Review - Soul Calibur V (PS3)



Anunciado como uma revolução para a série, Soul Calibur V se passa 17 anos após os acontecimentos do jogo anterior com um elenco renovado, similar a transição de Tekken 2 para o 3 no PS1 com várias novidades.

A história

Um dos modos principais do jogo é o Story ~1607 A.D.~ que começa mostrando o final do conflito entre a Soul Edge e a Soul Calibur no Ostrheinburg Castle e ambas as espadas foram perdidas por algum tempo. Malfested, pessoas infectadas pela corrução da Soul Edge, estão causando uma grande destruição pela Europa e o governante da Hungria, Graf Dumas, envia o jovem Patroklos Alexandros para erradicar esta ameaça. Ele é filho de Sophitia, uma das veteranas da série e cresceu ouvindo histórias de como sua mãe era uma guerreira sagrada.
Quando Patroklos era criança, uma mulher chamada Tira matou a mãe e sequestrou a irmã dele, e foi criado pelo pai, Rothion, até quando tinha 15 anos. Foi quando o pai lhe contou como Pyrrha foi sequestrada por uma malfested e morreu devido a uma doença. Desde então, Patroklos se tornou obcecado em erradicar todos os malfested, vingar a mãe e salvar a irmã.



A história é dividida em 20 episódios e segue principalmente Patroklos, embora Pyrrha e um outro personagem chamado Z.W.E.I. são controlados em alguns momentos. A história é apresentada em estilo similar ao modo Edge Master do primeiro jogo, com um mapa e cenas como se fossem um livro ilustrado. Levando em consideração que a história em si é curta, com no máximo duas horas de duração é difícil entender por que uma escolha tão infeliz na apresentação. Existem sim cenas com animação usando os belos modelos do jogo, mas são mais escarças.



Outro ponto que deve ser notado é que embora em todos os Soul Caliburs tenha história rica em detalhes, desta vez o modo Arcade é completamente desprovido de qualquer animação. Alguns personagens só tem a história contada em menus e muitos nem aparece no modo história. Tirando Patroklos e Pyrrha, todos os outros personagens são meros coadjuvantes e histórias paralelas que estão estavam sendo desenvolvidas nos jogos anteriores fora simplesmente descartadas sem aviso prévio, personagens importantes para a série como Cervantes e Kilik foram deixados de lado e há poucos personagens realmente novos.

O jogo

Enquanto a história foi deixada as moscas, o sistema de luta foi remodelado e dá mais foco para o ataque. O Guard Impact, introduzido em Soul Calibur II, foi severamente rebaixado a um fator de menor importância e os Critical Finishes do Soul Calibur IV foram removidos.
Há uma barra chamada Soul Gauge, que funciona como uma barra de hyper como em qualquer jogo de luta da Capcom. Usando um pouco da Soul Gauge o personagem pode usar um Brave Edge (uma versão um pouco mais forte de um ataque) ou um Critical Edge, que seria o equivalente a um hyper. Os Guard Impacts também consomem um pouco da gauge e agora é executado usando trás e os botões de ataque.



Para compensar a mudança do Guard Impact foi adicionado o Just Defende que funciona igual a Garou: Mark of the Wolves. O jogador usa o botão de bloqueio para defender no exato instante correto, é mais arriscado mas não tem a animação de recuo e permite um contra-ataque muito mais eficiente. Caso o jogador não se sinta confiante para esta tática, existe a esquiva rápida que pode ser feita apertando para cima ou para baixo rapidamente.



Um ponto controverso para os fãs são as mudanças dos movimentos de certos personagens. Vários personagens veteranos e seus substitutos foram bastante reformulados, com muito movimentos e stances removidos dando espaço para uma luta muito mais veloz e combos mais fluídos e fáceis de conectar. Com menos movimentos e com as mudanças no sistema de defesa, por mais que as lutas tenham agora obrigatoriamente pelo menos 3 rounds elas estão bem mais curtas. É óbvio que o jogo foi remodelado para atrair novos jogadores, enquanto os que já são fãs da série são obrigados a re-aprender e mudar suas estratégias de anos.



Se por um lado a experiencia no single player foi bastante comprometida, o modo multiplayer não faz feio. O modo Global Colosseo permite um lobby para até 50 jogadores representados por uma identificação customizável e é organizada pela localização geográfica para permitir uma melhor conexão. Os jogadores disponibilizam seus IDs no lobby para poderem desafiar e serem desafiados, participar de lutas aleatórias e até mesmo modo torneio. Existem muitas opções e com a customização de personagens este modo é certeza de garantir uma grande sobrevida ao jogo.



De novo a customização dos personagens está presente e é forte, embora de novo não tenha nenhum modo de história para estes personagens (pensando bem, não tem modo nem para os oficiais). Desta vez dá para customizar a altura, a massa corporal e outros pequenos detalhes que alteram o biotipo. Estas mudanças alteram as estatísticas dos personagens, enquanto nos jogos anteriores o que modificava eram os equipamentos. O modo "Quick Battle" contém personagens criados por vários jogadores do mundo inteiro e permite destravar vários títulos novos para usar no seu ID. Este modo também permite enfrentar o Harada Tekken, o produtor da série e que é extremamente difícil.



Não há modo de Museum/Gallery, não há profiles in-game, não há galeria de armas nem nada. O jogador é obrigado a jogar online ou ficar colecionando titles no quick battle, para aumentar o nível do seu profile e liberar novas armas e personagens já que não há um modo de "shop" para tal. De certo modo é bem mais limitado do que os jogos anteriores, com muito menos coisa para se fazer.



Gráfico

Como era de se esperar, Soul Calibur V é primoroso quanto a isto. Os cenários agora além de ter mais variações, alguns mudam de localidade durante um ring out ou após um certo numero de turnos, e estes lugares podem alterar a estratégia. Um dos cenários é uma "jaula" que dá para derrubar as paredes e aumentar a area de luta, enquanto outro tem paredes moveis e vai se fechando conforme o tempo. Há sempre o que ver e estas inovações são um pouco interessantes.
O jogo roda a 60 quadros por segundo, com belíssimos efeitos de iluminação e texturas maravilhosas. Alguns golpes mais fortes permitem fazer a armadura do adversário voar em pedaços no final de cada turno, tudo é de encher os olhos. Existe até mesmo um modo que dá mais destaque para ângulos de câmera menos convencionais e mais "cinematográficas"



Mas também é visível que reutilizaram muita coisa do Soul Calibur IV, e o que não usaram faltou um pouco de inspiração em alguns casos. Houve vários designers trabalhando neste jogo e o resultado é bastante desigual e as vezes até mesmo genérico, algo que não é típico da série.

Som

A música continua incrível e a escolha das vozes impecável. O nível se manteve o mesmo, não há o que reclamar. Existe até uma música-tema cantada no final do jogo.



Conclusão

A renovação da série pode ter vindo em boa hora, mas não foi executada como deveria. Faltou um cuidado maior nos modos offlines como finais para modo arcade e um modo história que não simplesmente deixe o jogador se virar sozinho. Faltou um suporte melhor para os personagens novos e continuidade para os que ficaram. Ficou uma sensação de inacabado no ar, faltou uma resolução.
O sistema mais rápido e mais próximo dos outros jogos de luta da geração, as vezes é quase tão veloz quanto um jogo em 2D e tem menos complexidade que os anteriores, mas não é simplista. Sólido, rápido e muito mais direto do que antes, é algo para se acostumar. Não é uma mudança ruim, mas Soul Calibur V poderia ser um jogo muito mais completo.


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