Review - Star Wars : The Force Unleashed (PS3)


Há muito tempo, em uma Galáxia muito distante....


Logo após o final do terceiro filme, Episodio III -  A Vingança dos Sith,  os Jedis que sobreviveram a Ordem 66 ainda estão sendo caçados impiedosamente e Darth Vader segue as pistas de um mestre sobrevivente que conseguiu achar refúgio em Kashyyyk, o planeta dos Wookies que são grandes opositores do Império. Para a sua surpresa, ele localiza não apenas um mas dois indivíduos fortes na Força --- o Jedi renegado e seu filho de oito anos. Vader toma uma decisão no momento e resolve levar o garoto consigo para treina-lo como seu aprendiz secreto.


Só pode haver dois Siths, o mestre e o aprendiz e por isto Vader esconde o garoto do Imperador por vários anos e o treina no Lado Sombrio. Sem mesmo um nome próprio, o garoto é chamado apenas de aprendiz ou Starkiller (que talvez seja o mais próximo que Vader tenha de senso de humor) e o envia em missões para eliminar os inimigos de seu mestre e até mesmo caçar possíveis Jedis.

Um dia, um veterano da Guerra dos Clones, o mestre Jedi Kota é localizado em Nar Shaddaa e Vader despacha o aprendiz para lidar com a situação. No calor do combate, Kota tem uma visão na Força que logo eles se encontrariam novamente --- como mestre e aprendiz.


Com uma história linear, porém robusta, Star Wars - The Force Unleashed lida com a proposta de 'aprendiz Sith secreto' e guia o jogador por um período de tempo que só recentemente começou a ser explorado pela série de TV da Cartoon Network : quando a Rebelião ainda está se formando e não há resistência formada contra o Império. Quando a Disney comprou os direitos de Guerra nas Estrelas engavetou todo o 'Universo Expandido' (ou seja, o material além dos filmes) e tirou do canon oficial, não sendo mais parte da cronologia. Entretanto ainda é uma narrativa interessante.

Há dois finais disponíveis: o Lado da Luz e o Lado Escuro, claro. O considerado oficial é o primeiro, enquanto o segundo rendeu DLCs onde o aprendiz assume o papel que seria do Darth Vader durante os filmes -- algo chamado de AU, 'Universo Alternativo' em inglês.



De todo o modo, é um roteiro forte, com reviravoltas clássicas e vários rostos conhecidos usados esparsamente , além de novas tramas para um universo já bastante elaborado. Houve um grande cuidado para que o enredo se encaixasse perfeitamente na história e foram seis meses apenas aperfeiçoando a narrativa.


Neste jogo o modelo de ação com elementos de RPG se faz notar. Cada inimigo derrotado  dá um certo numero de experiência com bônus por estilo e destruição causada no processo, e ao subir de nível o jogador ganha três esferas . A vermelha é usada para aprender novos combos, cada vez mais devastadores e eficientes;  a azul para melhorar os poderes da Força, a cada melhoria os poderes de Starkiller tem maior alcance ou causam mais dano; e a esfera amarela aumenta os status como vitalidade, dano causado pelo sabre ou a velocidade em que recupera a Força.  Também é possível achar experiência extra e esferas procurando os holocrons, 'mensagens' deixadas por Jedis do passado (ou seja: bônus).

Os holocrons também habilitam roupas e cores de sabres extras, que não interferem em nada além da estética mas também tem cristais para o sabre. Estes cristais dão certas vantagens quando equipados, como menor gasto para usar a Força, ou ainda aumentar o dano causado pelo raio. Dependendo do estilo do jogador, um cristal pode fazer uma boa diferença.


