Review - Final Fantasy Type-0 HD (PS4)

Originalmente lançado para o Playstation Portable, Final Fantasy Type-0 faz parte do Fabula Nova Crystallis: Final Fantasy, que é uma ‘subdivisão’ da série de jogos no mesmo mundo, como os jogos de Final Fantasy VII e de Ivalice. No caso , este jogo existe no mesmo universo que os três jogos de Final Fantasy XIII.  
Na época o PSP já havia sido substituído pelo seu sucessor, o Vita, então a Sony já havia parado o suporte para o sistema e não considerou viável a tradução e venda para o mercado ocidental e por muito tempo se acreditou que seria um título exclusivo do Japão apesar da forte presença fora do país de origem.  
Por algum motivo, ao invés de fazer uma atualização em HD e lançar para o Vita, como a série God Eater da Namco, o jogo foi lançado diretamente para o Playstation 4 e Xbox One, sendo um dos primeiros títulos da geração. Durante o desenvolvimento desta versão várias melhorias foram feitas com base no feedback dos jogadores japoneses, além de um final extra e roupas para os personagens. Porém o jogo continua o mesmo em sua essência.

Em um mundo em que quatro civilizações evoluíram graças às bênçãos dos cristais, o Milites Empire do White Tiger Crystal rapidamente desenvolveu uma tecnologia baseada em armas e quebrou o delicado tratado de paz invadindo a nação de Rubrum, que conta com a benção do Vermillion Bird Crystal e é mais focada em magia. Porém, com a ajuda dos cadetes da Akademia e sua magia, o ataque estava sendo repelido com certa facilidade até que o império usou sua arma secreta: um gerador que impede o acesso dos cadetes a sua fonte de magia – o próprio cristal. Todas as classes começam a ser derrotadas, exceto a lendária Classe Zero que continua apta a usar magia ao contrário dos outros. E é assim que a aventura tem inicio.

É visível a inspiração dos elementos clássicos da série: os cristais abençoando guerreiros, guerras entre nações, machitech e jovens lutando pelo futuro. Porém a influencia dos conflitos atuais e um tom mais pessimista fazem este Final Fantasy ter um quê muito mais sombrio e desolador. Além dos horrores da guerra, também há o fato em que os cristais removem da memória dos outros todos aqueles que morrem; mesmo que seja seu amado ou seu irmão, a partir do momento que esta pessoa morre você esquecerá tudo sobre esta pessoa , desde as coisas que vocês viveram juntos e até mesmo o nome.  Com tanta tragédia e um tom pessimista, o jogo levanta várias questões mais filosóficas e revelações são como um soco no estômago.



O jogador assume o controle da Classe Zero inteira, que era composta originalmente por 12 alunos – todos do mesmo orfanato e criados pela especialista em magia chefe da Akedemia – que tem nomes baseados em cartas de baralho. Após a primeira missão dois novos membros entram para o grupo: Machina e Rem, que também narram o jogo. Apesar de tentarem equilibrar a exposição de cada um dos personagens, os principais são os dois novatos e o Ace, que é quem aparece na capa da versão física.

Catorze personagens pode parecer um exagero, porém cada um deles tem um estilo de batalha completamente diferente do outro. Há alguns mais tradicionais da série como o Nine que é um lancer, o Eight que é um monk e o Jack que é um samurai; porém outros são únicos como a Cinque que usa uma clava gigante e a Sice que usa uma foice e magias baseadas em malice. Até mesmo os dois gunners, Cater e King, são opostos de maneira de controlar.



O sistema de jogo é uma evolução do Crisis Core, o ATB Kai, e desta vez são três personagens ao mesmo tempo (dois controlados pelo computador) e os comandos são acessados rapidamente pelos botões do controle. Trocar de personagem ativo ou substituir um que foi derrotado por um novo na reserva é feito só apertando alguns botões.  


Foram introduzidos o Killlsight, que é um golpe em um ponto fraco do inimigo e permite derrota-los instantaneamente, e o Breaksight que funciona quando o oponente tem mais de uma barra de energia. Ao matar um inimigo o jogador pode coletar phantomas, que são de diversas cores e são usados no Altocrystarium para desenvolver as magias. Alem disto também há summons, que são ativadas apenas durante as missões e que o membro ativo do grupo é sacrificado para invocar os eidolons por um tempo limitado.


Ao final da batalha o personagem ganha EXP e quando sobem de nível além da melhoria dos status também se obtém AP, que é usado para aprender novas habilidades exclusivas, ou melhorar as que já tem.

O jogo é estruturado em missões, há sempre uma contagem regressiva de horas até a próxima missão de seguimento da história. O tempo passa ao falar com pessoas (mas apenas a primeira vez) e ao ir para o world map, onde há várias quests extras e lugares para explorar (a principio limitados pela guerra). Também existem missões extras para serem realizadas durante o tempo livre, e muitas delas adicionam mais informações na história — que é automaticamente compilado em um menu com descrição de todo o lore do game.



Não há mini-games, exceto por criação de chobobo que é bem mais simples do que em Final Fantasy VII, e é possível brincar de ‘jogo de tiro’ controlando a airship Setzer (que é opcional). Na área final do jogo o chefe final propõe uns desafios e mantém as coisas um pouco mais interessantes, como não utilizar ataques físicos para derrotar os inimigos. Mas nada além disto.


O jogo conta com dois finais , sendo que um deles é considerado um game over comum. A partir da segunda rodada é possível destravar um terceiro final.

No New Game Plus os itens e níveis são mantidos, e novas missões de história são liberadas. Toda vez antes de começar uma missão o jogador pode escolher entre duas opções, sendo a de cima a missão original da primeira rodada.  Isto libera novas animações aprofundando ainda mais a história, mas não é necessário para se completar tudo nem ao menos para platinar o game.


Uma coisa que se faz notar durante o jogo são as limitações. Para um jogo do PSP ele é muito bonito, porém no Playstation 4 parece um jogo de Playstation 2 com personagens principais modelados para o Playstation 3. Os cenários são repetitivos e chatos, as animações são um tanto estranhas no mapa e é tudo muito linear. As limitações da engine e do PSP estão presentes a todo momento, não é nem de longe um jogo que faz uso das capacidades do sistema de nova geração.


Se você é um jogador interessado pela história, pode até ser que este jogo te agrade. Mas para alguém que está esperando um jogo robusto para um console caseiro vai ficar decepcionado. Não vale o preço cheio, ao menos não aqui no Brasil. A versão na Steam sai mais em conta.


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