Review - Disgaea 3: Absence of Justice (PS3)



Console novo e a Nippon Ichi lançou mais um jogo da série Disgaea e foi um dos primeiros títulos para o PS3, assim como Devil May Cry 4, Assassin's Creed, Fallout 3, Eternal Sonata e Last Remnant. Final Fantasy XIII só seria lançado no ano seguinte e haviam poucos RPGs para as novas gerações no mercado, mas os gráficos para 2009 prometiam. E quanto a Disgaea 3?

A história

Neste game o Netherworld é uma escola onde os demônios aprendem as técnicas para eventualmente se tornarem ou demônios comuns, bosses ou até mesmo Overlords. A Evil Academy tem matérias indispensáveis para o currículo de um bom vilão, mas como não podia deixar de ser os professores se recusam a ensinar e os melhores alunos são aqueles que matam aula e causam confusão. O personagem principal é Mao, o filho do diretor da academia e o melhor aluno: nunca assistiu uma aula sequer e faz o gênero cientista maluco (uma mistura que ficou interessante). Como melhor aluno ele decidiu que quer o "Poder de um Herói" para se vingar do pai e passou horas fazendo pesquisas intensas em anime e games (um otaku, em resumo). Um dia um humano chamado Almaz chegou ao Netherworld com o objetivo de proteger a princesa e derrotar o Overlord, um exemplar perfeito para os...Experimentos de Mao. Uma pena que só depois que Mao rouba o título de "herói" descobre que Almaz na verdade não é bem um herói, mas sim um covarde bem-intencionado. Sem sua condição de "herói", Almaz vira um demônio-em-treinamento e está em uma corrida contra o tempo para fazer Mao abrir seu coração, descobrir oque é ser um herói e devolver o título dele, andando por aí como servo do demônio pirado (não que ele tenha muita escolha).



Logo outros membros se juntam ao grupo, com Sapphire a princesa pró-ativa que prefere ir e bater no Overlord de uma vez ao invés de ser sequestrada (para o desespero de Almaz); Raspberyl a autoproclamada 'rival' de Mao e maior delinquente da instituição (não perde uma aula, anota tudo que os professores falam e faz trabalho voluntário); Asuka e Kyoko, as ajudantes de Beryl que são apenas recolors de classes comuns; e Champloo, o professor de Economia Doméstica e cozinheiro kung-fu de plantão.
O grupo é ótimo como um todo, as relações entre Mao e Almaz são ótimas e é muito comum a Sapphire ou o Champloo roubarem a cena. O enredo caminha de tal modo que demora um pouco para notar a conspiração por trás de algumas coisas, o próprio grupo leva a história sem notar os perigos que estão envolvidos. O único ponto que ficou um pouco forçado foi a Raspberyl e suas ajudantes. Tudo bem que é centrado em um 'drama escolar', japoneses gostam muito do gênero, mas ela ficou um pouco forçada e é desnecessária.



De novo o jogo tem inúmeros finais, incluindo os falsos ou "bad endings". Existem várias coisas para se fazer no pós-game com história própria e há um modo extra DLC da Raspberyl que resolveu ser professora da academia.



O jogo

Os felonies e Prinny Court de Disgaea 2 foram abandonados e novos elementos foram adicionados: o Magicharge (que foi incorporado na versão PSP do 2) permite que uma unidade tipo monstro se transforma em uma arma para um humanoide durante um número certo de turnos, com bônus e habilidades exclusivas. As torres de personagens podem ser usadas para atacar e tem especiais para eles, isto também foi incorporado em Dark Hero Days.



Agora existe um sistema chamado Evility (uma mistura das palavras "Evil" e "Ability"). São habilidades passivas e os personagens tem dois slots: um é do evilty nativo do personagem ou da classe e o outro pode ser comprado. Por exemplo, Almaz começa com "Hero's Oath" que se o inimigo for de nível mais alto, o dano recebido dos ataques diminui em 50%. Mao tem bônus de ataque físico pela quantidade de unidades adversárias no mapa. Os personagens já tinham isto nos jogos anteriores, mas é a primeira vez que pode comprar habilidades passivas extras para melhorar a customização dependendo do seu modo de jogar.
Falando em "comprar" habilidades, agora os golpes especiais são comprados com Mana (assim como os Evilities) e também podem comprar as atualizações. Isto pode ser um problema para unidades de cura, mas para as de ataque não é um grande problema.



