Review - Gods Eater Burst (PSP)



Gods Eater foi lançado pela Namco no Japão em 2010 e depois ganhou uma versão melhorada com um storyline extra chamada Gods Eater Burst. Assim como no caso de Persona 3 + FES para Playstation 2, o ocidente ganhou a versão dois-em-um este ano. Quando foi lançado, foi clamado pela critica em ambos os lados do planeta - e com razão.

A história
Em um futuro não muito distante (cerca de uns 50 anos) uma forma de vida conhecida como Aragami surgiu. A principio eram organismos unicelulares, que logo viraram colonias e com uma evolução hiper-acelerada e uma capacidade de adaptação incrível em questão de poucos meses a humanidade se viu a beira da extinção. Os Aragami devoram qualquer coisa que encontram pela frente: animais, pessoas, plantas e até mesmo prédios, adquirindo características úteis para continuar existindo.



Os governos formaram uma organização chamada Fenrir, capaz de combater os Aragamis. Os membros usam uma espécie de arma biológica, criada usando material genético das próprias criaturas e que são compatíveis com um numero limitado de pessoas. O personagem principal, criado pelo jogador é um recruta do Fenrir da área que hoje seria o Japão e é um dos raros "modelos novos", que a arma pode mudar de forma entre uma espada, escudo ou arma de fogo a vontade.



O protagonista entra para o Fenrir junto com Kota -que usa um modelo mais antigo- e é instruído pelo líder do esquadrão, o bem-humorado Lindow, como combater os Aragamis com eficiência e sobreviver. Ele também é apresentado a Sakuya e Soma, os outros veteranos do grupo e após um tempo uma outra novata é transferida da Russia para o grupo, Alisa, também uma 'modelo novo' assim como o principal.
Os três novatos tem aulas com Paylor, o cientista residente que os instrui sobre os Aragamis em sessões bem úteis para entender um pouco mais do mundo do jogo.


O primeiro arco de história (as seis primeiras "dificuldades") são a saga "God Eater", que mostra o grupo se conhecendo e se aceitando, com o protagonista ajudando seus amigos a evoluir e ganhando o respeito deles. Vários personagens tem agendas secretas e segredos como era de se esperar e tudo vai evoluindo em arcos de maneira lenta, mas constante.
A história não é um primor de criatividade, mas é narrada de maneira eficiente e há os outros membros do Fenrir que por mais que não sejam importantes para a história principal providenciam alguns extras legais, mostrando que não é só o seu grupo que está dando duro para sobreviver e ajudar as pessoas.


No segundo arco de história, "Burst", o grupo salvou o mundo mas é um segredo restrito aos membros do Fenrir que vivenciaram aquele período. O protagonista agora é considerado uma lenda viva e modelo, logo outros três novos recrutas são enviados para ajudar. Há um numero menor de Aragamis, pelo menos no momento, com vários boatos que vão desde canibalismo até um super-Aragami que acaba com qualquer grupo que vai enfrenta-los. Por causa do combate excessivo, o equipamento do protagonista começa a dar problema e é recomendado cautela mas os resultados são previsíveis.


É interessante ver a evolução dos personagens, dos três novatos e as várias coisas que acontecem na vida dos "Gods Eaters". Há vários personagens secundários interessantes mas a maioria deles são bem clichês, mas funcionam como um todo. A trama é o suficiente para deixar o jogador cada vez mais curioso e envolvido e há alguns acontecimentos inesperados no meio do caminho. Mas o segundo seguimento da história não é tão inspirado e as vezes apenas se arrasta para depois ser mais recompensador perto do final.

O Jogo
O jogo centra no conceito do "Gods Eater". Todos os personagens usam equipamentos chamados de God Arcs, armas biológicas enormes ligadas ao próprio dono. A maioria dos personagens não-jogadores são os "modelos antigos" que só tem um tipo de arma: ou usam laminas ou armas de fogo, cada um deles com três categorias diferentes. O jogador, Alisa e os três novatos da linha "Buster" são do tipo novo em que a arma tem três funções. Basta um botão para mudar de função e ambos com certas funções especificas.
No modo espada o jogador pode dar combo fraco, combo forte ou usar o comando "Devour" onde a arma dá uma mordida no Aragami. Quando isto acontece há uma barra de "Burst" em que as habilidades do personagem são ampliadas por um período de tempo. Neste modo também dá para usar o escudo para diminuir os danos.



