Review - Final Fantasy Fables: Chocobo's Dungeon (Wii)


Na época do Playstation a Square tentou introduzir um jogo estilo "Roguelike" mas um pouco menos difícil e voltado para crianças chamado Chocobo Mysterious Dungeon. Baseado na série Mysterious Dungeon da Chunsoft, houve dois jogos para o PS1 e aproximadamente dez anos depois a Square resolveu fazer mais um jogo da série para o Wii.

A história

Tudo começa com Cid e Chocobo investigando ruínas no deserto em busca do lendário Timeless Power, uma joia que funciona como fonte de energia poderosa para fazer a airship funcionar. A dupla acabou encontrando Irma e Volg, outros dois aventureiros e durante um breve confronto a gema começou a brilhar, houve um vento muito forte além de muito tumulto. Quando Cid e Chocobo se deram por si, estavam em uma cidade perdida no tempo, isolada do mundo exterior chamada Lost Time. Cid pondera que deve ser uma cidade chamada Memoria, que havia desaparecido há anos sem deixar vestígios. Há um estranho sino no alto de uma torre, e toda vez que ele badala as pessoas perdem duas memórias. Estranhamente, os habitantes parecem não se importar com isto e até gostam, exceto pela white mage Shirma e sua tia, Stella, que vivem em uma fazenda fora da cidade.



Como se não bastasse, uma luz caiu do céu como se fosse um meteoro. Ao examinar, se trata de um ovo e há um bebê ali dentro. O prefeito da cidade por algum motivo sabia o nome da criança, que logo pareceu gostar da Shirma e rapidamente fez amizade com o Chocobo. O bebê, chamado Raffaello, exibe o estranho poder de abrir uma espécie de passagem para as memórias bloqueadas pelo sino e o Chocobo, além de não ser afetado ainda tem um broche que permite que ele entre nestas brechas, começa a investigar as memórias seladas. Eles também acabam descobrindo áreas que foram bloqueadas por guardiões misticos e seus cristais. Entretanto, uma figura misteriosa e os guardiões tentam impedir que Chocobo continue a investigar.



Apesar de ser um jogo com um visual muito infantilizado e uns diálogos que mostram muito disto, a história é surpreendentemente desenvolvida, com muitos elementos que remetem ao Final Fantasy I. Cristais, guardiões e até mesmo a torre do inicio do jogo é idêntica ao templo do ar. O desenrolar da história é previsível, mas agradável, e há várias histórias secundárias para prender a atenção por um tempo. É algo bem descompromissado apenas para pura diversão, sem grandes dramas ou questões existenciais. Uma boa opção pra algo mais leve.

O jogo

Para quem nunca jogou Shiren the Wanderer, Pokemon Mystery Dungeon ou os jogos anteriores, se trata de um jogo de exploração de dungeons com andares gerados aleatoriamente e é baseado em turnos. Os andares são formados por grids e cada passo ou ataque que o chocobo faz é um turno e o inimigo faz a sua, enquanto o jogador não fizer uma ação a inteligencia artificial não faz nada.
É bastante simples: pegar itens, equipamento, derrotar inimigos e encontrar a escada para o próximo andar até chegar em um andar com um chefe. Ao morrer na dungeon, Chocobo volta para a cidade mas perde todos os itens que carregava. Outro fator que limita o Chocobo é que com o tempo ele fica com fome e quando o medidor chega a zero, começa a drenar o HP até comer uma green (que podem ser encontradas na dungeon). Na maior parte do tempo as dungeons principais são fáceis e não são grande desafio, mas as extras e as pos-game podem ser bem chatas.



Uma das coisas que faz este jogo ser diferente dos outros do gênero é o sistema de Jobs. Quando o Chocobo completa algumas memórias relacionadas a história ou extras, acaba destravando um job relacionado. São 10, cada um com suas habilidades especiais e todos são evoluídos individualmente. Alguns são úteis com habilidades fora da batalha, como o Sage que permite ver o mapa completo e eventualmente até mesmo a posição dos inimigos.



E está de volta do Chocobo Tales do DS os Pop-Up Duels, os duelos de carta baseados Jo-Ken-Po (Pedra-Papel-Tesoura) como opcional. Aliás, existem vários jogos opcionais para serem jogados no fliperama perto da primeira dungeon.



Gráficos

Nesta parte o jogo peca. Claro, os cenários são lindos, os modelos são muito bem feitos e o Chocobo está muito fofo, com efeito de transparência para deixar as penas com efeito de "penugem" e tudo o mais, mas mesmo assim ficou devendo. O gráfico é da geração anterior e poderia ter um tratamento melhor, até mesmo o Crystal Chronicles do GameCube era mais detalhado.



Som

As vozes, tirando a de Raffaello, Croma e em algumas vezes a do Cid, são terríveis. São como as dublagens americanas forçadas da 4Kids e de cartoons antigos. Mas como a maior parte do tempo só se ouve o som do Chocobo fazendo seus barulhinhos característicos, não é um problema.
O que o jogo tem de vozes ruins, com certeza compensa pela trilha sonora. Todas as músicas são remixes de outros títulos, e são uma seleção bem ampla e com boa execução. Cada dungeon tem seu próprio tema, que vão desde "Dungeon (Fate in Haze)" de Final Fantasy V, "Over that Hill" de Final Fantasy IX (uma das músicas mais subestimadas da série), "Battle with the Four Fiends" de Final Fantasy IV, "Only a Plank Between One and Perdition" do Final Fantasy VIII entre outros. Uma genial é a do Pop-Up Duel, uma versão do tema de batalha de Final Fantasy II que começa em 8-bits e vai adicionando instrumentos até ficar completamente orquestrado. São todas músicas muito agradáveis de se ouvir.



Conclusão

Um jogo com ambições modestas, com uma boa história, um sistema bem sólido e bem divertido. Com certeza não é um dos melhores RPGs da geração, mas é um bom passa-tempo que pode surpreender.

Atualização

Este game foi remasterizado para Playstation 4 e Switch com o nome de Chocobo's Mystery Dungeon Every BUDDY!

Postar um comentário

2 Comentários