Review - The Darkness (PS3)


The Darkness é um FPS baseado na comic da Top Cow de mesmo nome criado por Marc Silvestri, Garth Ennis e David Wohl. Recentemente foi lançado a continuação e é um destes jogos que não teve o destaque que merecia na época.

A história

Assim como no original, Jackie Estacado é um órfão que foi criado pela Mafia. O capo local, "Uncle" Paulie Franchetti resolveu que Jackie apesar dos talentos causava muitos problemas e arranjou para matá-lo com uma armadilha. Além de sobreviver, Jackie ainda manifesta o poder The Darkness, uma entidade que está na família há gerações e é vez dele de ter tais poderes.
Depois de várias tentativas frustradas e ataques do Jackie, Uncle Paulie e o chefe corrupto da policia, Eddie Shrote, tem a brilhante ideia de pegar um pouco mais pesado.



Jackie conta várias partes da história como se ele estivesse falando para Jenny, a melhor amiga dele desde o orfanato e que sempre amou, mas nunca teve coragem de se declarar. Aliás, um dos momentos mais bem pensados da narrativa é a Jenny preparar um bolo de aniversário para o Jackie e poder assistir o filme To Kill A Mockingbird na íntegra com ela. Também há episódios de Flash Gordon , Popeye e outros filmes. O cuidado e a maneira que eles lidam com esta parte não é apenas impecável, mas uma bela demonstração de como demonstrar uma história de amor com autenticidade.



Claro que há muitos detalhes aterradores na história, mesmo assim é um pouco menos violento que nos quadrinhos mas faz valer a classificação etária de 18 anos. Algumas coisas foram omitidas ou modificadas, por exemplo no original Jenny é uma bartender e Uncle Paulie é o substituto do Uncle Frankie, este sim foi quem criou Jackie como se fosse um filho mas por motivos próprios. Nada que faça realmente alguma diferença. A narrativa é digna de filmes com sequencias de tirar o folego e muita ação, com o Darkness se revelando cada vez mais e criando um suspense cada vez maior, levando a várias revelações e reviravoltas.



Jackie está um pouco diferente do que nas comics, nelas ele é muito mais sarcástico e cruel, com mais iniciativa e perspicácia, mas isto é um pouco mais difícil de se transpor em um jogo. Também foi deixado de lado (por motivos óbvios) o fato de Jackie adorar sexo e todas as referencias sexuais que tem no original, mas isto foi apenas para não elevar a classificação para 21 anos.

O jogo

Tudo começa como o seu FPS tradicional, ele tem suas armas bem comuns como pistolas (dual), shotguns, M4 Cabons, UZI e outros clássicos. Munição pode ser conseguida pelo cenário ou ao pegar de inimigos derrotados, vidros podem ser quebrados e caixas de força desligadas. Os controles são muito intuitivos e o tutorial faz um bom trabalho de introduzir para os controles e a história. A mira, em formato de ponto vermelho, ajuda muito na hora dos disparos e a ter uma noção melhor do que fazer. O que diferencia no entanto são os poderes do Darkness.



Depois de um certo ponto, Jackie manifesta os poderes que tem várias funções: desde armaduras para proteção extra, tentáculos que servem tanto para matar inimigos sem se expor, arremessá-los ou depois de algumas atualizações podem substituir as armas de fogo. Jackie também pode invocar os Darklings, criaturas que são similares a goblins e ajudam tanto na parte da escolta quanto na matança com até quatro "categorias" como berserker e gunner. Mas estes poderes só funcionam no escuro, quanto mais melhor, e para melhorar Jackie tem que devorar os corações daqueles que ele mata. São cinco níveis de atualização para o Darkness, e cada uma delas é mais divertida de usar que a anterior.



O jogo tem uma exploração quase livre. Apesar da história linear e em certos momentos que se passam em mundos sobrenaturais, existe a liberdade de pegar o metrô e sair fazendo missões opcionais, coletar números de telefone (que destravam comics, roupas para os darklings entre outras coisas) e conversar com as pessoas. Na versão do 360 já há os achievements, mas na do PS3 este recurso ainda não existia nos jogos.



Existe também uma grande variedade de modos onlines, a maioria são estilos já consagrados como capture a bandeira mas com características próprias, como os modos "o último humano" ou "o último darkling".

Gráficos

Para um dos primeiros jogos da geração ele tem gráficos bem eficientes. A engine tem uma excelente física para todos os modelos e objetos individuais com uma boa velocidade. As texturas foram feitas com um grande cuidado, até mesmo os grafites nas paredes são fruto de uma pesquisa detalhada. A animação é muito fluída, existem muitos pequenos bonus e ver os civis nas ruas sempre tem alguma coisa interessante acontecendo.



A violência gráfica é muito visível, o jogo frequentemente avisa quando algo está muito errado pelo barulho de sirenes, manchas de sangue e outras pequenas dicas que aqueles que estão atentos podem notar. O Darkness destroça, rasga e aterroriza os inimigos, o sangue voa e não há piedade, embora seja possível desligar esta parte mas continua sim sendo um jogo muito agressivo. Como o Darkness foca na escuridão, é recomendado atirar nas luzes e com isto os poderes garantem a Jackie uma espécie de visão noturna, que é muito bem representado. A parte da iluminação dinâmica, sombras e reflexos é perfeitamente integrada na jogabilidade e faz toda a diferença na ação.



Se for para reclamar de uma única coisa é que podiam ter um cuidado maior com o próprio Jackie. Claro, o cabelo dele está maravilhoso, a barba por fazer, o nível de detalhes e modelos muito bonitos, mas há alguma coisa nas expressões faciais que não combinam e a boca não se mexe como deveria.



Som

A trilha sonora é excepcional. Composta pelo sueco Gustaf Grefberg, compoz a trilha de jogos como Enclave, Chronicles of Riddick: Escape from Butcher Bay e faz parte de projetos como Merregnon e Symphonic Game Music Concert, também conta com músicas licenciadas de bandas como Acid House Kings, The Blinded e várias outras independentes da Labrador Records. O maior destaque é a participação de Mike Patton, o vocalista e tecladista de Faith No More (que também faz a voz do Darkness) e sua banda de rock alternativo experimental Tomahawk.



No departamento de vozes, Kirk Acevedo (o Charlie Francis de Fringe e Miguel Alvarez de Oz) faz um Jackie que as vezes soa como um Nicholas Cage, que não combina tanto com o personagem. Lauren Ambrose (Claire Fisher de Six Feets Under) faz uma delicada e cativante Jenny Romano, o jogo também tem outros nomes como Dwight Schultz (Star Trek Voyager), James Mathers (Me and You and Everyone We Know) e Mike Starr (The Young and the Restless), todos eles fazem um ótimo trabalho, sem exceção.



Conclusão

Além de The Darkness ser uma das raras adaptações de quadrinhos que funcionou muito bem e fez bom uso do material de base, também é um jogo de tiro muito competente e que não teve tanta repercussão quanto deveria. Talvez por não ser de uma produtora muito grande, ou talvez por não ser um quadrinho de uma grande produtora como a DC ou a Marvel, mas é um jogo que merece pelo menos ser testado pelas mecânicas diferentes e a excelente experiencia narrativa.

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