As fases são grandes em geral (com exceção de duas) com vários inimigos e objetos espalhados com o qual o jogador tem uma boa liberdade: pode-se jogar um inimigo contra o outro, derrubar uma nave em cima , arremessar o sabre, fritar . Como já comentado, a variedade é estimulada em vários momentos e para certos tipos de inimigos, além dos chefes de fase, há sequencias especiais de finalização que dão ainda mais experiência e recupera mais energia.
Os poucos quebra-cabeças em geral são bem simples, normalmente se limitando a usar a Força para puxar ou empurrar algo. Nada que interrompa a ação. Entretanto localizar todos os holocrons pode envolver um pouco mais de tempo e paciência, já que vários estão em lugares de difícil acesso.


A física é muito boa: corpos são arremessados, a Força distorce o campo ao redor e várias ações acarretam consequências, como cortar o suporte de plataformas suspensas. Porém não é perfeito, com certos pontos em que o clipping pode falhar e o jogador ficar preso em paredes ou detritos.  Não é muito comum, mas acontecem e nestes momentos a única opção é carregar de um save anterior.



Não há muita variedade de inimigos,  justificado pelo fato em que vários momentos o jogador está enfrentado Stormtroopers.  Só em planetas com população contrária ao Império há um pouco mais de variedade, como os guerreiros em Felucia e os escavadores em Raxus Prime . Contudo o jogo se sobressai em inimigos irritantes -- os maiores, como rancors e os AT-STs causam muito dano mas não são os piores. Existem atiradores com uma mira a laser que o tiro causa uma pequena explosão e o personagem é arremessado para longe, além de interromper sequencias pode ser azucrinante quando há mais de um deles . Com o passar das fases não apenas mais destes inimigos chatos são colocados, mas também em posições estratégicas para atrapalhar o quanto possível. E a fase do Star Destroyer causa muitas dores de cabeça para muitos jogadores.


Em termos de cenários o logo é deslumbrante ,com um nível de detalhes  muito alto. Cada plataforma, cada textura é bem colocada. Há poucos lugares, e quase todos os cenários são revisitados: antes e depois do Império. A mudança que ocorre em cada planeta é normalmente bem visível, mas mesmo assim tirando um trecho dentro de um Sarlacc não há nada de especial  ou único, todos bem clichês : além de florestas e monte de lixo, quem já jogou algo da série Guerra nas Estrelas já viu alguma base Imperial ou coisa parecida. Porém alguns detalhes dão um toque a mais.


A idade do jogo se faz notar nas animações dos personagens. Embora os modelos sejam de boa qualidade e reproduzam os atores que emprestaram suas vozes (e aparência) aos personagens, ainda não passam uma sensação de naturalidade. Talvez seja mesmo por causa da idade, ou talvez seja uma restrição imposta já que não há vídeos pré-renderizados e o jogo foi desenvolvido para ser convertido para consoles menos potentes como o Wii e o Playstation 2. De todo o modo, a atuação dos atores é ótima, mas os modelos acabam minando o potencial das cenas.



Não sabe inglês? Não tem problema! A versão para computador, disponível na Steam, além de vir com todos os DLCs, fases extras e novos personagens ainda tem legenda em português brasileiro. Já para os consoles por se tratar de um dos títulos do começo da geração é possivel que não tenha.


 Se o jogo vale a pena depende de quem está jogando. Um fã da saga pode se divertir com a história bem envolvente e poder brincar de arremessar Stormtroopers para todos os lados com a Força. Mas para todos os outros,  depois de tanto tempo após o lançamento , só em promoção. Dois anos depois foi lançado uma sequencia, o Star Wars - The Force Unleashed II, que serve como uma ligação entre o primeiro e um possível terceiro título que possivelmente jamais verá a luz do dia.


Na mesma época a Marvel lançou uma adaptação em quadrinhos para promover o jogo, contando a história em flashback.  Talvez seja a melhor opção para quem tem curiosidade mas não tem dinheiro ou paciência pra jogar. É bastante fiel, adaptado diretamente do script. Tanto o primeiro quando o segundo jogo estão disponiveis digitalmente na comixology .


Postar um comentário

1 Comentários