A uma primeira vista, você pode pensar "está seguindo os mesmos passos do Aria"... Bom, primeiro Soma chega a uma vila europeia onde a neve cai, cobrindo algumas vans (que inclusive pode pular em cima delas e brincar com a suspensão delas e ver a neve cair), e logo começa a ver cenários muito bonitos, alguns com fundos renderizados em tempo real em 3D, mas nada de inesperado ou que você não tenha visto em algum Castlevania anterior (ou pelo menos do Symphony of the Night, Circle of Moon, Harmony of Dissonance e Aria of Sorrow). Agora... O que é espetacular foi a última área. Não sei bem explicar direito, é uma mistura dos elementos fogo, água e ar nas primeiras 3 partes e depois é "carno-tecnologia" ou algo assim. Acho que isto seria o mais próximo do inferno em 2D. Aliás, falando em área final, o chefe final é difícil, mas vamos por partes.
Vamos falar dos gráficos dos monstros e personagens. Há novos inimigos maravilhosos, como o Peeping Eye, os zumbis estão deliciosamente podres, Manticores estão maiores, mas ainda prefiro o design do Aria of Sorrow, os chefes estão um show a parte. Logo o primeiro, Flying Armor, é muito bem detalhado... Balore está mais difícil e muito mais "lindo" do que antes, e conhecer o Rahab (já que o Alucard tinha o Rahab Sword, já estava na hora) foi memorável. O Soma está extremamente bem animado, fluido, chega próximo ao Alucard do Symphony of the Night, isto se não tiver ainda mais sprites. Falando em Symphony of the Night, lá vem a bomba: muitos inimigos tiveram sprites re-aproveitados totalmente, como Wargs, Frozen Shard, Sniper of Goth (com outro nome), Werewolf (que vem do boss Greater Werewolf do Dracula X, com direito a nu frontal quando é destruído), e até mesmo um CHEFE foi totalmente re-aproveitado, o Malphas. Mas vamos dizer que os novos inimigos compensaram. Estão do nível do Symphony of the Night, e alguns até mesmo superiores.
O sistema de almas voltou, quem já jogou o Aria vai se sentir em casa: matar, absorver, equipar, usar. Existem mais almas legais, como o Cave Troll ou ainda o Puppet Master (por sinal, um ótimo chefe, é uma batalha bem divertida). Mas agora tem dois comandos extras:
Usando o Y você usa um ataque especial com a arma que está equipada, imagina um "critical forçado" usando um pouco do MP, com o dobro da força. Além disto, usando o X pode trocar entre 2 sets de equipamento. Por exemplo: você mantém certas armas, armaduras, acessório e almas para adquirir novas almas, mas então você encontra um boss fight, vai ter que acessar o menu e re-configurar tudo, certo? Errado, você já deixou antes. Aperte o X e assunto resolvido.
Agora a Yoko também abriu o shop dela. Além do Hammer que vende os equipamentos, a Yoko pode usar as almas que você já capturou para melhorar suas armas. Bem interessante, não? Não é um sistema exatamente complexo, mas bem interessante, melhor do que sair por aí achando armas... Assim pode dar uns lvls up enquanto pega almas para melhorar suas armas.
Vamos a parte divertida: assim como o Aria, o Dawn tem vários finais, até aí certo? Ótimo... Fazendo o final ruim (que a parte má do Soma o domina), libera um novo modo de jogo: Julius Mode. Quando começa, chega até a torcer o nariz "Mas é igual ao do Aria!".Julius usa o Vampire Killer (ótima esta arma, bem versátil como sempre), mas logo você encontra a Yoko e ela se junta ao grupo! Então o sistema passa a ser similar ao Castlevania III: Dracula's Curse do NES: mais de um personagem jogável, cada um com seu próprio estilo, todos dividindo a mesma barra de HP, MP, experiencia e Lvl, mas com defesas, sub-weapon, armas e habilidades diferentes. Com Julius temos o chicote, faca, machado, água benta, cruz... Com Yoko, ela usa o cajado, não causa tanto dano, mas ela recupera HP (MUITO pouca coisa) mas ela é muito boa com as magias (as sub-weapon): bolas de fogo, gelo, raio. Ela é a Sypha do Dawn. E temos Arikado... Ou melhor... Alucard mesmo, com os gráficos do Symphony of the Night! Tá, sem o escudo, mas ainda com Alucard Sword, ataque especial com a espada (vocês se lembram daquele "mini-teletransporte" dele? Pois é), capaz de soltar 3 bolas de fogo e virar morcego! E pode trocar de personagem da mesma maneira que troca de equipamento com o Soma. A história? Deter o Soma! E o chefe final deles muda (é o próprio Soma, com mais de uma forma) Mas... NADA vence pegar o Alucard e constatar que é o mesmo dublador!
E como ficam as duas telas? A de cima você pode escolher: deixar ou o mapa (MUITO conveniente) ou a tela de status. Já a de baixo é a jogável mesmo, pode usar a caneta para controlar alguns familiars ou ainda para utilizar os selos mágicos. Aliás, este é outro aspecto importante: a maioria dos chefes não simplesmente morre: você tem que sela-los. Para isto, você tem que conseguir alguns selos já pre-determinados (as portas só se abrem com estes selos), e assim que a energia do inimigo chegar a zero, aparece o selo e tem que realiza-lo rapidamente. Caso ao contrário, o inimigo volta com um pouco de energia.
Som... Existem muitas coisas em pianos e cordas, algumas musicas excelentes, como a da villa ("Pitch Black Intrusion"), ou do Wizardry Lab ("Dracula's Tears"), várias e várias boas, mas... De certo modo, não tão intensas. Infelizmente ainda são MIDIs, mas muito melhor que os sintetizadores do GBA, estas dão ainda mais prazer de ouvir.
Os efeitos sonoros continuam excelentes, e é divertido ouvir os grunhidos, resmungos e falas do Soma durante as lutas.
Os gráficos no nível do PS1, o maior castelo já visto, muitas e muitas armas, sistema de atualização das armas, modo extra com história de verdade... Parece bom? Espere só até ver o verdadeiro chefe final... ESTE sim é um ótimo chefe final, desafiador como eu não via há muito tempo. Nos Castlevania anteriores, uns lvl 50 já era possível derrotar o chefe final. Neste mesmo no lvl 65 é complicado, mesmo evitando muitos golpes, não parando no mesmo lugar e um belo estoque de itens de cura é uma vitória apertada. A primeira fase do chefe final é muito fácil, dá para bater sem usar itens de cura ou gastar MP, mas a segunda... Nada vai preparar você pra isto. A criatura tem 3 telas de altura, para ter uma noção, e só 2 pontos dela são atingíveis, e ela ainda solta criaturas que são PIORES que Fleaman, flutuam no ar, param por um bom tempo, e vem com toda a velocidade na sua direção para explodirem em você, tirando de 90 a 100 HP.. E são muitos.
Além do Boss Rush, existe mais um modo extra: você pega as almas que tem e coloca em um cenário. Depois, você e um amigo com um outro DS competem para ver quem zera a área no menor tempo possível. Não testei, mas a premissa é interessante.
Com tudo isto, é um ótimo jogo para se jogar e re-jogar. Em alguns pontos ele tenta ser o Symphony of the Night, em outras ele quer ser o Aria of Sorrow, mas no final ele consegue ser um jogo totalmente novo, com o melhor dos outros dois jogos citados, com um modo que nos lembra o Castlevania III: Dracula's Curse e inovações únicas que dão um brilho todo próprio. Definitivamente um Castlevania que vale a pena jogar.
1 Comentários
Muito boa sua review, eu realmente gostei muito.
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