Review - Shadow Hearts Covenant - PS2

Depois de ser praticamente enterrado vivo mas com opiniões positivas dos críticos e publico em geral, a Sacnoth/Nautilus lançou a continuação quatro anos depois. O resultado? Um sucesso instantâneo, sendo eleito o jogo de Playstation 2 do ano de 2004 pela IGN (mesmo ano do aclamado Metal Gear Solid 3: Snake Eater) e acumulando vários prêmios de melhor RPG em revistas e sites.

A História

A Primeira Guerra Mundial está escalando cada vez mais na Europa, com as forças do império Germânico tentando em vão invadir o vilarejo francês de Domremy e sendo massacrados em todas as tentativas. A tenente Karin Koenig é uma das sobreviventes de um dos massacres e relata aos superiores o que presenciou: há um demônio na cidade, que repele todos os invasores. Então os germânicos entram em contato com o Vaticano, que mandam um inquisidor, Nicolai, para exorcizar o demônio com um artefato chamado "Holy Mistletoe". Mas fica claro ao jogador logo na abertura que o "Demônio de Domremy" é ninguém menos que o harmonixer do primeiro jogo, Yuri, e logo as coisas ficam muito feias, envolvendo um grupo de praticantes de artes negras conhecidos como Sapientes Gladio que quer liderar o mundo em rumo ao novo século que está começando.
Dividido em dois DVDs o jogo se passa tanto na Europa quanto no Japão e tem um elenco muito variado: além de Yuri (que continua o mesmo de sempre) e Karin, a oficial alemã independente, educada e excelente espadachim, temos ainda ainda Gepetto, o tio de Alice que usa uma marionete chamada Cornelia, formando uma dupla bem estranha; Blanca, o lobo veloz e fiel; Joachim Valentine, o irmão de Keith do primeiro jogo, é um vampiro WRESTLER que vira um morcego dourado e que tem uma forma super-heroica chamada "Grand Papillon" (e que segundo Yuri "Seu cérebro já é um ponto fraco o suficiente"); Lucia, a sensual cartomante italiana que fala sem pensar e usa tanto leques quanto tarô e aromaterapia em batalha; princesa Anastasia Romanov da Russia, expansiva e um tanto mimada, luta usando ovos de Fabergé e fotografias (como se fosse uma blue mage de Final Fantasy); e por fim, Kurando Inugami, um ronin guarda-costas da família Kawashima.



Os vilões também são um show a parte: desde Nicolai e seus seguidores, como Lenny Curtis e Veronica Vera. Existem vários personagens de suporte com inúmeras histórias, inclusive alguns que retornam do jogo anterior e expandem ainda mais a história. Embora não seja necessário jogar o primeiro Shadow Hearts, é definitivamente uma experiencia muito mais rica e recompensadora.
As várias side-quests também ajudam muito na imersão da história, com direito a fusões extras, arenas de luta e vários itens colecionáveis para melhorar o seu desempenho. Também há algumas ridículas e completamente absurdas, como a Man's Festival (capaz de arrepiar qualquer jogador homofóbico)
Novamente existe o final "bom" e o "mal", e desta vez eles são completamente diferentes. Existe também o New Game + , que tem um teatro e o jogador pode assistir todas as cenas e ambos os finais a qualquer momento que quiser após adquirir a cena.

O Jogo

Pegaram todos os aspectos bons do primeiro jogo e melhoraram ainda mais. O Judgment Ring está maior e existem diferentes tipos de áreas de ataque, opção de auto-ring, equipamentos específicos de ring que adicionam efeitos no ataque físico do personagem (como Poison, sleep, etc), itens para expandir a área, áreas extras de ataque e mais. Também há a opção dos personagens se juntarem para fazer combo quando o comando certo é inserido, que podem ser maiores ou menores e até mesmo serem interrompidos dependendo das condições.



Agora há também os Crests, em que o jogador pode encontrar e equipar crests representando os demônios do Goethia, em que cada um deles permite que o personagem execute magias diferentes. Apenas Yuri e Kurando não podem equipa-los, mas com as habilidades do Demon Fusion não precisam disto.
Não há mais Malice para o jogador se preocupar, mas os Sanity Points continuam sendo um fator decisivo nas lutas.



Os Gráficos

A diferença entre Shadow Hearts Covenant e o primeiro jogo é gritante. Os cenários continuam sendo pré-renderizados, mas de maior qualidade. As cenas em computação gráfica e os modelos do jogo podem competir tranquilamente com qualquer lançamento da Square Enix para o Playstation 2.



Cada um dos personagens é modelado com muitos detalhes, com uma grande gama de expressões faciais e movimento, texturas bem trabalhadas e ótimas animações de tecido e cabelo. Os monstros estão ainda mais impressionantes, principalmente as fusões de Yuri: quanto maior o nível, menos humanoide fica, de dimensões e visuais impressionantes. Mas uma grande parte da sanguinolência e violência gráfica presente no primeiro jogo foi eliminada, mas continuam presente na história. Todos os designs são bem criativos e cada personagem é único, com destaque ao Joachim e ao último inimigo da side-quest Wolf Bout. Cada uma das armas tem seu próprio visual e efeitos, e podem ser vistas no arquivo do jogo.



Som

A mesma equipe de som de antes está de volta: Yoshitaka Hirota e Yasunori Mitsuda, e neste título o compositor Kenji Ito (series Romancing SaGa e Mana da Square) se junta a dupla. As novas versões de Icaro (Icaro Again e o arranjo de piano) são maravilhosas; as músicas de batalhas são memoráveis, principalmente a Vicious 1915 ~Battle In Europe, Glint of Light ~Mid-Boss in Europe e Astaroth: Battle with the Fallen Angel. Outras maravilhosas são o trio de peças que compõe a "Evil Gate Opener" e a versão piano de Alice. Outras três músicas de destaque são a The Fate ~ Cluster Amaryllis, The 3 Carma ~Decisive Battle e a belissima Getsurenka - Love Moon Flower.
Os dubladores desta versão são extremamente competentes, com o praticamente desconhecido Joe Cappelletti fazendo um Yuri que não só transmite emoções na medida certa, mas dá um show a parte. Aliás a dublagem americana é de primeiríssima linha, não deve nada para a versão japonesa em nenhum sentido. Apenas em um certo ponto da história a dubladora da Anastasia, a Stephanie Sheh se anima um pouco demais na interpretação e não fala exatamente o que está escrito na legenda, só que isto não é um ponto ruim.

E tem mais?

No Japão lançaram uma versão Director's Cut com algumas armas novas, uma side-quest extra para o grupo principal, uma outra outra side-quest para o grupo de vilões, umas cenas a mais e uma cena importante do jogo foi re-feita em computação gráfica. Infelizmente as chances de ver esta versão por aqui são nulas.



Veredito

Shadow Hearts Covenant é um dos melhores títulos de RPG a aparecer no Playstation 2, e um dos títulos essenciais na coleção de qualquer jogador de RPG. O sistema inovador do primeiro jogo foi mantido e melhorado em todas as maneiras possíveis, apresenta um dos melhores gráficos do console, uma trilha sonora magnifica para embalar uma das histórias mais emocionantes em qualquer jogo já lançado.
O elenco de primeira linha dá uma vida e um colorido especial para o jogo, fazendo você rir e sentir com eles enquanto as batalhas ágeis e extremamente envolventes te mantém interessado do começo ao fim.

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