Review - Disgaea 4 : A Promise Unforgotten (PS3)



Disgaea acabou se tornando uma franquia de sucesso mundial com direito a anime, um spin-off de ação (a série Prinny) e vários merchandising. Depois de seu lançamento a Nippon Ichi até tentou lançar outros títulos sem "depender" da série como Phantom Brave, Soul Nomad e Z.H.P. Unlosing Ranger VS Darkdeath Evilman mas nenhum teve o mesmo sucesso. Então depois de 3 anos finalmente lançaram Disgaea 4: A Promise Unforgotten

A história

O jogo começa no Hades, a prisão do Netherworld. Lugar onde as piores almas são punidas por seus pecados e os prinnies são treinados. Valvatorez, um vampiro que já foi um tirano que espalhou terror tanto no mundo dos homens e no Netherworld decaiu a posição de treinador de prinnies depois que fez uma promessa de não beber mais sangue e teve seu poder severamente enfraquecido. Seu fiel servo, o lobisomem Fenrich tenta convencer seu mestre a recuperar sua energia em vão.
Valvatorez está contente com a nova posição, ele parece achar gratificante até que um dia chega uma ordem do governo para matar todos os prinnies. A situação está tão terrível no mundo dos homens que estão todos vindo direto para o Netherworld e não há mais espaço para tantos, há falta de pele de prinny. Revoltado com a decadência, o nobre vampiro resolve tomar o problema em suas próprias mãos e derrubar o governo e transformar tanto o Netherworld e o mundo dos homens no Hades e disciplinar todos de acordo.



Nada como alguém melodramático. Desta vez o jogo segue uma linha muito mais política do que os anteriores, com uma grande quantidade de estratagemas e conspirações (para os padrões de Disgaea, é claro). Valvatorez é um personagem muito entusiasmado e enérgico, um idealista que chega a ser ingenuo e cai nas maquinações de Fenrich, este sim a verdadeira mente por trás. Fenrich genuinamente deseja que seu senhor seja o governante de todo o Netherworld e volte a ser extremamente poderoso, por isto não mede esforços para ajudar seu amigo.



Finalmente o jogo desistiu de vez de tentar usar uma "Etna" no jogo (a própria Etna apareceu no segundo jogo e a Raspberyl tentou substituí-la no 3) e fez um elenco completamente novo com ótimos resultados. A primeira personagem a entrar no jogo é Fuka Kazamatsuri, uma colegial japonesa que morreu e era para se tornar um prinny, mas deram apenas um boné para ela e que se virasse sozinha. E ela ainda acredita que não está morta, ela está apenas sonhando, o que causa situações ridículas. Depois entra Desco, uma aberração que era para ser a Final Boss mas que age como uma criancinha pequena e vê Fuka como sua irmã mais velha. Emizel é o filho do presidente que Valvatorez que derrubar e tentou impedir os avanços do grupo, mas como um típico riquinho mimado ele não era muito forte e quando saíram noticias de sua morte, Valvatorez o estimulou a entrar no grupo, se tornar um poderoso demônio por conta própria e mostrar para o presidente sua capacidade. E por fim Vulcanus, conhecida como "Anjo da Avarice" que rouba os demônios para mandar o dinheiro para Celestia e que só se interessa por HL, o que causa algumas discussões com Valvatorez e comentários jocosos de Fenrich.



Situações absurdas acontecem o tempo inteiro e o jogo tem três grandes focos: política (a decadência do Netherworld), guerra e o poder das promessas. Valvatorez também gostaria que "sardinhas" fosse um dos temas mas só consegue fazer o resto do grupo passar vergonha. Existem várias referencias a anime e cultura popular, com direito a cientistas malucos, clones e é claro: vampiros, lobisomens e monstros estilo "frankstein". Tem até um "ceifador sinistro" no grupo. Tudo no melhor estilo Disgaea.
De novo temos vários finais, os finais falsos e agora existem os "epílogos". Dependendo a relação do Valvatorez com os outros personagens do grupo através de um sistema chamado Legendary Tree uma cena extra é exibida após os créditos. Este é o primeiro jogo que o numero de aliados que o protagonista matou não leva a nenhum final mais "dramático". O chefe final parece que foi jogado um pouco de paraquedas mas o resto do jogo é sólido o suficiente pra aguentar isto.



Enquanto isto no Japão um DLC contém um cenário extra mostrando como Fenrich e Valvatorez se conheceram. Até o momento não há previsão do lançamento para os EUA, mas provavelmente será em 2012.