Com arma de fogo ao invés da mira automática o jogador pode acessar um modo por cima do ombro para atirar em pontos específicos do inimigo. O interessante é que pode editar as munições para usar em batalha, elas são completamente customizáveis e tem várias propriedades. Pode usar efeitos de decoração como tiro em espiral ou simples tiros laser com qualquer um dos quatro elementos do jogo (fogo, gelo, eletricidade ou divino), veneno ou até mesmo tiros de cura. Há muitas possibilidades para edição, cada jogador pode ser seus tiros únicos e durante o processo dá para ver o custo para usar a munição e testar os efeitos. É um processo viciante que só é limitado pelo custo para fazer.
Quando se dá um Devour além das habilidades também ganha munição baseada nos golpes únicos da criatura mordida. São limitados mas fazem um belo estrago.



Os Aragamis são impressionantes. Vão desde criaturas "comuns" como um tipo de lobo, um homem-pássaro enorme e criaturas gigantescas do tamanho de um prédio pequeno. Tem um que é um tanque vivo e outros igualmente gigantes como dita a formula "Monster Hunter". A variedade entre eles não é muito grande, mas o próprio jogo explica que algumas espécie são evoluções de outras então é um tanto de propósito.
Um problema é que no começo o jogador fica fascinado com as batalhas épicas contra criaturas gigantes e difíceis, mas com o tempo a formula se desgasta e acaba virando uma tarefa cansativa e só fica esperando pelo próximo chefe, trecho de história ou tentando juntar recursos para melhorar o equipamento.


E assim como Monster Hunter, as armas são atualizadas recolhendo materiais no cenário ou coletando da carcaça dos monstros. O próprio jogo usa a parte que as armas estão vivas como explicação para usar estes recursos para atualiza-los, mas ainda é um tanto difícil de acreditar que alguém com roupas leves é capaz de derrotar um escorpião metálico gigante.


São poucos cenários, alguns são bem simples como uma área circular e outros são mais complexos como um trecho de uma cidade. Há vários detalhes mas não há muito que interagir além dos monstros e alguns pontos brilhantes no chão. Outros jogos no console tem um pouco mais de variedade e não muito mais interatividade.

Gráficos
É um jogo da Namco e eles usam o estilo anime assim como na série Tales para manter um certo nível. Todos os personagens são bonitos e a parte de customização é bem forte: existem vários tipos de olhos, cabelos e tom de pele para ambos os sexos. Durante o jogo é possível trocar o penteado e a cor do cabelo, além de adquirir várias roupas que só são liberadas com o avançar na história. É bem variado e completo como a linha Phantasy Star Universe/Portable.
Os personagens não-jogadores tem visuais bem comuns também e em alguns casos dá para pegar a roupa deles também após terminar um storyline.
O design dos monstros são interessantes, pelo menos no começo. Depois há alguns "palette swaps" que não são nada demais e depois há alguns chefes que só mudam um detalhe ou outro, como um rosto aqui, uma forma diferente ali. Não há nada de especial ou fora do comum quanto a isto, mas todos eles são bem detalhados e imponentes.



As armas também são bem variadas e mudam bastante de acordo com o que está equipado no momento, e isto aparece durante as animações. Dá até para re-assistir as cenas e o que estiver equipado no momento vai ser o que irá aparecer.


A maioria dos cenários são urbanos e são muito ricos visualmente. Na visão geral que a câmera dá logo na primeira cena do jogo dá para ter uma boa ideia da destruição causada pelos Aragamis. A linha do horizonte é bem ampla e muitos monstros são visíveis de longe, verdadeiros gigantes andando pelo cenário.

Som
Todas as cenas importantes do jogo tem vozes. Algumas vozes são ótimas, como a do diretor Johannes e de Lindow, outras são as mesmas vozes de sempre que aparecem em 8 de cada 10 jogos lançados e umas poucas são irritantes, mas nada que comprometa o jogo. Há várias vozes para escolher para o personagem principal, e há várias falas durante a batalha. Eles respondem cada comando e cada ação com uma fala diferente.
O departamento de efeitos sonoros está de parabéns com a parte dos Aragamis: cada monstro tem rugidos e rosnados diferentes, durante as missões dá para ouvir os passos deles se aproximando e ter uma noção de onde se encontram, houve um cuidado neste quesito.


A trilha sonora foi composta por Go Shiina de Klonoa 2, Tekken 6 e Tales of Legendia. Elas são bem agradáveis e variadas, com várias peças vocais e arranjos. É uma pena que algumas delas acabem ficando enjoativas depois de algumas horas por causa da pouca variedade de lugares.

Conclusão
Gods Eater Burst é um jogo divertido com muita coisa para fazer, como missões opcionais, vários equipamentos, customização e batalhas com monstros gigantes. Há uma história simples mas que chama a atenção e causa uma maior imersão do que simplesmente só sair por aí caçando as criaturas.
No entanto, pode ficar cansativo depois de um tempo. O modo multiplayer (compatível com a rede do PS3) permite que grupos de quatro jogadores se divirtam simultaneamente aumentando ainda mais a diversão.


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