Dois estudos sugerindo ligação entre jogos e violência na vida real foram retratados



Nos três primeiros meses de 2017, publicações acadêmicas retrataram dois artigos que sugeriam uma ligação direta entre games violentos e comportamento agressivo na vida real.
O primeiro, intitulado de “Boom, Headshot!?” publicado no Journal of Communication Research em 2012 foi retratado em janeiro. O estudo sugeria que o efeito da jogabilidade e controles poderiam melhorar as mira de atiradores na vida real. Patrick Markey, professor de psicologia em Villanova University, observou inconsistência nos dados publicados no estudo e em janeiro de 2015 ele e um colega alertaram a Ohio State University, onde o autor da pesquisa conduzia os estudos. Brad J. Bushman, o autor em questão, mandou um e-mail para a OSU sugerindo que as alegações faziam parte de uma campanha de difamação. No final de 2015 a universidade iniciou uma investigação da conduta dos envolvidos porém ainda não divulgou resultados. Finalmente, em janeiro deste ano a publicação cientifica retratou o artigo. Bushman concordou e retomo a pesquisa com um maior numero de participantes.
“ Um comitê de pesquisa na Ohio State University recomendou a retratação do artigo após serem alertados de irregularidades em variáveis nos dados pelos doutores Markey e Elson. Entretanto, os dados das variáveis em questão não podem ser confirmados pois os arquivos da pesquisa original não estão disponíveis.”
Uma outra pesquisa, também conduzida pelo professor Bushman também foi retratado. “Effects of violent media on verbal task performance in gifted and general cohort children” (“Efeitos de media violenta em performance de tarefas verbais em crianças dotadas e gerais”) também foi retratada com bases similares. Joseph Hilgard, um colega de pós-doutorado na University of Pennsylvania achou que as informações no estudo estavam fora dos parâmetros típicos de pesquisa e contatou a OSU, porém também não foi possível fornecer os dados originais e a metodologia de coleta de dados. O pesquisador que foi incumbido de coletar dados vive na Turquia e não conseguiram entrar em contato com ele. Com a impossibilidade de comprovar as informações, o artigo foi retratado no final de março.
Ademais, uma pesquisa publicada 2014 e conduzida pela Villanova University e a Rutgers University chamada “Violent Video Games and Real-World Violence: Rhetoric Versus Data” (“Jogos Violentos e Violência na Vida Real : Retórica Versus Data”) compara dados como picos de popularidade em jogos entre outros com as taxas de violência na vida real. Os resultados concluem que nos últimos trinta e três anos os jogos violentos não possuem qualquer correlação com homicídios e episódios de violência. Na verdade, foi constatado um decréscimo em casos violentos durante picos de popularidade de jogos.
Vale notar que em todo o caso dialogo com os filhos é sempre importante. É dever dos pais e responsáveis ficarem atentos a classificação etária dos games e as recomendações de cada título.

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