Review : The Caligula Effect - Overdose (PS4, PC, Switch)



O que aconteceria em um mundo em que todos os seus desejos são possíveis? Uma existência sem responsabilidade ou consequências. Traumas, tristeza e depressão não existem, apenas a sua própria consciência limitando suas ações.



A música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela o seu último segredo. 



Em Caligula Effect o protagonista descobre que está preso em uma realidade virtual, não muito diferente de um Second Life, em que ele (ou ela) revive os três anos do ensino médio indefinidamente. Esta realidade é mantida por uma entidade chamada “μ”, similar a uma vocaloid, que utiliza suas canções para pacificar aqueles que estão sofrendo mas que também pode causar uma lavagem cerebral naqueles que rejeitam o mundo real.
Logo o protagonista encontra outros em situação similar e são ajudados por uma outra inteligência artificial chamada Aria, e o grupo se une para conseguir voltar para casa. Entretanto, compositores que criam músicas para μ se opõe ao grupo -- quanto mais pessoas querendo voltar para a realidade, mais instável a simulação se torna.




Dirigido e conceituado por Takuya Yamanaka com roteiro de Tadashi Satomi, o criador da série Persona, The Caligula Effect é um game focado nas pessoas e suas motivações, incluindo suas tragédias pessoais. Cada um dos personagens tem seus motivos para fugir do mundo real, aspectos que querem mudar e viver uma vida idealizada em um ambiente seguro...Mas também responsabilidades que devem enfrentar e temas maduros como depressão, suicídio, violência doméstica, bulimia e outros. Estas histórias são apresentadas como episódios opcionais ao interagir com membros da sua equipe fora do enredo principal. O ponto forte do título é a narrativa e o elemento humano: embora tenha conceitos similares a Persona, não se trata de uma luta para salvar o mundo; é muito mais íntimo e pessoal. Os personagens não querem salvar o mundo, eles querem salvar a si mesmos movidos por seus desejos -- bons ou ruins -- e viver as suas vidas plenamente.


Originalmente para o Playstation Vita e vendeu consideravelmente bem no Japão, sendo o segundo título mais vendido na semana de lançamento. Poucos meses depois do lançamento nos Estados Unidos e Europa foi anunciada a versão “Overdose” para Playstation 4 e Steam, com a versão para o Switch lançada dois dias depois.




A versão Overdose é uma melhoria considerável se comparado com o original: a possibilidade de escolher entre o personagem masculino do original ou uma protagonista mulher, além de dois novos membros para o grupo principal, duas novas dungeons com chefes, além da possibilidade de se juntar aos compositores e μ --- a possibilidade de se tornar um dos vilões! Esta nova rota permite a interação com os compositores: desde participar das dungeons com eles com novos objetivos e até mesmo episódios envolvendo as histórias e motivações por trás deles, expandindo ainda mais a história e dando um motivo a mais para jogar novamente. Também há um novo filtro gráfico, que dá aos personagens um visual cel shading.


O sistema de batalha é interessante: é um sistema de ATB, com uma linha do tempo em que o jogador pode ter uma noção de como a ação irá desenrolar, facilitando o planejamento de combos e outras estratégias. É possível lançar um inimigo no ar e sincronizar ataques que são mais efetivos e depois finalizar com habilidades que causam maior dano quando o oponente está caído. Não há itens de cura, apenas skills que os personagens podem aprender e o equipamento são características mentais que oferecem bônus. As lutas podem parecer caóticas, mas o jogador tem todo o tempo que quiser para analisar a situação e rever os ataques antes de confirmar.

Para quem gosta de J-Pop e vocaloid, a trilha sonora é integrada a história: cada área está sob o domínio de um compositor e a música é da “autoria” dele, refletindo suas personalidades e estilos. A canção é instrumental no modo de exploração e ganha letras (em japonês) ao iniciar uma batalha, retornando a ser instrumental quando os inimigos são derrotados. Embora interessante, todos os inimigos são estudantes da escola. Isto significa que eles são quase idênticos em termos visuais, porém o que muda são os equipamentos e estilos de luta. A maioria deles é similar a um dos personagens jogáveis ou aos chefes, que leva a um certo nível de repetição.




O aspecto mais ambicioso é a implementação do ambiente escolar: tecnicamente todos os estudantes com nome tem uma side-quest e podem ser usados em batalha. São 524 na versão Overdose e, embora cada um deles tenha sua própria história e segredo, as missões são repetitivas e entediantes. Algumas delas valem a pena, especialmente as que melhoram os status do protagonista, mas a grande maioria é desnecessária e pode ser ignorada completamente. Para os dedicados, cada classe tem um tema e uma história que envolve todos os alunos.




Por causa das limitações do sistema original e talvez dos recursos da empresa, os visuais são bastante simples e as dungeons são repetitivas. O jogo dá uma explicação do porquê os mapas são um labirinto, mas isto não os tornam mais interessantes.
Na entrada de todas as dungeons há uma área que não é modelada em 3D, são cenários em 2D em que é possível controlar o protagonista e conversar com NPCs e não é tão notável no Vita ou no modo portátil do Switch, mas é desagradável em uma resolução maior e pode se tornar confuso em certas áreas. A versão do Switch também tem o framerate um pouco instável no modo handheld quando há muitos elementos na tela, mas costuma ser consistente na maior parte do tempo.





A versão original do game foi adaptada em anime, com 12 episódios no total e disponível pela Crunchyroll. Produzido pela Satelight (Hellsing Ultimate, Fairy Tail, Nobunaga the Fool e Final Fantasy XV Episode Ardyn - Prologue) é uma boa opção para quem tem a curiosidade de conhecer a história mas não tem tempo ou paciência para se envolver em um JRPG tradicional.





The Caligula Effect Overdose nos convida a refletir sobre a condição humana e os nossos desejos. Com personagens complexos e um sistema interessante, é um JRPG similar aos títulos clássicos, como Persona 2. Entretanto, não espere uma super produção ou visuais de ponta; se trata de um título modesto de um estúdio modesto com uma história envolvente para contar.

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