Review - Phantasy Star Portable 2 - PSP



O sucesso do primeiro Phantasy Star Portable foi tão bom que a Sega decidiu repetir a dose e lançou o Phantasy Star Portable 2. Mas o que mudou de um para outro? Pouca coisa e muita coisa, para falar a verdade.

A História

Fazem sete anos desde o inicio da saga, e a crise SEED foi resolvida. No jogo anterior Vivianne e o parceiro dela resolveram de uma vez por todas o arco que envolveu o Universe e o Ambition of the Illuminus e a vida continua. Mais uma vez o jogador cria seu personagem, e desta vez é um mercenário que foi contratado para ajudar nas investigações de umas ruínas. Algo dá errado e as portas do lugar se fecham, e o protagonista se vê sozinho com uma garota chamada Emilia, que também está lá para as investigações só que contra a vontade. Uma coisa leva a outra e não apenas o herói acaba sendo "recrutado" por um grupo mercenário privado chamado Little Wing em uma colonia espacial chamada Clad 6, como também parceiro de Emilia.
Pela primeira vez na série Universe o jogador não faz parte dos Guardians, mas eles continuam a ativa, então vários personagens antigos retornam, mas o destaque fica para o novo elenco. Os Little Wings são um grupo independente, e como tal eles tem sua própria organização e hierarquia, e com isto uma nova gama de personagens que enriquecem ainda mais a série.



Logo no começo somos apresentados a Emilia, uma garota inteligente e atrevida, mas ao mesmo tempo insegura com relação a si mesma e suas habilidades, e sua interação com ela vai determinar o final do jogo, da mesma maneira que lidar com Vivianne no jogo anterior. Também conhecemos Yut, um mestiço de Newman e Beast, membro de uma tribo conhecida como Karsh de Moatoob, e é um jovem energético e incansável, que quer ser um valoroso guerreiro. Kraz, um beast, é o chefe dos Little Wings, com uma atitude relaxada e não quer saber de nada, completamente inábil em lidar com Emilia, sua filha adotiva, causando grandes desentendimentos. Chelsea, a CAST, é a secretária de Kraz, a quem ela chama de "Mousier Boss" e tem uma atitude brincalhona e sexy. Sem comentar da chefe do chefe, Ursula, uma newman que é uma empresária de sucesso, sempre ocupada e atarefada, é ela a verdadeira "dona" dos Little Wings e coloca todo o mundo na linha. Também há uma personagem que é introduzida logo no Phantasy Star Universe mas finalmente a vimos desenvolvida como personagem completa: Lumia, a irmã caçula de Ethan, se tornou uma GUARDIAN e é séria e responsável ao extremo, completamente diferente do protagonista do Universe. Mas nem só de heróis se faz um jogo, há dois vilões, e são mais que o suficiente no caso.



O jogo

Existem algumas mudanças no jogo que no final das contas fazem toda a diferença. Agora além de interagir com o cenário, o X também é usado para uma esquiva rolada, que garante invencibilidade por alguns instantes. Isto é ideal para escapar de ataques e evitar certas armadilhas. Também foi adicionado um escudo, que pode ser equipado na mão esquerda. Com o botão R (o mesmo de usar a arma da mão esquerda) você pode usar o escudo ou uma arma de duas mãos para bloquear os ataques dos inimigos, reduzindo o dano significantemente. A câmera de primeira pessoa também mudou, sendo ativado usando o L e usando o direcional.



As "classes" (Types) também mudaram: agora são apenas quatro, e todas elas completamente customizáveis.
O jogador ganha "pontos" para gastar com a eficiência de armas conforme o gosto. Por exemplo: o jogador é um Hunter, normalmente eficiente apenas com armas de ataque físico. Mas e se gostar de usar rifles, como os Rangers ou quiser usar um staff melhorzinho para suas magias de apoio como Force? Não tem problema: pegue uma arma que não te interesse tanto, como por exemplo as garras, remova os pontos e distribua para as armas que quer equipar. Isto pode ser mudado a qualquer momento do jogo entre as missões. Também existem os extras das classes, como equipar bônus de defesa, de magia e coisas parecidas, que variam bastante entre si.



Um dos pontos interessantes é que agora dá para mudar as armaduras como quem muda as armas ou escolhe os itens, ao invés de ser obrigado a entrar no menu toda vez que quiser se adaptar para uma missão ou uma área em especifico. É uma ajuda bem-vinda, assim como uma outra novidade: não são mais apenas os Beasts e os CASTs que tem ataque especial.
Antigamente após um certo nível tantos os CASTs quanto os Beasts podiam equipar certos itens que funcionavam como um "limit break": quanto mais dano, mais enchia a barra e ou podiam invocar SUV (armas armazenadas em orbita dos planetas, que causam dano extremo no caso dos CASTs) ou usar o nanoblast (se transformar em feras enormes com habilidades especificas, normalmente sendo bem mais fortes, velozes e resistentes que suas formas originais no caso dos Beasts). Agora humanos e newmans podem usar os Mirage Blasts, que funcionam exatamente como os SUV e seriam como as "summon forces" deste jogo e ativam exatamente como os outros: apertando X e triangulo com as barras cheias.



