Review - Soul Edge (PS1)

Soul Edge foi um dos primeiros jogos de luta para o PS1 e deu origem a uma das séries mais populares dos games. Ele foi o segundo jogo em 3D a envolver personagens com armas (o primeiro foi o Battle Arena Toshiden) mas o conceito existe desde Samurai Showdown e Last Blade, só que aprimorado.

A história

O ano é 1584 e lendas sobre uma espada lendária, a Soul Edge, circulam pelo continente eurasiático. Chamada de "Espada da Salvação", "Espada dos Heróis" e a "Espada Suprema", permaneceu desparecida por muito tempo até que começaram a haver noticias sobre ela e 9 lutadores passaram a procurar por ela, cada um com suas razões diferentes.
Alguns dizem que é uma espada sagrada, outros a procuram por apenas mais poder, ou ainda por suas próprias questões pessoais. Mas uma coisa é certa: é bem conhecido que aqueles que procuram pela Soul Edge encontram apenas maiores tragédias em seu caminho.

O modo Arcade conta com 10 personagens jogáveis (incluindo o penúltimo chefe, Cervantes) e vários deles tem dois finais mediante a comando, como o Mitsurugi e o Siegfried. Em Soul Calibur e Soul Calibur II resolveram fazer cenas CGs tradicionais, mas em Soul Calibur III os finais interativos voltaram.
Na versão console também existe o modo Edge Master que funciona como um Story Mode com um livro narrando cada uma das histórias dos personagens em busca da Soul Edge, intercalado por batalhas. Neste modo o jogador pode ganhar armas para o personagem, que modificam o status durante o jogo. Algumas aumentam o ataque, diminuem a defesa, recuperam a energia e outras habilidades. Este sistema foi mantido nos jogos seguintes.
Em termos de história, a série sempre foi muito boa. Este capricho sempre foi uma das características que destacou a série dos outros jogos de luta.

O jogo

Soul Edge foi inovador por vários motivos. Ele foi um dos primeiros (se não o primeiro) a ter esquiva lateral devidamente implementada. Apertando rapidamente para cima ou para baixo o personagem é capaz de esquivar para a direita ou para esquerda, dando uma profundidade totalmente nova.
Na versão console foi adicionada a barra de durabilidade da arma. Sempre que o personagem bloqueia um ataque, o impacto causa dano a arma e eventualmente ela se quebra e com isto o lutador tem que continuar o combate desarmado. Infelizmente ao contrário de Asura Blade e Samurai Showdown os personagens não tem movimentos específicos para quando isto acontece. Felizmente não é sempre que isto acontece a menos que o jogador seja do tipo "tartaruga". Outra maneira de bloquear é o "agressive guard" em que o personagem pode usar um ataque para bloquear outro ataque, abrindo uma brecha para contra-atacar se for rápido o bastante. Mas é claro que o inimigo também pode fazer isto.

Um elemento que assim como a barra da arma foi removida dos jogos seguintes é em um momento em que as armas se chocam ao mesmo tempo os personagens ficam em uma 'disputa' de força e aquele que apertar o botão correto vence, em um sistema similar a pedra-papel-tesoura.
O jogo também conta com o Critical Edge. Cada personagem tem um ou dois destes movimentos que são ativados apertando todos os botões de ataque ao mesmo tempo. Eles demoram mais para carregar, mas causam um dano tremendo.

E é claro, vindo diretamente de Virtua Fighter temos o sistema de Ring Out, que acabou se tornando uma parte integrante. Neste jogo, não é possível se dar um Ring Out deliberadamente, tem que ser graças ao impacto de um golpe.
Os personagens (Sophitia, Mitsurugi, Siegfried, Taki, Voldo, Rock, Hwang, Li Long, Seung Mina e Cervantes) tiveram relativamente poucas mudanças com o passar dos anos, a maioria dos golpes é aplicada exatamente do mesmo modo e os combos se encaixam de maneira parecida nos jogos seguintes. A diferença é que ainda não existia o controle analógico e tudo era feito nos direcionais. Com o tempo, eles foram ficando mais equilibrados (principalmente o Cervantes, que neste jogo é muito desbalanceado e cheio de imbloqueáveis), com sequencias melhoradas e táticas mais complexas, mas a fundação está aqui.

Gráfico

Além da história, o jogo sempre se caracterizou pelos belíssimos gráficos 3D. Até mesmo para os dias de hoje a modelagem não é nada ruim. A abertura ainda é considerada uma das mais bonitas dos games.
Cada personagem além de ter várias opções de armas diferentes (algumas até com modelos bem distintos), eles tem pelo menos 6 roupas selecionáveis e mais algumas secretas. Algumas são apenas cores diferentes, enquanto outras são completamente únicas.

Os cenários são maravilhosos, com destaque ao da Sophitia, Voldo e Cervantes. Eles são cheios de detalhes e elementos 3D ao fundo, ao invés de simples imagens paradas. Até mesmo os mais simples, como o do Li Long e do Rock tem seu charme, sendo que o do Long os lutadores estão em uma barca que realmente se move nas águas, fazendo a tela se mexer.Até mesmo hoje em dia não é algo muito comum de se ver.
A maioria dos cenários ao ar livre tem muita variedade. O do Siegfried tem uma versão em chamas enquanto muitos dos que tem céu aberto anoitece e volta a clarear. Aves voam, fugindo do inicio da batalha. São pequenos detalhes como estes que aumentam ainda mais a imersão. E se levar em consideração que é um jogo de 1996 e um dos primeiros jogos do PS1, é de se admirar.

Som

Cada personagem tem sua própria voz, é claro. Os finais de alguns eles ainda soam meio amadores, como era comum na época, mas nas batalhas eles são bem decentes. Na versão americana tomaram o cuidado de deixar o Mitsurugi falando em japonês e colocaram legendas para as falas do final.
A trilha sonora sempre foi um dos pontos fortes da série e aqui não é diferente. Existem três tipos de trilhas para se escolher: a original do arcade; a "arranged", que são as composições do arcade regravadas em estúdio; e a Khan Super Session, com remixes completamente diferentes. As músicas do modo arcade/arrange são maravilhosas, enquanto o Khan Super tem alguns arranjos diferentes, mas nada de muito diferente na maioria dos casos.

Conclusão

Soul Edge continua sendo um excelente jogo de luta. Inovador para a época, continua sendo um título muito sólido e divertido, com vários extras para se destravar e o modo Edge Master embora bastante simples foi um conceito bem interessante.