MegaMan sempre foi uma série bem popular. Os jogos de ação sempre foram muito divertidos e há sempre fãs pedindo por mais jogos das várias séries (clássica, X, Zero, Legends, StarForce...). Ao comentar dos jogos sobre
amizade resolvi re-jogar cada um dos jogos da série Battle Network. E resolvi fazer umas reviews para acompanhar.
A história
No mundo de MMBN há vários avanços tecnológicos para melhorar a qualidade de vida das pessoas, embora a maioria sejam mais discretas. Uma das grandes diferenças são os PETs (
PErsonal
Terminal), programas de inteligencia artificial com objetivo de auxiliar as pessoas no dia-a-dia. Alguns programas mas simples servem para controlar equipamentos, como regular a temperatura ou mudar o canal de TV. Outros mais complexos presente em celulares ou PDAs são ajudantes pessoais e são usados para trabalho, pequisas ou até mesmo como simples companhia. Por causa dos vírus na rede não é incomum estes PETs serem usados para batalha e com o tempo isto virou diversão.
O jogador controla Lan Hikari, um garoto da 5ª série e seu Navi (o termo para PETs mais avançados), MegaMan.EXE. Uma organização terrorista chamada WWW (pronuncia-se
”World Three”) causando vários ataques criminosos aparentemente sem ligação e trazendo grandes problemas para ACDC Town. Lan e MegaMan várias vezes se encontram sem querer no meio da confusão e fazem o possível para ajudar mas com o tempo as coisas começam a ficar mais pessoais e a dupla logo começa a tomar a iniciativa de ir atrás da WWW.
Isto tudo se desenrola quase como “episódios” de anime, com algum problema causado por Navis e seus Operadores a serviço da WWW, uma área temática, luta contra o Navi responsável (um reminiscente dos Robot Masters/Mavericks) e tudo volta ao normal... Apenas para revelar que um plano muito maior e terrível está por trás. A estrutura e a história são básicas, mas bem-elaboradas e com um desenvolvimento prazeroso. Os personagens tem bons diálogos e são carismáticos, é difícil não se importar com Lan e Mega.
Existem vários sub-plots como Dr Froid, colecionar chips dos chefes, enfrentar Navis secretos e coisas menores (como ser um bom garoto e ajudar um velhinho a encontrar sua dentadura). Como não podia faltar há pelo menos duas grandes revelações perto do final.
O Jogo
Era algo bem “incomum” quando foi lançado, mas altamente viciante. Existem dois mundos para explorar: o real, onde Lan interage com as pessoas, vai para a escola, lojas e tudo o mais; e há a internet e as redes, onde MegaMan explora para descobrir novos lugares ou corrigir algum problema criado pela WWW. Nestes mapas é onde ocorre a ação de verdade, com direito a quebra-cabeças e batalhas.
As lutas são como se fosse um RPG tático em tempo real. Uma espécie de “tabuleiro” 3x6 aparece, com metade de cada cor. Em uma metade é o campo do MegaMan, na outra parte ficam os oponentes. Mega pode se mover livremente para os quadros adjacentes (assim como os inimigos) e tem o Mega Buster. Na parte de cima há a barra de Custom e quando ela enche Lan pode enviar informações de chips que ele tem com habilidades que vão desde cura, buffs/debuffs e ataques. Os ataques tem um valor já determinado e alcance variado. Cada chip tem um código (uma letra) e Lan só pode enviar chips do mesmo tipo (por exemplo: 3 Cannons) ou com o mesmo código (como um Steal area e um Sword ambos com código “S”). Caso ao contrário, Mega tem que esperar por um turno até a barra se encher novamente e Lan poder enviar.
Existem os chips dos Navis customizados do jogo com habilidades únicas e podem ser ganhados ou em momentos da história (como os da Roll.EXE) ou conquistados em batalha (todos os chefes e extras). Mas há limitações: MegaMan só pode trazer 30 chips diferentes por luta e apenas 5 de NetNavis por vez. No estoque, não há restrições.
Para aumentar o nível, Lan e MegaMan tem que encontrar ou comprar os itens para melhorar os atributos. Os Power Ups servem para melhorar as 3 propriedades do Buster (ataque, velocidade e carregar) e com HP Memory aumenta a energia. Após um certo ponto do jogo também pode comprar armaduras elementais com vendedores na net. Não há experiencia ou level up tradicionais, apenas estas atualizações.
Os mapas da internet costumam ser logos e alguns podem ser irritantes. Existem quebra-cabeças simples e divertidos, como os de NumberMan e ColorMan mas outros são irritantes, principalmente a última parte do IceMan e a fase inteira do EletricMan. Vários lugares se o jogador contar com um mapa pode ficar um bom tempo perdido.
Quando não se sabe o que fazer, é só apertar o “L” para falar com o seu parceiro para ter uma sugestão. As vezes algumas coisas não são óbvias mas um pouco de exploração ajuda.
Uma parte que foi problemática foi quando o jogo não leu corretamente o meu nível e os meus chips cadastrados, com isto uma personagem não-jogadora se recusou a dar um item necessário para continuar. Não existe um consenso do nível e da quantidade certa de chips, apenas estimativas de fãs e mesmo passando dos requerimentos o jogo não reconheceu. Não sei de casos com cartuchos reais, mas me aconteceu duas vezes no emulador.
Um outro pequeno detalhe são os erros ortográficos, normalmente encontrados em 'figurantes' na cidade, mas o mais grave é que de 10 vezes que o ProtoMan fala, em 9 ele fala “Load” ao invés de “Lord”. Ooops.
Tirando estes pequenos problemas, as batalhas são rápidas, pedem planejamento e são viciantes. Existem várias maneiras de derrotar um inimigo e os chefes tem estratégias cada vez mais interessantes.
Gráficos
Para um jogo do começo do GBA, ele conta com sprites bonitos, limpos e coloridos. Os cenários da vida real são amplos com inúmeros detalhes, como cameos escondidos das séries X e Legends e certas piadas.
O mundo virtual é mais repetitivo, com longos caminhos e várias bifurcações com um simbolo se repetindo no fundo. Em compensação há vários tipos de inimigos (com pelo menos três variações de cores cada) com muitos golpes diferentes. MegaMan pode aprender praticamente todos os golpes especiais dos inimigos, a maioria bem-animados em um número impressionante de ações diferentes.
Som
Por causa das parte técnica, não há vozes e há apenas alguns efeitos sonoros. Alguns deles são bem nostálgicos, como o som que o MegaMan faz ao ser derrotado (quero dizer, deletado). Todos eles se encaixam perfeitamente e não há um único som fora do lugar.
As músicas são bem agradáveis, nenhuma marcante mas nenhuma fica enjoativa. Há um bom uso dos sintetizadores do GBA para as melodias.
Conclusão
MegaMan Battle Network é um começo sólido para uma franquia, com elementos interessantes, uma boa história e personagens ótimos. Mesmo quase 10 anos depois continua sendo um bom RPG com uma mecânica única capaz de proporcionar ótimos momentos. Claro, não é perfeito mas as sequencias foram aprimorando cada vez mais e inserindo novos recursos e expandindo a história.
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