Os Geo Panels foram melhorados de certo modo. Além dos Panels existem os blocks, que tem propriedades parecidas: ao invés de afetar o chão com a mesma cor que está, o Geo Block dá bonus para as unidades que estão em cima dele ou em caixas logo acima deles. Para destruí-los basta ou bater nelas normalmente ou arremessar um block da mesma cor para iniciar uma reação em cadeia e destruir todos com aquela cor. Mas só se pode levantar um geo block se ele não está encostado em nenhum do mesmo tipo. Parece complicado mas as regras são bem simples na prática e criam quebra-cabeças bem interessantes.



Além do Item World existe o Class World, que ao invés de melhorar um item ou um equipamento melhora um personagem. São sempre 10 níveis, começam com o nível atual do personagem escolhido (exemplo: um Mao lvl 100 vai ter inimigos do mesmo nível no primeiro andar) e melhoram aspectos como movimento, counter, acertos críticos e similares, mas ele tem um custo em mana. Para diminuir o custo e acumular ainda mais mana é só destruir todos os geo blocks de um andar. Infelizmente o numero de quantidades que um personagem pode usar o Class World depende da transmigração atual: se for um good-for-nothing ou incompetent só pode uma vez, enquanto um average ou skilled pode ter até 2 visitas. Este contador é zerado a cada reencarnação.
No Item World em si além dos piratas dos jogos anteriores tem o "reverse pirating", em que a sua própria party monta seu transporte e explora os mapas atacando indiscriminadamente! Para quem gosta de passar horas e horas no Item World é uma ótima diversão.



O sistema de 'mentor e discípulo" foi abandonado em favor de um mapa que parece uma sala de aula. Cada personagem tem uma carteira e os personagens sentados ao redor tem maiores chances de participarem de um combo. Existem também os clubes que além de aumentarem as chances de combos também conferem bônus para as unidades como ganhar uma porcentagem da experiencia caso os outros membros derrotem inimigos e coisas similares.



Gráficos

Por mais que tenha cenários bonitos, portraits entre batalhas grandes e detalhados e menus bem definidos, continuam usando os mesmos sprites do PlayStation 2, o que é uma grande decepção. É uma das maiores críticas a este jogo, que nem ao menos refizeram as classes antigas. O hardware do PS3 poderia ser melhor aproveitado neste caso.



Som

Neste jogo as vozes se destacam. Vic Mignogna está um show como Mao, com ótimas risadas de cientista e voz histérica nos momentos certos. Dave Wittenberg como o mordomo Geoffrey e outros personagens mostra o como ele é um dublador muito versátil e eficiente. Enquanto isto, Johnny Yong Bosch (Almaz) faz uma voz muito semelhante ao Emil e Laura Bailey (Raspberyl) consegue fazer uma 'Marta' ainda mais metida a fofinha. Não que seja algo ruim, mas é um pouco de repetição.



A música de abertura está ótima, mas a usada no cenário central da escola ("Extreme Outlaw King") é uma destas músicas viciantes que não sai da cabeça mas não enjoa. O resto a maioria das músicas são remixes de outros Disgaeas e as peças novas não se destacam muito.

Absence of Detention

Foi anunciado a versão portátil para o PS Vita para ser lançado em 2012. Além de incluir todos os DLCs da versão do PS3, haverá dois personagens novos (Ruchiru e Stella), Fuka e Desco do Disgaea 4 e quatro novos cenários (Almaz e Sapphire; Master Big Star e Salvatore; Kyoko e Asuka; e um cenário para os novos personagens).



Conclusão

Este game marca o amadurecimento da série. A Nippon Ichi redescobriu a formula que fez o Disgaea original um sucesso: a inovação em um estilo mais cômico e ousado. As interações são hilárias, os finais extras são muito bons e o estilo "anime" está ainda mais marcante.
As batalhas estão mais divertidas e ágeis, há uma profundidade maior nas mecanicas de level up e habilidades e os mapas de história desafiam na medida certa. O jogo só pecou por não aproveitar os recursos do sistema para melhorar os gráficos.


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