Como era de se esperar, novos chefes e novos inimigos. Inclusive dois chefes raros, Orga Dyran e uma forma extra do chefe final. Este Orga Dyran é um inimigo diferente de todos na série: é uma criatura capaz de emergir ao dobrar o tempo e espaço e tem uma chance de aparecer no final de qualquer missão extra que não tenha um boss mas sim inimigos normais um pouco mais dificeis e é sempre no caminho de volta para a base.
Aliás, a base voltou a ser um "lobby", um lugar onde se pode andar e falar com os NPCs livremente como nos jogos antigos. É claro que é uma área pequena e levemente limitada, mas há um bom numero de NPCs andando por aí, melhor que ficar nos menus. Em compensação, não é possível andar pelas cidades, o jogador já vai direto para as missões, não que faça muita diferença no caso.



Com tanta novidade uma das coisas que eu notei é que houve um re-balanceamento nos jogo. Várias armas foram enfraquecidas ou estão mais difíceis de se conseguir, idem a as armaduras e outros tipos de equipamento. Mas a pior mudança foi com relação aos Scape Dolls. Neste jogo não há magias de ressuscitar, quando o protagonista morre a missão falha e todos voltam para o lobby a menos que o jogador tenha um Scape Doll, que recupera toda a energia automaticamente. Nos outros jogos da série se pode carregar até três Scape Dolls ao mesmo tempo, mas desta vez o numero foi reduzido para um, aumentando bastante a dificuldade. Por mais que agora dê para dar ordens pré-determinadas para os seus companheiros controlados pela AI usando o Select, nem sempre eles obedecem ou são "espertos" em seguir suas instruções, então é comum em missões extras você ter que voltar para o lobby e tentar novamente.



Também é possível importar seu save do jogo anterior ou da versão demo, assim você ganha um title (pense em troféus ou arquivamentos nos consoles maiores), uma arma e um extra para sua armadura. Mas a felicidade acaba aí, não importa se o seu personagem era nível 20 ou 100, todos começam no nível 1. A única coisa é que você ganha a roupa que estava usando no momento da importação, ela fica no seu inventário para ser equipada após a criação do personagem.
O modo multiplayer agora permite também o uso da internet sem precisar de artimanhas. Não só isso como também foi expandido: missões em grupos, missões versus, arenas de combate, as opções são muito mais amplas e há ainda mais itens e extras para se descobrir.

Os gráficos e o som

Os modelos dos personagens foram melhorados, ficando ainda mais limpos e refinados. Uma mudança que chamou a atenção foi que as imagens estáticas dos diálogos agora possuem um pseudo cel-shading feito manualmente e há ilustrações durante alguns diálogos. Para quem não jogou o anterior pode não parecer nada demais, mas para quem já teve a experiencia de jogar o PSP1 pode causar certo estranhamento, mas não é algo tão importante.



Existem várias músicas novas desta vez, começando com a abertura. Como acabou um arco de história, há uma nova canção, a "Living Universe" e não mais apenas um remix da "Save This World". As músicas novas se encaixam bem com as antigas, e há remixes de músicas do Phantasy Star Online, para o delírio dos fãs (além de outras referencias). Há menos diálogos falados na versão americana do que na versão japonesa, mas os diálogos das animações continuam e as vozes antigas também retornaram.

Veredito

Desta vez eu posso garantir: quem não jogou os anteriores não vai se sentir de fora. É uma nova história, um novo começo até faz referencia aos jogos anteriores, mas não é nada que vá afetar. Certas coisas foram encerradas de vez, a história tem um começo, meio e final, mas ao mesmo tempo expande a história como um todo e abrindo caminho para mais uma sequencia que será lançada ano que vem: Phantasy Star Portable 2 Infinity.
Os gráficos continuam ótimos, o som está impecável e a quantidade e variedade de customização dos personagens está cada vez maior, com certos extras para fazer a felicidade de otakus (como as armas e equipamentos de Evangelion e Fate/Stay Night. Ooops falei).
O jogo agora está um pouco mais difícil, mas ao mesmo tempo melhor balanceado. Ao acabar a história é possível re-fazer todas as missões na ordem que bem entender em duas dificuldades: normal e hard, o que aumenta ainda mais o que fazer.



Se o primeiro Phantasy Star Portable já era um bom jogo, este melhorou e ainda está bem mais acessível para quem não conhece os anteriores. Para quem já jogou os outros da série Universe é um prato cheio e quem jogou a saga Phantasy Star Online vai gostar das referencias.


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