesse viver e ela se recusa a desistir mesmo com o terrível J-Pop e o excesso de pink. E nem quero comentar sobre Shuyin e Lenne!
(Pra falar a verdade, não sei como a Square não fez a roupa do Shuyin como DLC pro Tidus no Dissidia)
Mas não importa oque digam, a história de amor de Final Fantasy VII continua sendo melhor que Twilight
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6 Comentários
Texto sensacional.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirE tem outra coisa
ResponderExcluirAerith era uma personagem fraca com um limit horrível,ninguém gostava dela até morrer.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirMaravilhótimos Comentários!
ResponderExcluir(maravilhosos ou ótimos não seriam o suficiente pra expressar)
Li do começo ao fim sem pular nenhuma PALAVRA.
Parabéns
Concordo plenanamente com vc,a Aerith era um lixo de personagem e esses fanboys de ff7 fica falando que a A morte da aerith sempre deveria esta nos top 10 das mortes/momentos tristes dos jogos,sendo que até a morte da ai de GOD e a morte do Pankras foi muito mais memoravel(nota:o pankras foi morto na frente do seu filho tentando o salvar)e se vc nao colocar a morte da aeris ele ficam puto da vida.desculpe fanboys mais essa é a realidade.
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