Review - Shadow Hearts : From the New World - PS2

Com Shadow Hearts Covenant a Nautilus conseguiu várias criticas positivas, tanto no Japão quanto no ocidente mas não teve vendas fortes. Pouco mais de um ano depois do lançamento do jogo anterior lançaram a sequencia: Shadow Hearts : From The New World , novamente para PS2.

A História

O ano é 1929, cidade de New York nos EUA, bem longe dos acontecimentos envolvendo Yuri e seu grupo. Johnny Garland é um garoto de 16 anos que é um detetive particular e é contratado pelo estranho professor Gilbert para encontrar um homem chamado Marlow Brown. Quando Johnny finalmente o encontra, o homem entra em pânico, uma janela vermelha abre e um monstro salta, matando Brown. Johnny é resgatado por Shania, uma índia que tem poder de fusão similares ao Yuri, e seu amigo um enorme nativo chamado Natan. Ao procurar Gilbert por explicações, o grupo acaba se envolvendo em uma trama ainda maior.



Ao mesmo tempo, no Brooklyn, um criminoso é ferido tentando fugir da policia quando uma mulher misteriosa aparece e mata os guardas. Então ela cura os ferimentos dele com um beijo, sem dizer uma só palavra. O homem se identifica como "Killer" e como ela não fala, resolve chama-la de "Lady" e ajuda-la no que ela quiser. Por algum motivo, Gilbert se mostra fascinado com Lady quando a conhece e resolve se juntar a dupla.



Desta vez o jogo tem só um disco e novamente se divide em duas partes: América do Norte e América Central/do Sul. O grupo consegue ser ainda mais estranho que os jogos anteriores: Johnny é um garoto aparentemente normal, mas que consegue invocar uma espada de Malice; Shania, a xamã que assume a forma de espíritos naturais; Natan, o protetor dela e que usa uma técnica chamada "Gun Fu" e caça UMAs (criaturas estilo "chupacabras" e outras que são materiais de lendas urbanas até mesmo hoje em dia); Frank Goldfinger, o excêntrico ninja americano treinado no Brasil; Mao a gata falante gigante que luta drunk-fu; Ricardo Gomez o mariachi ex-capanga de Al Capone e Hilda Valentine, a gothic lolita com síndrome de Sailor Moon que luta wrestling e é irmã de Keith e Joachim.



Há um grupo limitado de vilões: apenas Lady, Killer e Gilbert se opõe diretamente ao grupo. Os NPCs também são meio que limitados e excêntricos: além dos que estão retornando há algumas figuras histórias famosas que ajudam o grupo, alguns outros tão estranhos quanto o grupo e outros sem importância.
O jogo deixou de lado o estilo "sombrio" dos jogos anteriores e é bem mais colorido, alegre, bem-humorado e engraçado. O jogo tem alguns momentos bem dramáticos, como a parte do Ricardo, mas o jogo só fica sério mesmo muito próximo ao final. E quando vira, muda totalmente o tom do jogo.



Existem dois finais, como é tradição da série. Ele depende de novo de side-quests envolvendo as fusões de Shania. E as outras algumas são retorno de velhos favoritos (como o "Man's Festival" e "Dollhouse"), ou completamente originais mas sem muita novidade ou grande destaque nesta parte.



É um jogo gostoso, mas por um bom tempo não parece ser bem um Shadow Hearts. Claro que Roger está de volta, temos tragédias envolvendo Malice, temos até mesmo H.P. Lovecraft aparecendo como um NPC secundário. Mas a história demora demais para "acontecer" e ficar mais séria.

O Jogo

Mais uma vez a estrela é o Judgment Ring, melhor do que antes. Agora há o "Stock" em que o personagem acumula ao realizar ou tomar um ataque e pode usa-lo de várias maneiras: fazendo um ataque duplo (duas ações em um só turno) ou começar um combo. Também dá para fazer um Combo Duplo e todas as melhorias do Covenant foram mantidos.



Os Crests estão de volta, mas agora são baseados no zodiaco, chamados de Stellar Charts. Fusão agora é baseado em espíritos naturais e totems destes espíritos, mas funciona da mesma forma de antes.
A fotografia que era da Anastasia foi melhorado e agora Johnny pode usar também para pegar dados dos inimigos e também trocar fotos por prêmios. Existe até mesmo uma quest baseada nestas fotos.



Os Gráficos

Houve uma melhoria na engine gráfica, mas não muito. Agora há texturas in-game muito melhores que em relação ao Covenant e há um filtro gráfico que pode ser ligado e desligado a vontade.



Os cenários estão bonitos e extremamente coloridos. São bem variados indo de New York, ilhas do Caribe e até mesmo o Rio de Janeiro (a semelhança é impecável).



Há alguns monstros que foram re-aproveitados dos jogos anteriores, como os capangas. Mas os novos estão medonhos no melhor sentido da palavra, sendo mais estilo do primeiro jogo.

Som

Yoshitaka Hirota voltou e desta vez foi ajudado por Tomoko Imoto na parte da trilha sonora. E mais uma vez são ótimas, apenas algumas que destoam do geral.
As vozes americanas estão bem próximas a japonesas e fazem um bom trabalho. O problema é que a nova distribuidora a XSEED Games não chamou os mesmos dubladores para alguns papeis (importantes) do jogo anterior e mudou alguns nomes. Mas de resto, foram boas escolhas.



E o que aconteceu?

A Aruze/Nautilus se dissolveu e vários dos seus membros foram para a feelplus junto com outros ex-funcionários da Square-Enix e da Scarab a principio para ajudar a Mistwalker. Depois a feelplus foi absorvida junto com a Artoon e Cavia pela AQ Interactive.
Por algum motivo lançaram uma maquina de slot-machine no Japão baseada na série e os personagens de Covenant apareceram no péssimo Chaos Wars para Playstation 2 feito pela Idea Factory (com uma tradução ainda pior). E assim a série acabou de vez.



Veredito

É um RPG bom que dá algumas várias horas de diversão, um elenco interessante e uma boa história que só acontece mais para o final. Os cenários bonitos e coloridos escondem monstros hediondos com acontecimentos sombrios. O sistema do jogo continua de primeira, sendo ágil, criativo e bem divertido. Não é do mesmo nível do seu antecessor, mas continua sendo um excelente RPG.
Se você é fã da série, vai ficar triste por não ter o Yuri e os outros, mas dá para se divertir. Se não conhece a série, melhor: não é preciso muito conhecimento anterior e o jogo parece mesmo voltado para atrair novos jogadores.

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