Review - Big Bang Beat 1st Impression - PC



Jogos de luta doujins estão cada vez mais comuns, como o já mencionado Melty Blood e outros como Vanguard Princess, Akatsuki Blitzkampf, Arcana Hearts, Nitro Royale e Million Knights Vermillion só para citar alguns. Um dos motivos do aparecimento destes jogos foi que em 2007 os jogos de luta em 2D das grandes companias como Capcom e SNK-Playmore não estavam indo muito bem das pernas. Os títulos de porte estavam sendo um verdadeiro fiasco, como Capcom Fighting Evolution, Neo Geo Battle Coliseum e as inúmeras revisões de Guilty Gear. Com isto, empresas menores pegaram o que fazia de sucesso dos grandes clássicos, juntavam e começaram a fazer jogos de boa qualidade e atraindo uma boa quantidade de fãs. Melty Blood foi o primeiro de muitos que vieram por vir.
Um destes jogos é o Big Bang Beat : 1st Impression, baseado em um eroge-Tactical RPG chamado Big Bang Age, produzida pela Alicesoft.

História
No jogo original conta que em 200X um buraco gigante apareceu no meio do Japão, chamado de "Demonic Hole". Com a aparição dele, o mar se dividiu e a terra começou a mudar de forma, o Japão inteiro estava completamente deformado. Cristais negros apareceram em todos os lugares e passaram a dar poderes especiais a algumas pessoas, chamadas de "Estudantes Especiais", que logo passaram a serem alvo de preconceito e medo. Logo o país inteiro passou a ser governado pelo terror e violência, e foi isolado do resto do mundo.
Um ano depois do tal acontecimento, um Estudante Especial com uma força extraordinária resolveu fazer a União dos Estudantes para juntar os que tem poderes especiais e retornar a ordem ao país. Claro que as coisas não foram bem por aí.
Não era de se esperar uma grande história, é apenas mais um plano de fundo para o combate, mas pelo menos dá um plano de fundo enquanto outros jogos simplesmente soltam um "há um torneio. Lute".



O jogo
Com a mecânica inspirada em Melty Blood, Big Bang Beat é um jogo bem rápido e ágil, num estilo Capcom e Arc System de ser. Há o Story Mode (arcade), Vs Human (contra um jogador), Vs Computer (uma partida única), Survival Mode, Training e Replay (que mostra as partidas gravadas).
São 10 personagens ao todo, com duas versões super-poderosas de personagens existentes e dois personagens comédia.



O jogo contém três ataques: fraco, médio e forte, e o quarto botão é o de "Boost", que é uma parte importante na mecânica, que irei explicar um pouco mais adiante.

Existem várias barras importantes no jogo: a P-Gauge é a barra laranja logo abaixo da de energia e regulariza os ataques especiais (e ataques fortes na atualização 1.01). Toda vez que se usa um ataque especial, a barra cai e o jogador não pode usar mais golpes a menos que a encha de volta, seja esperando com o tempo ou usar o botão de "Charge", carregar, que deixa o personagem vulnerável a um ataque. Mas conforme o jogador vai perdendo vida, a esta barra se completa mais rapidamente o que ajuda caso resolva apelar de ultima hora.
Outro detalhe importante é o valor de correção de ataque (Attack Power Correction), que é o número que aparece perto do centro da tela. Ao usar o Charge e ficar movendo os direcionais rapidamente é possível sacrificar vida para aumentar o valor do ataque, podendo aumentar até 199% o valor do ataque, mas o personagem fica com um de vida.



O B-Power Gauge, que seria a barra de especial, enche quando ataca o oponente ou pegar as gemas que caem conforme o adversário leva golpe (que nem em Pocket Fighter) e é ativado por combinações do botão de Boost. Quando a barra está em 100 ou maior é possível usar Power Arts (super-especiais, custam uma barra), B Dash (uma versão melhorada do Dash, capaz de cancelar qualquer movimento e é útil para combos, também custa uma barra), B Counter (além de bloquear o ataque ignorando o dano, dá um belo dano no oponente), B Escape (permite escapar ao ser atacado, bom para se livrar dos hypers, mas costa 4 barras), e o Big Bang Break a partir da atualização 1.02 (seria os hypers do jogo, que são ativadas de maneiras diferentes para cada personagem mas o comum é cancelar um B Power Art com um comando. Custa 2 barras).



Além de ser usado com a barra de B-Power, o botão Boost também serve para dar dashs, cancelar ataques e coisas assim, similar a Melty Blood. Com isto o jogador pode fazer longas sequencias de combos de encher os olhos.
Também existe o botão de taught, o "enhance", que o uso varia de acordo com cada personagem. Pode variar desde modificar o dano dos ataques como também fazer uma transformação. Outro detalhe é que o round seguinte começa imediatamente, com o oponente derrotado recuperando todo a energia mas não o vencedor.

Gráfico
Os sprites são bem-feitos e animados, com uma ótima movimentação e bons detalhes. Está bem claro que eles basearam nos padrões estabelecidos com Melty Blood com personagens bem-elaborados mas numa resolução menor usados em um cenário de alta qualidade.
Os 10 personagens são detalhados e cada um tem seus movimentos próprios. Nenhum deles é exatamente original, não é difícil ver que o Agito of the Dark é o "freak" do jogo, Daigo é o seu clone padrão de Bruce Lee, Senna lembra muito a Nakoruru, tem a dupla de gêmeas Kendo e Kyudo (pensa em Hisui e Kohaku vestidas de colegial), mas são designs consistentes e não chegam a serem simples mas não beiram o exagerado.



Os cenários são em alta-resolução, vários deles são animados e com efeitos especiais. Quando os personagens tomam distancia um do outro o cenário dá zoom out, mostrando uma área maior e os sprites são re-dimensionados de acordo. São 13 cenários, um número bom para a quantidade de personagens, mas eles poderiam ter um pouco mais de elementos.
Vários menus e transições são inspiradas em Guilty Gear, não que seja algo ruim, e é feito com qualidade, mas não tem nada de marcante.

Som
A música é feita por um grupo de doujin rock chamado MitJam e como é de se esperar a maior parte da trilha é rock. A inspiração de Guilty Gear é extremamente visível nesta parte e a música da batalha final tem um inglês tão horrível que é impossível de levar a sério. Mas fora isto a trilha é ótima, bem agradável de se ouvir. As vozes não tem nada de especial, apenas fazem a sua parte.



Conclusão
Big Bang Beat não vai levar qualquer prêmio por originalidade, usa formulas bem conhecidas e comuns a vários jogos de luta. Mas é um jogo bem-feito e com uma boa mecânica, que garante uma boa diversão para jogos de luta. Com controles que respondem, velocidade e um sistema fácil de se acostumar, quem tem um computador e um gamepad deveria pelo menos tentar conhecer este título.


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