O jogo

Houve algumas mudanças do jogo anterior. O sistema de Magichange foi melhorado, agora monstros podem se fundir e virar uma criatura gigante e dois monstros podem ser usados como dual magichange em uma mesma unidade humana. Também dá para realizar magichange com monstros fusionados gigantes e também dá para fazer dual com dois gigantes.
Outra mudança nas batalhas é que agora os ataques em Tower também tem evilities para aprender, como poder andar e ataques especiais.



Existe agora uma função chamada Cam-pain HQ, muito parecido com a sala de aula do Disgaea 3 mas agora existem estruturas, os Devil Symbols, que oferecem bônus para aqueles que estão em sua área de influencia (que nem os clubes do anterior). Novas áreas são abertas no mapa conforme as áreas do jogo são conquistadas e com isto mais slots para personagens são habilitados.



Uma das novidades é o modo de criação de mapas. É possível fazer novos mapas para se divertir no conforto do modo offline ou distribuí-los pela internet. É claro que também pode fazer o download de mapas para desafios customizados. Outra inovação é que no modo online onde basta pegar sua pirate ship e se meter nos jogos de outras pessoas online, mas em geral com o nível parecido com o seu e dá para ligar e desligar as funções online a qualquer momento no menu.
A função de criar mapa também habilita a edição da área central do jogo ao gosto do jogador. Pode-se usar um mapa de batalha normal como base ou criar do nada da maneira que bem entender.



O único problema é que perto do final do jogo há um grande salto na dificuldade, principalmente no último episódio. Se o grupo não tiver ótimos equipamentos, um bom nível e uma boa estratégia vão ser mais algumas boas horas dando um grinding básico.



Gráficos

Finalmente houve uma atualização gráfica!
Agora todos os personagens contam com maravilhosos gráficos em alta resolução, foi tudo re-desenhado de maneira cuidadosa e estão bem fieis ao anterior. Há a opção de mudar para os gráficos antigos no menu (com direito a um troféu de nostalgia). Eles tem o mesmo numero de sprites, mas o tamanho e o detalhamento não.
Todos os portraits nas cenas são animados como em Disgaea Infinite e são tão grandes quanto em Disgaea 3. Alguns são simplesmente hilários e dão um charme a mais aos diálogos.



Uma critica é que o jogo continua com ângulos de câmera fixos e pode ser um pouco difícil de ver em mapas com mais elementos ou muita variação de terreno (isto as vezes obstrui a vista). É um problema comum na série que ainda não foi resolvido.

Som

As vozes continuam maravilhosas. Troy Baker faz um trabalho brilhante como Valvatorez, sua energia e seu entusiasmo são viciantes, alguns de seus discursos são de dar um frio na espinha incomum em Disgaea. Fuka age como a tsurende que é para ser, embora a dubladora não esconda que é a Alisa de Gods Eater. O único que tem uma voz estranha que não combinou muito bem é um dos vilões, o Nemo.
As músicas são um pouco decepcionantes. De novo há poucas peças novas e muitos remixes das antigas. Depois de um certo ponto a área central ganha sua trilha definitiva mas que não é tão charmosa quanto a do 3 (vai ser difícil superar).

Conclusão

Disgaea 4 acerta em cheio na grande maioria dos aspectos. É o melhor elenco de personagens até o momento, todos na medida certa e que tem uma certa harmonia entre si (embora objetivos completamente diferentes). Valvatorez é um personagem muito forte que leva a história tranquilamente e o resto do elenco também brilha por conta.
As inovações do sistema de batalha foram poucas com relação ao anterior, mas proporcionam ótimos desafios e novas possibilidades. O jogo continua simples e a curva de aprendizado é suave, perfeito para novatos da série.
E é claro a atualização dos sprites é algo que já deveria ter sido realizado no jogo anterior mas valeu a pena esperar: está muito bonito, colorido e animado, bem diferente da maioria dos jogos da geração atual que só tem cinza, marrom, preto e variações escuras.
Enfim, Disgaea 4 é um jogo feito para agradar tanto aqueles que planejam jogar só uma vez e os que querem chegar no nível 9999, enfrentar Baal e conseguir todos os finais e as armas lendárias.


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1 Comentários

  1. Disgaea é muito bacana, pena que só tive a oportunidade de jogar o segundo jogo da série: Disgaea 2: Cursed Memories.

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