Review - Phantasy Star I, Phantasy Star II, Phantasy Star III e Phantasy Star IV - SMS e GEN/MD

De tanto ter uma overdose de música de Phantasy Star Online eu resolvi falar dos jogos clássicos de Genesis/MegaDrive. Nada como começar bem o ano com bons RPGs, ainda mais clássicos.

Phantasy Star - Master System
Um pioneiro em vários sentidos, foi o primeiro jogo a ser completamente dirigido pela história e provavelmente o segundo jogo a ter uma protagonista mulher (Metroid foi lançado um ano antes).
Em Phantasy Star o jogador é introduzido ao sistema solar Algol, onde havia um soberano muito com conhecido como La Shiec (Lassic). Porém, depois de se converter a uma religião estranha o rei começou a se portar de uma maneira completamente diferente, se tornando um tirano cruel e impiedoso. A história começa quando um jovem chamado Nero começa um levante contra La Shiec e é morto por isto. Sua irmã, Alis Landale, jura vingança e o irmão a aconselha a procurar um homem chamado Odin. Durante a aventura, Alis se junta a Myau, uma criatura similar a um gato que fala (uma raça chamada Musk Cat), que também quer encontrar Odin e salva-lo, mas sozinho ele não tem como. Depois Alis resgata Odin, que é literalmente um tanque vivo e foi transformado em pedra ao tentar destruir a Medusa. E por fim, Noah (Lutz), um mago extremamente poderoso se junta ao grupo. Não demora para o grupo descobrir que há algo muito pior que La Shiec espreitando Algol e ameaçando todo o sistema.
Os desenvolvedores pegaram tudo que já havia no mercado (Final Fantasy, Dragon Quest) e resolveram dar um passo além: o mapa tem várias animações, desde as esteiras em movimento, as ondas dor mar e vários pequenos detalhes. São três planetas com direito a viagens espaciais animadas como transição. As lutas são em primeira pessoa, e os monstros estão sempre se movendo, como batendo asas, respirando e ao atacar mordem, usam as garras e fazem movimentos específicos para isto. E as dungeons são em primeira pessoa, com movimento suave e consistente, precedendo Wolfenstein 3D em 5 anos neste quesito. Ao falar com personagens não jogadores há uma nova tela com a imagem do cenário e um sprite maior representando o personagem, e o jogo é recheado de cenas estilo mangá bem coloridas e detalhadas, feito que nenhum jogo do rival NES/Famicom jamais poderia sonhar. Foi um jogo revolucionário que usou um cartucho com 512kb de espaço, muito maior que os jogos de Master System na época e capacidade para salvar cinco jogos. Também contava com a qualidade sonora do chip especial da Yamaha, sendo muito superior que os outros lançamentos. Mas a versão americana e europeia não tinham este chip, então contavam com uma qualidade um pouco inferior de música.
Phantasy Star é considerado um dos marcos dos RPGs e houve uma excelente recepção tanto na época e até mesmo nos dias de hoje.





Phantasy Star 2 - Genesis
Lançado em 1989 no Japão e no ano seguinte nos EUA, Phantasy Star foi um dos primeiros jogos do Genesis. Mil anos se passaram desde que Alis e seus companheiros salvaram o sistema, e houve mudanças radicais. Em Palma há o centro do governo, onde políticos, tesoureiros e grandes pensadores ficam enfurnados em enormes torres negras, longe do dia-a-dia da grande população. Motavia, o planeta deserto, graças ao sistema de controle de clima chamado Climatol se tornou um planeta vejo e cheio de vida, com os seus monstros sob controle, com vários fazendeiros em seus domos e água regularizada em represas. E Dezoris, o planeta de gelo...Não mudou muito. Tudo isto graças a Mother Brain, um enorme computador que tem como o objetivo cuidar do bem-estar da vida do planeta, regulando desde o climatol, o laboratório de bio-sistemas, enfim, tudo.
A história segue as aventuras de Rolf, um hunter (um aventureiro patrocinado pelo governo) que foi contratado para investigar as irregularidades no bio-lab em Motavia. Logo no começo também conhecemos Nei, uma garota com estranhas orelhas pontudas e que Rolf cuida há algum tempo. Logo Rolf e Nei encontram Rudo, o guerreiro físico (ele ocupa a posição do Odin neste jogo); Amy a maga de cura novata; Hugh, um estudioso especializado em magias fortes contra biomonstros; Anna a anti-hunter, extremamente violenta e poderosa, é uma das melhores personagens físicas do jogo; Kain, que o grande sonho dele era ser um grande mecânico mas ele não tinha o menor talento para coisa, então ele resolveu se especializar no desmanche de máquinas; e finalmente Shir, que era uma garota rica que se sentia reprimida então resolveu virar ladra (tanto que ela rouba itens aleatórios quando o jogador a tem no grupo ao entrar em lojas!)
Em termos visuais o jogo continua bonito, ainda mais bonito que seu antecessor com mais cenas. Cada um dos oito personagens tem seu próprio repertório de armas, e cada arma tem sua animação característica. As dungeons não são mais em primeira pessoa, mas sim a tradicional vista de cima. Assim como seu antecessor, o jogo também foi considerado um marco, com altíssimas notas em todas as revistas na época do lançamento e até hoje é um jogo muito bem-visto. Ele também originou uma série chamada "Text Adventures", com histórias extras que acontecem antes do jogo original que expande ainda mais as histórias de cada um dos personagens.



