Review - Phantasy Star Portable - PSP


A Sega se viu com um problema: estavam planejando lançar as missões online do Phantasy Star Universe em jogos "fechados" no modo offline, como que fizeram no Ambition of the Illuminus. Mas como fazer isto se o Playstation 2 estava morrendo e sendo substituído pelo Playstation 3? Ao invés de migrar para uma plataforma mundo maior, decidiram apostar em uma que estava crescendo muito mais q o PS3: o PlayStation Portable. E assim o Phantasy Star Portable veio a vida.

A História
O jogo nunca esclarece a janela de tempo, mas acontece em algum ponto durante o Ambition of the Illuminus. O jogador controla um personagem original criado por você mesmo, que acabou de sair do treino básico dos Guardian e ia passar a ter um treino prático com a instrutora Laia Martinez e sua nova parceira, também cadete, uma CAST chamada Vivianne. Esta CAST possui um modulo novo de emoções, ainda em testes, então além de aprender a lutar ela também tem que aprender certas coisas que não se pode aprender só por simulações de computador ou experiencias inseridas, como fazem.
Durante a missão de treino o trio encontra uma mulher misteriosa, uma terrorista envolvida com os SEED e causando muitos estragos. Além disto, há desparecimentos em Moatoob de vários membros importantes da sociedade e a Communion of Gurhal parece estar escondendo alguma coisa.



Este jogo serve para fechar a história que começou no Ambition of the Illuminus, concluindo alguns arcos, resolvendo alguns problemas e levantando outras questões - como todos os jogos de Phantasy Star - que aumentam ainda mais o mistério sobre as invasões, os grupos envolvidos nela entre outras coisas.
Um ponto muito interessante é que há vários finais, e eles dependem de como você interage com Vivianne. Ela pode se tornar alguém muito calorosa e até mesmo com inveja dos humanos por poderem sentir as coisas ou pode se tornar bem fria e calculista, e tudo isto vai mudar os diálogos envolvendo ela, o que acontece no final e o item que você recebe no final (é uma boa maneira de saber qual final você fez).
Todos os personagens do jogo anterior estão de volta, apenas Vivianne e a vilã são novos, os outros que parecem ser 'novidade' foram introduzidos nos anteriores mas faziam papeis menores.


O jogo

Para quem jogou os outros da série não tem muito segredo: são quatro raças, cada uma com seus pontos fortes e fracos, 3 "tipos" (classes) iniciais e outras 5 avançadas, 27 tipos de armas diferentes com técnicas e habilidades diferentes e equipáveis (e é possível melhora-las com o uso), quadrado é o ataque normal, triangulo é a habilidade equipada na arma, circulo acessa o menu para trocar de arma ou usar item, X é usado para pegar itens e usar terminais. R muda entre a arma do lado direito ou esquerdo e o L serve tanto para resetar a câmera ou para andar de lado enquanto mira. Para modo de primeira pessoa, é apertar o Select e acessar o menu é Start. O jogo também ensina os comandos durante a missão inicial para quem não sabe.
Pouca coisa mudou em termos de jogo em si, com a novidade de multiplayer por wireless de até quatro jogadores, liberando novas missões e itens. Aliás, se uma arma ou armadura rara é coletada todo o mundo ganha o mesmo equipamento, mas se for um item raro (como um item de ressuscitação, o Scape Doll), o item vai apenas para um jogador. A atualização das armas é agora um valor aleatório, mas não há chances da arma se quebrar como nos jogos anteriores.
A mecânica continua a mesma: falar com os personagens da história, ir para o Mission Counter, pegar a missão de história ou a missão livre e jogar, e no final da missão você ganha pontuações para melhorar seu tipo, um item prêmio da missão, um item do seu grupo (se conseguiu o melhor rank) e dinheiro.



Como era de se esperar, há novas armas, novas armaduras, novas habilidades, novas roupas, novas decorações para seu quarto, além de novos chefes junto com tudo que já estava presente nas versões anteriores. A maior mudança mesmo ficou na parte da navegação nas cidades e e os diálogos.
Antes era possível caminhar nas cidades e na colonia espacial dos Guardians, mas devido as limitações do UMD resolveram adotar um sistema de menus para navegar pela cidade. Ao chegar no local você vê um cenário representando um lugar e o menu para acessar as missões, os lojas locais e a filial dos Guardians. As vezes você encontra um dos personagens e há dialogos, principalmente com Vivianne. Nos lugares há um "mapa" ´por cima mostrando os personagens não jogadores que se pode conversar, a mesma tática foi usada em Persona 3 Portable anos depois, exatamente da mesma maneira e com os mesmos resultados, o que não foi ruim.


