Review - MegaMan Battle Network 3 : Blue Version - GBA


E mais um jogo da série Battle Network que desta vez tem duas versões e algumas mudanças interessantes.

A história

Lan e MegaMan derrotaram a WWW e a netmafia Gospel mas a vida deles não mudou muito até que eles foram convidados para um torneio de NetBattle, chamado de N1 Grand Prix e patrocinado pela rede de televisão.
Ao mesmo tempo que participam da pre-eliminares, a WWW entra de volta a ativa atacando pontos estratégicos da cidade. A principio, Lan e Mega são envolvidos sem querer mas após um primeiro encontro eles fazem o possível para impedir o avanço da organização, mas eles não fazem a menor ideia do plano geral.



Junto com o torneio e a WWW, várias coisas estão sempre acontecendo e há um foco maior nos amigos de Lan, com maior destaque ao Dex e um pouco mais sobre Chaud. Há um uso maior de alguns personagens que não tiveram aparições tão importantes no 2 como o Higsby e a Ms. Mari e foram bem aproveitados. Outras faces conhecidas fazem uma participação curta durante o torneio.


Existem novos personagens e alguns são bem importantes para a história. Um deles veio diretamente dos jogos clássicos do Nintendo 8-Bits e assim como ele teve um papel forte no jogo em que apareceu neste ele também é vital na história. Um outro personagem que apela para o lado emocional do jogador, e é mais efetivo se a pessoa conhecer ou terminar o primeiro jogo.

Uma surpresa agradável foi o desenvolvimento do Lan. É visível o amadurecimento dele e ele mostra várias facetas durante a história. Claro, continua o mesmo Lan de sempre, mas desta vez ele mostra uma complexidade um pouco maior do que antes.



E os spoilers?

Neste ponto ter jogado o primeiro talvez seja fundamental. O que acontece na ultima parte contra o Wily é mencionado o tempo inteiro a partir da metade do jogo e é de grande importância. É uma informação fácil de conseguir na internet e que não tem no anime, mas é bem mais interessante descobrir jogando.



O segundo jogo é menos citado, com a única parte importante resumida em uma cena e um trecho do final. Poderiam ter aproveitado um pouco mais a promessa que o Lan fez, mas talvez devido as circunstancias não conseguiram ou resolveram deixar para outra ocasião.



Há vários momentos bem dramáticos, mas poucos são baseados nos anteriores. Um dos mais dramáticos é sem dúvida uma continuação direta do primeiro, dá para notar que deram algumas explicações ao Lan fora dos jogos e serve como uma mini-recapitulação.

O jogo

As mudanças do segundo jogo continuam. Ainda há a limitação de memória para os chips, só que eles foram divididos em chips normais, Mega chips e Giga chips. Os Mega são os raros e de Navi e há uma limitação de quantos podem ser usado. Idem aos de Giga, que são bem mais raros e conseguidos sob certas condições.
Os styles continuam e são 4 elementos mais um especial e eles tem propriedades diferentes que mudam de acordo com a maneira que o jogador luta. Por exemplo, se o Mega focar no uso de chips em geral ele vai ter o Custom style em que pode escolher entre mais chips por turno, se for a defesa há o shield style em que se começa com uma barreira no inicio do turno e o buster pode funcionar como um escudo. E é claro que os elementos do estilo também alteram a interação com o campo, como o de fogo não tomar dano por lava e o de água não escorregar no gelo. São inúmeras combinações mas só se pode manter um estilo por vez e é oferecido a chance de mudar apenas depois de um numero determinado de batalhas.



Uma das melhorias do Mega é o customizador onde se carrega programas extras na memória com funções diferentes que vão desde HP extra, não ser afetado por painéis ou evitar batalhas aleatórias contra inimigos fracos só para citar alguns. Também existem os programas necessários para avançar na história que devem ser equipados. Os programas tem forma de bloco e tem que ser alojados no espaço limitado e obedecem certas regras ou podem haver bugs com efeitos diversos durante a batalha.
Depois de um momento Lan pode adquirir ferramentas para hackear o sistema para não ter problemas com estes bugs ou comprimir o tamanho dos blocos e ter ainda mais programas. Pode soar complicado, mas é bem mais simples do que parece.



A navegação pelo mundo virtual é bem mais fácil. Agora para ir entre as áreas existe um metro virtual, atalhos para alguns lugares e para se chegar nas Squares o caminho está marcado com uma cor diferente, é um pouco mais difícil se perder. Claro que há exceções como a Undernet e os sistemas da base da WWW, mas faz alguma lógica. Desta vez o capítulo de andar por toda a rede não foi tão irritante, mas os inimigos foram mais difíceis. A parte do torneio também é como se fosse um mini boss-rush durante o jogo normal e foi bem encaixado.



As redes especificas continuam interessantes, algumas com quebra-cabeças de logica ou enigmas que pedem mesmo que se pense um pouco e um tanto de exploração somado a boa memória.


Os gráficos

Capcom sempre caprichou nos gráficos. Desta vez os lugares são mais urbanos e um pouco menos variados mas levando em consideração a história não é um ponto negativo. Existem vários pequenos detalhes, participações e referencias por todos os lugares. As redes continuam variadas e algumas tem mais animações e ainda mais elementos de cenário. Existem mais inimigos e mais chips, como esperado. Há muito re-aproveitamento, mas não é de se estranhar (é a Capcom).

Desta vez eles resolveram mudar os menus do MegaMan e até se deram ao trabalho de mudar o ícone do Pet, mas nada ainda de corrigir a cor dos olhos do MegaMan que eram para serem verdes e não azuis como nas imagens in-game.



Há dois lugares que chamam a atenção: um é a Hades Island, que faz parte do torneio. A caracterização tanto do mundo real quanto do virtual conseguem passar uma sensação de tensão e mistério, e a música ajuda ainda mais.
Outro lugar é a base da WWW. Quem conhece um pouco da série clássica vai adorar ver como adaptaram a fortaleza do Wily para esta versão.

Som

Uma coisa que sempre foi legal na série MMBN é que além de ter ótimas músicas também sabem fazer bom uso do silencio para criar tensão, que é bem eficiente. Mas a música de "apresse-se" é extremamente irritante. De resto, os mesmos sons dos anteriores são usados aqui.


Duas versões?

Seguindo a moda existem duas versões para este jogo: Blue e White. Há apenas algumas diferenças de decoração como posteres na parede e coisas do nível. Existem apenas alguns Giga Chips únicos, mas não são necessários para completar o jogo.
A única coisa que muda é que em um ponto avançado no jogo são chefes diferentes: a versão Blue tem o BowlMan.EXE e a White tem MistMan.EXE mas nenhum deles é relevante para a história.


Conclusão

MegaMan Battle Network 3 é um jogo extremamente prazeroso. Não há momentos monótonos, muitas coisas para explorar e achar além de uma ótima história. Os diálogos foram bem-escritos e eles prestaram muita atenção tanto em amarrar a história de maneira apropriada, esclarecer alguns pontos e ligar os jogos anteriores sem deixar de expandir ou melhorar sem usar retcons. Os personagens estão mais "vivos" e há uma carga muito forte neste jogo, o final é de prender a atenção.
O sistema está ótimo e há muito que se descobrir com uma parte de customização que realmente se adapta ao jogador e há um equilíbrio maior que dificulta apelar. Os extras pós-game não são novidade, mas desta vez foram melhor aproveitados. É um jogo bem recomendado.

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