Phantasy Star III: Generations of Doom - Genesis
Lançado um ano após o PSII, Phantasy Star III é considerado o 'patinho feio' da série, um jogo com várias ideias boas mas executado de uma maneira mal-feita e cheio de problemas.
Mil anos antes do começo do jogo houve uma guerra entre duas facções: uma liderada pelo guerreiro Orakio e outra pela feiticeira Laya. Até houve uma tentativa de paz mas ambos os lideres desapareceram misteriosamente. Com isto ambas as facções ficaram em uma situação terrível, onde um culpava o outro pelo desaparecimento de Orakio e Laya, até que as comunicações foram suspensas e a viagem entre ambos foi proibida.
Rhys é o príncipe herdeiro do reino orakiano de Landen. Um dia ele encontrou uma jovem desmaiada na praia, que sofria de amnésia, chamada Maia. Embora tenha sido prometido para outra, Rhys se apaixona pela jovem Maia e a pede em casamento. No dia da cerimonia, Maia é sequestrada por um dragão, identificado como sendo um layan. Ao chegar em um ponto da história, Rhys tem um dilema: se casar com Maia ou se casar com sua prometida de infância, a princesa orakiana do reino de Satera? Com isto o jogador escolhe não apenas o futuro de Rhys mas a próxima geração que ele irá jogar: irá seguir a história de Ayn (filho de Maia) contra os androides hostis liderados por Siren ou a história de Nial, príncipe de Landen e Satera, cujo os reinos foram atacados pelo general layano chamado Lune. E em ambas as histórias o jogador decide com quem o principal irá casar, levando assim a terceira e última geração: Sean, Crys, Aron ou Adan.
Com tantas histórias e gerações, foi um projeto muito grandioso e sofreu com isto. Há poucas diferenças entre os finais, as animações de batalha são um pouco inferiores aos jogos anteriores e sofre com dungeons repetitivas. A velocidade da movimentação dos personagens é muito lenta, não há a possibilidade de pular as dungeons ligando os mundos (e você terá que passar por estas partes VÁRIAS vezes) e o mapa nunca ajuda em nada, piorando ainda mais a exploração. As primeiras gerações são bem detalhadas e envolventes, mas a qualidade se perde em certo ponto e fica cheia de buracos. Mas mesmo assim a história tem uma mensagem profunda, logo fica evidente que o conflito entre Layanos e Orakianos é cheia de relativismo, não há um lado bom ou mal, apenas preconceito mutuo envolvendo pontos de vistas diferentes sendo manipulados por forças interessadas no conflito. A trilha sonora é ótima, mas a repetição chega a cansar.
Eu adoraria ver um remake deste jogo, com maior variedade nas dungeons, poder pular as que já foram feitas (ou criar uma sub-história para cada vez que passar pela primeira vez por geração) e pequenos erros corrigidos. Bom, sonhar não custa.