Há as cenas de introdução dos personagens, que continuam sendo em 3D como no "irmão maior", mas a maioria dos diálogos são de imagens estáticas e um fundo, como os simuladores de encontro e usados em alguns dos RPGs mais novos. E como já foi citado, a maneira que você interage, principalmente com a sua parceira Vivianne, pode mudar o rumo da história. São mudanças sutis mas no final fazem muita diferença.
O jogo continua recheado com história, até mesmo durante as missões. As de história continuam sendo divididas em dois atos e é possível voltar para a colonia entre eles.


Uma das novidades é o modo multiplayer sem precisar acessar a internet, com até quatro jogadores ao mesmo tempo. Provavelmente é um dos aspectos mais divertidos do jogo, já que várias coisas diferentes são liberadas apenas neste modo. Inclusive há missões que só podem ser concluídas com pelo menos dois jogadores, necessário para conseguir os títulos. Mas mesmo assim não é perfeito, as vezes pode acontecer dos jogos desincronizarem e um dos jogadores cair, cancelando a missão. Pode ser bem irritante mas é difícil perderem a experiencia e os itens adquiridos, então não chega a ser tão ruim a não ser por perder os pontos para melhorar a classe.
Também há a inclusão dos "titles", títulos, que foram diretamente importados dos troféus e arquivamentos dos sistemas mais novos. Eles dão itens e certos bônus por completar certas exigências. Por exemplo, só de participar de uma partida multiplayer o jogador adquire o titulo "Not the Only Hero" e ganha a roupa de Rappy (uma fantasia baseada em um monstro que existe desde os primórdios da série Phantasy Star no Genesis). Ao derrotar 100 criaturas ganha o titulo de "Super Rookie", uma arma e um bônus de dinheiro e experiencia, e assim por diante. Para quem gosta de coleções, este jogo sempre proporciona muito a se fazer.

Os gráficos e o som

Eu estaria mentindo que não houve mudanças no gráfico. Os modelos dos personagens foram simplificados, ainda mais por não precisar de expressões faciais nas cenas de diálogos e também para se acomodar melhor na capacidade do UMD. O loading é relativamente pequeno mas o jogo tem a tendencia de mostrar o "horizonte vazio" de vez em quando, e conforme você vai se aproximando as coisas vão entrando na sua linha de visão os gráficos vão sendo carregados. Mas são raras estas ocasiões, não chega a chamar tanta a atenção fora das áreas dos satélites e só ocorre em lugares muito amplos.



Tirando estes pequenos detalhes, os gráficos continuam muito bem definidos, cenários cheios de detalhes, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, cada personagem não-jogador tem seu grupo de armas diferentes e todas são claramente diferentes uma das outras e você pode ver cada uma delas em um arquivo no seu quarto, assim como informação de todos os inimigos.




A grande maioria das músicas estão de volta, com mais uma remix da abertura do Phantasy Star Universe, a "Save this World" e algumas músicas inéditas. A grande maioria dos diálogos principais tem vozes, e os dubladores originais dos personagens antigos estão de volta e como sempre estão todos sempre falando durante a luta. Vários inimigos tem sons parecidos, mas é fácil saber o que eles vão fazer de acordo com isto, principalmente os chefes. Há uma diminuída na qualidade, é claro, mas nada muito gritante.

Veredito

Phantasy Star Portable foi uma surpresa agradável. Ele foi um dos primeiros a mostrar que jogos do PlayStation 2 podem ser transportados para o PSP sem grandes perdas, mesmo ficando com aquela sensação estranha de ter perdido uns "quilinhos". A história continua interessante, mas como acaba de terminar um arco de história jogadores novatos podem se perder um pouco pelo caminho, mas há explicações o suficiente e um glossário no quarto.
Se trata de um RPG de ação agradável, com muita coisa para se fazer, muito a descobrir e o fator replay aumenta ainda mais com o multiplayer.


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