Review - Mortal Kombat - PS3



Quando Mortal Kombat começou a entrar no universo 3D as criticas ficaram cada vez piores, principalmente depois do 4. Quando falaram do "Mortal Kombat 9" os fãs ficaram preocupados: seria outro jogo tão ruim quanto os outros? Ou será que finalmente aprenderam?

A história

Shao Kahn venceu. Em Mortal Kombat: Armageddon (o sétimo da série), os combatentes estavam cada vez mais poderosos e os Elder Gods não tinham mais como dete-los. Pouco antes de morrer, Raiden mandou uma mensagem para si mesmo no passado para evitar a destruição da Terra e de todos os outros Reinos conhecidos. Raiden só tem algumas visões vagas e seu amuleto como pistas: quanto mais próximo do desfecho catastrófico, mais seu amuleto se parte.
O jogo narra desde o Mortal Kombat I até o III, mas de uma maneira diferente: como Raiden tem estas visões ele tenta modificar algumas coisas. Por exemplo, Johnny Cage era para ser morto por Shao Kahn no final de MK2, então ele manda o ator ficar por perto dele. Entre outras alterações.



No modo "Story" é um personagem por vez contando toda a história dos torneios, cada um tem quatro lutas com cenas entre uma e outra e até 'comemorações' diferentes dependendo da luta.
Os dubladores são bons e o roteiro foi bem escrito, deixando o jogador interessado em saber se Raiden vai mesmo conseguir salvar a Terra e as mudanças que cada interferência dele vai causar. Muita coisa do roteiro conta com retcons, como Quan Chi estar presente durante o primeiro torneio mas são inseridos de maneira natural.



Também há os finais do modo Ladder, que seria o modo Arcade clássico e é possível re-assistir qualquer destes finais quando quiser na Necropolis junto com as bios e roupas extras adquiridas. Apenas no modo história que é preciso re-jogar para ver as cenas.

O Jogo

O sistema de jogo é completamente diferente dos jogos anteriores da série. O jogo é em 2D clássico com gráficos em 3D (chamado de 2.5D) com a configuração de 4 botões (soco forte, soco fraco, chute forte, chute fraco) e mais o botão de defesa, como é de se esperar da série. Há agora uma barra de especial que pode ser usada para fazer supers, combo-breaker ou ainda um movimento especial chamado X-Ray move em que a câmera mostra o estrago dos ossos quebrando e órgãos se rompendo durante este golpe (que em geral é arrasador).



Claro que os Fatalities estão de volta, dois por personagem, um Babality e os fatalities de estágio. São 27 personagens mais o Kratos (exclusivo do Playstation 3) além de atualmente ter três personagens disponíveis para download: Kenshi, Rain e Skarlet.



Agora também há luta de modo tag (dois jogadores se alternando), modo de desafios (Challenge Tower), os modos de "Test Your..." e modos de luta online. O modo Challenge Tower consiste em 300 missões que dão prêmios variados. O modo "Test Your Might" do Mortal Kombat I está de volta como um mini-game a parte, junto com "Test Your Sight" (do Deadly Alliance) e os novos "Test Your Strike" (destruir um bloco especifico em uma pilha) e "Test Your Luck" (vencer batalhas com condições especificas, como não pular ou defender).



O modo Tag é inspirado no melhor de Marvel vs Capcom 3 e Tekken Tag Tournament, feito de maneira bem eficiente. Dá para notar que os desenvolvedores andaram jogando material dos concorrentes e lendo criticas de fãs nos forums: este jogo tem um pouco de tudo, e bem executado. O modo história é praticamente um Konquest Mode só que sem ter que ficar andando pelos mapas, como se fosse um grande filme interativo.
A Krypt está de volta, e desta vez só libera personagem e cenários novos ao jogar o modo Story. Mas é possível destravar roupas extras e o segundo fatality de cada personagem na krypt, além de artworks, músicas e estas coisas menores.



Um dos maiores cuidados do jogo foi a localização dos jogos: no Brasil temos legendas em português brasileiro, há uma versão em espanhol e várias outras dependendo do local. Isto pode atrair jogadores que não tem domínio do inglês para entender melhor a história do jogo.

Os Gráficos

Mortal Kombat nunca esteve tão bonito. A qualidade dos modelos estão finalmente de acordo com as novas gerações e os designs estão de primeira. Os cenários estão de encher os olhos e tudo é tão detalhado e vivo que é difícil cansar de admirar.



Como era de se esperar o jogo está bem cheio de sangue, destruição e violência. É um jogo para maiores de 18 anos sem a menor dúvida, ele foi até mesmo banido na Austrália. Há algumas cenas no Story Mode que são mesmo perturbadoras e alguns cenários também tem elementos que não são recomendáveis para jogadores mais fracos. Os Fatalities, X-Ray Moves e os hematomas que os personagens vão acumulando durante a luta tem um grande realismo, com direito a deformação e roupas rasgadas.



Existem vários elementos "bonus" e cameos, como Daegon, Kenshi, Reiko, Frost e Sareena lutando ao fundo do Pit II, ou ainda Tanya e Li Mei como prisioneiras na arena do Shao Kahn. Dá para lutar contra o Reptile, Smoke e a Jade clássicos usando certos 'truques' muito parecidos com as versões originais. Eles foram cuidadosos em todos os detalhes.



O Som

A maioria das músicas são remixes e re-leituras das trilhas dos jogos referentes, com algumas peças novas se encaixando bem no meio mas nada que seja memorável ou que chame a atenção.



Os dubladores também estão impecáveis. Eles escolheram cada um deles a dedo e capturaram bem o estilo de cada personagem. Não há o que reclamar, todos eles foram bem competentes e a captura é de primeira.

Conclusão

Mortal Kombat não é apenas uma re-leitura de um clássico, mas sim um jogo de qualidade como a série não via há muito tempo. Todos os elementos dos jogos originais foram respeitados e atualizados de acordo. É sem a menor dúvida um dos melhores jogos de luta da nova geração.


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