Phantasy Star IV: The End of the Millennium - Genesis
Lançado em 1993 no Japão e 1995 no ocidente, o jogo finalmente explica vários pontos críticos da série (principalmente do Phantasy Star II), encerrando o ciclo com chave de ouro e considerado outro dos grandes RPGs de todos os tempos. O jogo retorna mais uma vez com as cenas de mangás como seus antecessores, cenários coloridos e bem variados e duas novidades nunca vistas antes: a possibilidade de criar macros para a batalha (manobras pré-programadas de combate) e ataques combinados entre dois ou mais personagens.
Um milênio após Phantasy Star II o jogador conhece Chaz Ashley, um hunter novato de Motavia. O planeta está com terríveis mudanças climáticas desde o Grande Colapso, quando Mother Brain foi destruída e o climatol foi abandonado e o planeta está voltando a ser um deserto. Para piorar, o numero de biomonstros está aumentando de maneira alarmante. Chaz e sua mentora, a experiente hunter Alys são contratados pela academia de Motavia para investigar este aumento de biomonstros, e acabam descobrindo que o mundo está apenas voltando ao seu estado original. As pessoas comuns estão desesperadas e passam a seguir uma religião misteriosa, liderada pelo enigmático Zio. Mais uma vez tudo isto é causado por uma força ainda maior e mais sombria, mais do que qualquer um pode imaginar. O grupo é formado por Chaz, que é um novato e inexperiente mas cheio de vontade; Alys, uma das mais habilidosas hunters de Motavia que adotou Chaz quando ele vivia nas ruas; Hahn é um cientista da academia que pediu para ir junto investigar (e é alvo de frequentes pedidos de suborno de Alys); Rune, o misterioso mago que conhece Alys de anos atrás e uma das raras pessoas capazes de usar magia real; Gryz o guerreiro motaviano que quer proteger sua irmãzinha Pana e se vingar de Zio, ele cumpre a função de Rudo e Odin antes dele; Rika, a newman que está conhecendo o mundo pela primeira vez, guerreira veloz e cheia de disposição; Demi a androide criada para controlar o sistema Nurvus de suporte do sistema solar e foi sequestrada por Zio; Wren, o androide criador de Demi e mentor de Rika, é inteligente, perspicaz e igualmente capaz com armas de fogo; Raja, o sacerdote de dezolis, o mago de cura mais torto e pirado que já agraciou o mundo dos games;e Kyra, a maga moleca especializada em cura mas também competente em combate.
Com música memorável, 14 combinações de ataques, inúmeras side-quests (com história), visuais maravilhosos e história complexa, PSIV foi um marco dos RPGs, com um alto padrão de qualidade que encerrou o ciclo clássico da série em alto estilo. Qualquer fã de RPG que se preze deveria jogar este jogo pelo menos uma vez na vida. Minha única critica que há um bug que acontece quando um personagem chega ao nível 99, em que ele começa a PERDER pontos de status, mas nem chega a ser algo tão crítico uma vez que no nível 90 já é possível derrotar o chefe final.



Coleções e compilações
Como era de se esperar, a Sega também re-lançou os jogos em coleções e coisas do gênero.
A primeira vez foi no Saturn em 1998, apenas para o Japão.Em 2002 lançaram a versão de Gameboy Advance com apenas os dois primeiros jogos da série e também foi lançado no ocidente. Porém há um bug que impede o primeiro jogo de ser zerado. Por fim há o lançamento para o Playstation 2, idêntico a versão de Saturn e também exclusivo para o Japão, mas com a possibilidade de colocar o idioma em inglês, sendo acessível para o pessoal do ocidente. A versão do Playstation 2 inclui as versões multi-lingual do Phantasy Star I ao IV, com várias opções de dificuldades. Também possui os text adventures do Phantasy Star II e os dois spin-offs de GameGear, mas estes estão em japonês.
Também para o PS2 e exclusivo no Japão foram lançados os remakes de Phantasy Star I e II, chamados de Phantasy Star Generation 1 e 2. Com gráficos lindos e melhorias nos sistemas para ficarem mais similares aos atuais. O Phantasy Star 2 ainda inclui uma quest extra nova, que realiza o sonhos de todos os jogadores que desde os anos 90 queriam esta mudança.


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1 Comentários

  1. Remake de Phantasy Star III já!

    Aliás, podia rolar um Remake dos 4, deixando todos mais atuais, com visual "Final Fantasy", mas sempre mantendo a jogabilidade e o sistema simples. Umas 30h de Phantasy star 1, com mapas ampliados, mais quests, armas, magias... Seria bom demais!!

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