Review - Power Instinct Matrimelee - Arcade



Depois do lançamento do Street Fighter todas as companias resolveram fazer um ou dois jogos de luta. Killer Instinct, Mortal Kombat, Brutal Paws of Fury, Fatal Fury entre outros. A Atlus lançou a série Power Instinct ("Goketsuji Ichizoku" no Japão) com uma história simples (como a maioria na época): a cada 10 anos a família Goketsuji faz um torneio para determinar quem é que vai ser o líder do clã. Além dos personagens clássicos (o japonês "shoto" da vida, o americano bad-boy, a garota, o ninja, o índio...) o jogo não se leva a sério com direito a menininhas mágicas, mulheres-macho e dentaduras voadoras. A série não é muito popular no ocidente mas tem uma base sólida na terra natal.
Em 2003, na época que re-descobriram os jogos de luta a Noisy Factory ressuscitou a série com Power Instinct Matrimelee após trazer a série Double Dragon de volta com um jogo de luta, o Rage of the Dragons.



Mas o que diabos é Matrimelee? É a junção das palavras "Matrimony" e "Melee". A história em si é que os membros da família foram convidados para um grande torneio que tem como prêmio a mão da riquinha "Princess Sissy" (ou de um "príncipe" no caso das garotas, o irmão dela).



Há 15 personagens iniciais, mais 4 secretos e a chefe final, cada um com suas motivações (uma mais hilária que a outra). Os personagens mais antigos foram reformulados e estão com visuais renovados enquanto os personagens novos se encaixam perfeitamente no elenco.



O sistema de luta é bem simples: A e B para soco e chutes fracos, C e D para soco e chutes fortes. Com C+D o personagem faz um ataque para derrubar e C+D enquanto abaixado arremessa o inimigo para cima. Se apertar estes botões enquanto bloqueia, o personagem dá um parry com contra-ataque. O que tem de diferente é a barra de estresse (Stress Meter) e o Bloodline Battles.
A barra de especial enche normalmente durante a luta ao atacar, ser atacado, como em qualquer jogo do gênero. A diferença é que quando a barra enche um nível por um instante o personagem tem uma explosão de Ki, sendo rodeado por energia. Quando isto acontece, além de ficar invisível por uma fração de segundo o adversário toma dano e é arremessado para longe. E sim, isto pode acontecer tanto para personagem jogadores quanto CPU.
Outro fator diferente é que quando os dois personagens fazem provocação (taunt) ao mesmo tempo começa um Bloodline Battle. Uma tela de TV aparece e quem apertar o botão que aparece na tela primeiro acerta o oponente.



Todos os personagens são muito bem coloridos animados, seguindo o estilo do RotD. Tudo é feito com um grande detalhe, com muitos quadros de animação para cada detalhe e tirando as duas velhinhas (que são gêmeas) não há re-aproveitamento de sprites.
Enquanto há um cuidado bem legal com os personagens, o problema são os cenários: 10 personagens lutam no mesmo cenário (com 6 variações dele) e mais um cenário (com variações) para os quatro personagens secretos. O resultado é mais do mesmo, o que é uma pena já que tiveram um cuidado tão grande com os lutadores



Por sinal os personagens secretos são participações especiais do Rage of the Dragons que podem ser acessados usando código. São eles: Jimmy Lee (sim, o "irmão de vermelho" do Double Dragon), Lynn, Elias e Jones. Foram diretamente importados do jogo anterior, com direito aos mesmos portraits, vozes e movimentos. Não há critérios para enfrenta-los, durante o modo de um jogador enfrenta 2 deles aleatoriamente entre uma luta e outra.
A chefe final, Sissy, segue uma longa tradição de chefes estilo SNK de apelar como se não houvesse amanhã, defender tudo e contra-atacar com força. Isto pode ser bem frustrante no começo mas com o passar do tempo dá para decorar o padrão.



Uma coisa que chama atenção é a trilha sonora. A maioria das músicas são cantadas (em japonês) e cada uma é mais engraçada que a outra. Por exemplo, no cenário das duas anciãs há uma música (com direito a cantora no fundo seguindo a luta) sobre o como que a internet é maravilhosa (o nome do cenário é "Subarasiki Intaanetuto"); enquanto no cenário das garotas fala de uma jovem que adora comer batata frita, com uma mulher tocando violão e cantando a música sentada em um banco cheio de flores suspenso no ar. Tem até paródia de uma banda de Heavy Metal chamada "Debu" (significa "gordo") com vários lutadores de sumô na plateia! As trilhas sem letras não são ruins, muitas são bem agradáveis de se ouvir mas as cantadas são marcantes.


Há ainda uma versão para o Playstation 2 que é como se fosse uma continuação. A Sissy não é mais a chefe final e foi substituída por Bobby Ologun, inspirado no lutador da vida real de mesmo nome. Além disto, dois personagens clássicos (Angela e Bunta) estão de volta, mas não há mais os personagens de RotD ou Poochy (que no original era uma forma super-poderosa do Bunta) e novos finais. De resto, é a mesma coisa.

Enfim, Matrimelee é um jogo de luta divertido que foge do convencional. Para quem gosta do gênero e quer tentar algo diferente mas não quer fugir demais é uma boa opção.

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