A situação estava
muito ruim para a Atlus em 2008 , ao ponto que a única razão pela qual Persona
4 foi lançado é porque já estava pronto. Produzido com recursos usados
anteriormente em Persona 3, inclusive o jogo sendo literalmente um ‘mod’ da
engine anterior. Logo depois a Atlus foi vendida para outra companhia, que
também faliu (por corrupção), mas depois foi comprada pela SEGA. No final, o
game foi bem recebido no ocidente e se tornou um sucesso em ambos os lados do
mundo e se tornou um dos RPGs mais influentes. Com tanta repercussão, a Atlus
se levantou mais uma vez.
Ainda assim,
Persona 4 foi lançado para o PS2 quando o processo de imigração para o PS3 já
havia começado e as novas gerações de console portáteis estavam sendo lançados.
Com o sucesso de Persona 3 Portable, o lançamento da versão de Persona 4 era
uma questão de tempo. E também foi uma ótima oportunidade para o estúdio
revisitar uma de suas melhores histórias e melhora-la.
O jogo começa com
aquele sentimento familiar para quem já conhece o original, mas ao mesmo
tempo...Diferente. Logo no inicio há a introdução de uma personagem nova,
Marie. Uma jovem com amnésia, ela é uma nova residente da Velvet Room e um dos
novos Social Links, a arcana Aeon.
A introdução desta
personagem serve para explicar certas coisas que ficaram vagas no lançamento
original, além de tapar os buracos no enredo e explorar um dos aspectos da
história que inspirou o game. Isto fica mais claro ao decorrer das interações
com ela e, ao final, o jogador ganha acesso a uma dungeon nova imensamente
desafiadora: a Hollow Forest. Para começar, nada do seu inventário poderá ser
usado nesta área – apenas o que o seu grupo encontrar pelo caminho. E após cada
batalha, o SP do grupo é cortado pela metade. É um desafio e tanto para
jogadores experientes, mas o final é recompensador.
Outro Social Link
introduzido no game é o do Adachi, parceiro do tio do personagem principal. No
Persona 4 Official Design Works, o designer do game, Shigenori Soejima, admite
que ninguém da equipe esperava que ele fosse se tornar tão popular entre os jogadores.
E estas interações também servem para explicar um pouco das motivações dele,
além de prover mais um fator emocional para a história.
E é claro, junto
com os novos links também há novos Personas para estes e para os outros links,
além de algumas habilidades remanejadas para melhor balanceamento das batalhas.
O gráfico de All-Out-Attack do protagonista também mudou, mas fora isto o sistema
continua o mesmo. Outra melhoria é que agora é possível extrair skill cards dos
Personas e entrega-las para Marie. Com isto, o jogador pode comprar a mesma
skill quantas vezes quiser e ensinar para qualquer Persona, o que é muito útil
para customizar e criar Personas mais poderosos.
Agora, com o avanço
do eventos extras e em momentos no Social Link os personagens do grupo podem
aprender novas habilidades e tem fusion spells com outros membros do grupo:
caso dois personagens que tenham uma ligação estejam no grupo e os inimigos não
forem derrotados após um All-Out-Attack, estes personagens irão realizar um
ataque combinado por conta. E, ao final do jogo caso o protagonista maximize os
Social Links os Personas do grupo ganharam uma evolução extra, ainda mais
poderosa.
Outras novidades
incluem novos eventos com o grupo, como a ida para a praia, o show no Junes e a
estação de esqui. Também há uma cidade vizinha, antes só acessada em Social
Links mas agora faz parte do mapa normal com novas lojas e itens, como roupas
para usar em batalha. Também há a possibilidade de plantar itens no jardim da
casa, melhorias do mini-game de pesca e um clube noturno onde o protagonista
pode vender e trocar alguns itens e trabalhar. Também é possível interagir com
os social links de noite, embora não seja possível avançar com eles (exceto
Adachi), é uma ótima oportunidade para aumentar os pontos de afinidade.
Outras mudanças mais sutis estão na trilha sonora – exceto que a musica
de batalha tradicional, “Reaching Out For the Truth” agora é tocada quando o
grupo surpreende os inimigos nas dungeons. A nova musica é “Time to Make History”, que também é bem animada
mas menos chiclete que a anterior. Também há novas trilhas para a cidade
dependendo da estação do ano, uma musica nova exclusiva para um boss e alguns outros retoques.
Há novas vozes para
o grupo: Dave Wittenberg não é mais a voz de Teddie, mas sim Sam Riegel, que
parece estar bem mais a vontade. A voz da Chie também mudou, e para melhor:
Erin Fitzgerald soa mais natural e mais ‘jovem’ que a atriz anterior, além dos
sons de luta que ela faz serem menos irritantes.
Até o gráfico
recebeu uma melhora, com novas texturas e mapas de superfície, além de efeitos
visuais quando o grupo está no Midnight Channel. Antes, o modelo do Teddie era
liso, mas agora há uma textura de pelo bem mais notável, por exemplo. Os
eventos novos também tem vídeos em anime, e não destoam muito dos antigos.
Falando em vídeo, a abertura mudou e o final ganhou uma versão estendida, que
mostra o que aconteceu com certos personagens relevantes na história mas que a
versão do PS2 não mencionou.
Enfim, Persona 4
The Golden é uma experiência muito mais completa , a versão definitiva do
título tanto para quem já conhece o original e para quem quer conhecer.
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