Review - Final Fantasy II (GBA & PSP)


Em 1987 o Final Fantasy original salvou a pequena companhia Square da falĂȘncia. No ano seguinte lançaram uma sequencia, o Final Fantasy II dando o inicio a sĂ©rie que Ă© uma das mais prestigiadas nos jogos atĂ© hoje.

Final Fantasy II foi revolucionĂĄrio em todos os sentidos mas certas coisas nĂŁo foram bem recebidas. Ganhou Ăłtimas crĂ­ticas na Ă©poca de todo o mundo, mas o sistema de level up continua sendo um grande empensilho e amplamente odiado.

A histĂłria
O mundo vivia em paz e tranquilamente até que o Imperador do reino de Palamecia começou sua escalada por poder. Ele invocou demÎnios do abismo para obedecer suas ordens e começou a destruir todo e qualquer um que ficasse em seu caminho.
O pequeno reino de Fynn Ă© atacado e quatro jovens tentam fugir desesperadamente, mas sĂŁo alcançados pelos soldados do Imperador e dados como mortos. Ao acordar, Firion, Maria e Guy haviam sido salvos pela princesa Hilda e o mago Minwu e estavam na base rebelde estabelecida na cidade de Altair. O grupo pede para entrar na resistĂȘncia, mas Hilda nega o pedido, jĂĄ que eles sĂŁo inexperientes e ela nĂŁo queria arriscar a vida deles. Maria estĂĄ preocupada com seu irmĂŁo, Leon, que estava com eles quando foram atacados entĂŁo resolvem voltar para Fynn tentar encontrar o amigo desaparecido. LĂĄ, eles encontram o prĂ­ncipe Scott de Kashuan, noivo de Hilda, que estava morrendo mas informa que um cavaleiro de Fynn havia traido a rebeliĂŁo e se juntado ao ImpĂ©rio como um general. Com a nova informação, Hilda reconhece a coragem dos trĂȘs e os permite entrar no movimento e assim começa de fato a aventura.



A história foi revolucionåria em vårios sentidos: pela primeira vez os personagens tinham alguma personalidade e história, e não apenas guerreiros genéricos. Não eram muito desenvolvidos, mas mesmo assim foi um passo a mais, sendo cada um deles perfeitamente reconhecível.
AlĂ©m do grupo principal, o 4Âș lugar na batalha sempre tem algum personagem temporĂĄrio que se junta ao grupo por algum motivo e tem envolvimento importante no enredo. SĂŁo 5 temporĂĄrios e depois um que serĂĄ permanente, com 9 personagens jogĂĄveis.



Um destaque especial fica para o Imperador. Ele é o modelo que os antagonistas subsequentes da série se inspiraram. Cruel e impiedoso, o Imperador realiza planos complexos em grande escala para acabar com todos os inimigos. Genocídio é uma das palavras favoritas dele, e é visível o prazer quando os "insetos insignificantes" estão se contorcendo para ter uma morte lenta e horrível. Não apenas isso mas o Imperador estå sempre a dois passos adiante da rebelião, mandando o traidor Borghen ou o cavaleiro negro para acabar com qualquer esperança que Firion e seus amigos possam ter. Quando isto não funciona, ele simplesmente manipula os heróis a fazer o que ele quer ou modifica os planos para usar o acontecimento a seu favor.



Também hå as mudanças menos importantes no jogo mas de grande impacto na série. Esta foi a primeira aparição de Cid, que era um cavaleiro valoroso mas que sua paixão por maquinas falou mais alto. Também foi a primeira vez que Leviathan fez parte da história, juntamente com o primeiro dragoon e o primeiro chocobo de toda a série. Hå também os castores, que são praticamente os ancestrais dos moogles.

O Jogo
Neste jogo tiveram Ăłtimas ideias. Personagens Ășnicos, histĂłrias complexas mas houve acertos e erros.
Se o Imperador é o "protótipo" de vilÔes tradicionais da Square, então Firion e seus amigos são os modelos de toda a geração atual. Cada um deles começa com status com certas inclinaçÔes: Guy é o tanque, Firion é equilibrado mas voltado para ataque e Maria é a maga. Todos os personagens podem equipar qualquer arma e armadura, não importa o tipo e podem aprender qualquer magia e quanto mais usam, melhores ficam. Hå uma quantidade enorme de coisas e a customização é grande, o problema estå na execução.



Nas batalhas não hå níveis baseados em experiencia, mas sim baseados nas açÔes feitas. Por exemplo: Firion usa uma espada e é o principal de ataque no grupo, no final das batalhas ele ganha experiencia em usar aquela arma e melhora a força física e a acuracidade dos ataques. Quanto mais a Maria usa Cure os atributos dela de "spirit" aumentam e o nível da magia também. Não existe "Cura", mas sim uma magia "Cure" que vai subindo de nível e se desenvolvendo. Quanto mais o personagem toma dano, mais HP e defesa entre tantos outros. A ideia é ótima, mas sem um bom planejamento das lutas é capaz dos personagens ficarem ou fortes demais ou fracos demais para certos lugares, ou ainda serem muito frågeis para alguns ataques. Este sistema vårias vezes não só é imprevisível mas chato, muito irritante para se lidar. Foi justamente este sistema que afasta os jogadores. Se nos remakes houvesse uma opção de level up tradicional talvez isto atraísse os jogadores mais novos e o estigma de Final Fantasy II ficasse menos forte.


HĂĄ uma novidade interessante, mas que infelizmente nunca foi levada adiante: o sistema de aprender palavras-chaves, chamado de "Word Memory". Em uma conversa o NPC fala um termo de uma cor diferente e o jogador manda "memorizar" para aprender a palavra. EntĂŁo usa se "pergunta" sobre o termo e assim hĂĄ mais informaçÔes e assim avançar na histĂłria. É uma forma de interação limitada, mas Ă© um recurso criativo.
  

As versÔes do Wonderswan Color e do Playstation contém poucos extras, as versÔes do GBA e PSP tem uma dungeon que só é liberada após encerrar o jogo principal, o modo Soul of Rebirth que contém sua própria história que complementa a do jogo principal

GrĂĄficos
No seu original, FF2 nĂŁo chama muita atenção por ter muito re-aproveitamento do primeiro jogo. A Ășnica coisa de especial Ă© que cada personagem tem seu grĂĄfico prĂłprio de batalha e apenas isto.
O jogo do GBA Ă© uma conversĂŁo do WSC com alguns extras, usando a paleta de cores do sistema. Embora pequenos os grĂĄficos sĂŁo bem-feitos e detalhados, como era de se esperar de um Final Fantasy.



A versĂŁo do PSP segue o mesmo estilo grĂĄfico do Final Fantasy I e que depois foi usado na versĂŁo do Final Fantasy IV Complete, com sprites muito bonitos, inimigos de encher os olhos, efeitos especiais para todos os lados e vĂĄrios detalhes.

Som
A trilha sonora deste jogo sempre foi boa e as versĂ”es remixadas do GBA e do PSP sĂŁo Ăłtimas. Uma pena que a Square nĂŁo lançou ainda uma versĂŁo caprichada para os fĂŁs de boa mĂșsica.

ConclusĂŁo
Final Fantasy II Ă© um jogo cheio de mecĂąnicas inovadoras e boas ideias, sĂł que nem todas caĂ­ram no gosto do pĂșblico ou foram executadas de uma maneira que as tornassem viĂĄveis. Ele tem uma histĂłria boa, personagens legais e Ă© possĂ­vel deixar o grupo da maneira que o jogador quiser, mas o sistema de level up Ă© ineficiente e imperdoĂĄvel.


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