Eu adoro jogos de luta, e outro dia graças a uma brincadeira se interessaram em perguntar mais sobre um jogo que eu conheço. Por isto eu resolvi fazer uma review completa.
História
Melty Blood é um jogo de luta que é sequencia do visual novel/manga/
Neste jogo há uma série de assassinatos na cidade bem similares aos acontecimentos de um ano atrás (Tsukihime) e Shiki Tohno fica incomodado com isto, com tantas coincidências e perguntas, então ele resolve investigar. Durante a investigação ele conhece uma garota chamada Sion Eltnam Atlasia, que assim que o vê comanda que ele abra a mão de sua liberdade ou ela irá tomar a força. Depois da luta, ela revela que queria captura-lo para entrar em contato com a "True Ancestor" (ou seja, Arcueid, a heroína do jogo anterior) por estar investigando a "cura do vampirismo". Shiki, como era de se esperar, vê que Sion não é uma pessoa ruim e resolve ajuda-la.
O que diferencia Melty Blood dos jogos de lutas comuns é que há um Story Mode único, intercalando cenas do estilo visual novel para contar o que está acontecendo, as investigações de Shiki e Sion pela cidade procurando pelo assassino e por Arcueid, e as lutas em si. Dependendo de quem luta ou se o jogador ganha ou não (sim, há se perder não há game over ou retry) a história muda, tomando outros caminhos assim como as decisões diferentes em Tsukihime podem mudar completamente o que vai acontecer. É uma mecânica bem diferenciada e foi inovadora na época (aliás, nunca vi algo parecido até mesmo hoje em dia), são oito rotas diferentes para o jogador curtir a história.
Assim como Tsukihime, o grupo Mirror Moon traduziu o jogo inteiro, já está pronto há algum tempo.
Este modo história é uma faca de dois gumes: quem curte história, vai se divertir lendo. Mas para quem quer sair no braço de uma vez e é do tipo que tem preguiça de ler vai querer usar a tecla de "skip" cada vez mais rápido.
O Jogo
Além do já mencionado "Story Mode" único, há o Arcade Mode onde o jogador pode escolher entre os 16 personagens do jogo e enfrentar os oponentes em um modo clássico, sem história; o modo VS para dois jogadores e o Training Mode, como manda a tradição.
O jogo é bastante ágil e rápido, com golpes que fluem rapidamente como os jogos da Capcom. São três botões de ataque (fraco, médio, forte) e um botão de Parry que pode ser imediamente conectado com um dos golpes de ataque ou especial se fizer no tempo certo. Uma das coisas mais incomodam deste jogo são os combos infinitos, o que pode ser problemático contra um oponente que curte abusar deste recurso. Também não há um bom balanço, alguns golpes tem dano meio desproporcional se comparado com os outros, problema que foi corrigido na expansão.
É claro que o jogo tem alguns elementos de brincadeira e comédia, além de outros segredos que só são liberados com uma exploração detalhada do modo Story. No começo apenas seis personagens eram disponíveis para jogar no modo arcade, com os 8 restantes liberados ao jogar o story mode. Mas com uma atualização chamada "Nero Patch", todos os personagens são prontos para usar desde o começo (o que tirou metade da graça de ficar jogando o modo story, mas acredito que tiveram as razões deles).
Um destaque que merece ser comentado é a dupla "Hisui&Kohaku". Para quem não conhece a história, são as duas empregadas da mansão e que são irmãs gêmeas. Elas são personagens individuais, podendo ser escolhidas no modo Arcade e VS sem problemas, mas elas também tem o modo em dupla. Quando em dupla, uma fica no fundo do cenário só acompanhando e as vezes usando alguma magia quando comandada enquanto a que está em primeiro plano luta normalmente, como o Galford e a Nakoruru de Samurai Showdown com seus animais. O detalhe é que com um comando simples o jogador pode mudar de personagem quando quiser, mudando também os golpes da personagem e tudo o mais. Depois disto, outros jogos usaram este tipo de "tag team", mas acredito que este foi o pioneiro.
A minha maior critica é que se não tiver um gamepad compatível devidamente instalado o jogador tem que usar o teclado, e não é possível reconfigurar as teclas.
Gráfico
É um jogo em 2D com sprites bem animados. Cada personagem apresenta uma riqueza de detalhes muito grande e a movimentação dos tecidos (principalmente as saias das garotas e a capa de um dos vilões). Não é difícil dizer, mais uma vez, que a produtora French Bread se baseou nos padrões Capcom de qualidade em jogos de luta. Todos os cabelos se movimentam de maneira suave durante a luta, expressões faciais detalhadas, cada movimento reflete bem cada um dos personagens e os efeitos de luta são bem-feitos.
Som
Além da música cantada de abertura (que chama atenção), a trilha de Melty Blood é bem variada. Existem algumas musicas re-aproveitadas de Tsukihime, principalmente nos momentos de história, mas as trilhas de luta são energéticas e agradáveis, como convém em jogos de luta. Algumas músicas realmente combinam com os personagens que representam, como "Elegant Summer" e "Midnight Raider", enquanto outras são bem genéricas.
Por mais que tenha um anime de Tsukihime ("tem", mas não recomendo), não aproveitaram os dubladores da versão animada, mas isto não é um detalhe que incomodou os fãs (quem curte mesmo Tsukihime se recusa a aceitar o anime). As vozes são ótimas, e um dos dubladores que faz dois personagens é bem convincente em fazer a voz parecer familiar mas completamente diferente (como é para ser). Hitomi (a cantora) empresta sua voz para Akiha Tohno e a famosa Ryōka Yuzuki faz Arcueid.
Re-ACT
Dois anos depois do jogo original lançaram a expansão Re-ACT. Nesta versão, o Arcade Mode tem uma história que acontece após o Melty Blood original.
Fora isto, re-balancearam completamente o jogo, retiraram vários combos infinitos, criaram golpes e especiais para personagens que são doppelgangers de outros e adicionaram 4 personagens não-jogáveis.
Depois ainda lançaram o Re-ACT Final Tuned que adiciona algumas coisas na parte de configuração e muda a jogabilidade para algo mais parecido com o Melty Blood: Act Cadenza, além de melhorar um pouco algumas animações.
Conclusão
É um jogo de luta bem divertido, embora a versão original peque em refinamento (resolvido em Re-ACT). O modo história com certeza é de prender por um bom tempo, para quem não curte tanto "blahblahblah" as lutas são de alta qualidade e bem agitadas. É um jogo sólido e divertido para os fãs de luta.
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