Review : Final Fantasy Crystal Chronicles : My Life as a King (Wii)



Durante a era do Wii, vários jogos simples e baratos foram publicados no eshop. Muitos destes títulos foram criados por empresas menores, mas alguns games foram lançados por produtoras maiores, como a Konami e a Square Enix. Final Fantasy Crystal Chronicles - My Life as a King é um deles. A maneira mais simples de definir este game seria: “E se a Square lançasse um Animal Crossing com elementos de Sim City?”.



A história se passa algum tempo após a conclusão do Crystal Chronicles do Gamecube, quando o miasma que cobre o mundo dissipa e a população pode retornar a áreas antes tomadas por monstros. O jogador controla Leo, um rei clavat que é apenas uma criança mas foi obrigado a assumir a posição após o seu pai, o rei Epitav, desapareceu durante uma de suas jornadas. Leo e seus assistentes chegam no reino de Padarak, que seria o local de origem de sua nação, e decidem restaurar o local. O cristal concede a Leo um poder chamado Architek, em que o jovem governante é capaz de construir casas e outras estruturas utilizando elementite. Entretanto, os habitantes são ameaçados pelo Dark Lord, que controla os monstros da região e era o antigo governante destas terras. Com a ajuda de seus assessores e da população de Padarak, Leo tem como objetivo revitalizar o reino, derrotar o Dark Lord e, com sorte, descobrir o paradeiro de seu pai.


A premissa do game é interessante, mas o desenrolar é um pouco lento. Por causa de sua posição, Leo não tem habilidades de combate ou pode sair da cidade, mas pode contratar aventureiros para explorar as dungeons ao redor de Padarak. Cada casa construída paga impostos e tem pelo menos um aspirante de aventureiro que pode ser treinado, cada um com status e preferências. No começo de cada dia há o relatório do progresso dos aventureiros e um relatório financeiro, e em seguida o jogador pode escolher a missão do dia e comissionar os aventureiros. Após receberem a missão, há um momento de preparo em que estes aventureiros exploram a cidade para comprar equipamentos antes de sair para a missão, e eles passam o dia fora até voltar -- ou fugir da área se os monstros são muito difíceis. Não há mortes, os personagens derrotados apenas ficam alguns dias de cama, se recuperando da batalha. E o ciclo continua no dia seguinte.



O que Leo (e o jogador) faz enquanto isto? Este jogo é focado no planejamento e nos recursos. Cada construção tem um tamanho e a área dentro da cidade é limitada, então é importante ter em mente o que construir e onde construir: casas, lojas, guildas… Algumas destas estruturas não podem ser removidas e são importantes para a evolução da cidade, então é preciso pensar com cuidado onde será a sua localização. No começo há um limite no número de casas e lojas, que pode ser ampliado conforme os aventureiros derrotam os chefes das dungeons, e Leo pode aprender como criar novas estruturas, como academias para Black Mages. Estas construções são feitas com elementite que os aventureiros coletam nas missões. 



Com o dinheiro dos impostos, Leo pode treinar novos aventureiros, pagar pelas missões, e financiar equipamentos e habilidades novas. Quer magias mais poderosas? É só financiar as academias para que os aventureiros possam adquirir a habilidade no dia seguinte. Armaduras ou espadas melhores? É necessário financiar a loja de armaduras ou de armas, respectivamente. Até mesmo os jobs dos aventureiros é responsabilidade do jogador: coloque o anuncio no painel das missões e decida quem você quer que seja um guerreiro, ladrão ou mago. Cada um deles tem habilidades importantes para a exploração das dungeons e derrotar os inimigos, e cabe ao jogador financiar tudo. É mais fácil ficar sem dinheiro e sem espaço do que sem elementite, mas é difícil ficar em uma situação impossível de continuar a história. 
Outra tarefa é conversar com os habitantes. Não é algo extremamente importante, mas às vezes eles comentam sobre a história e se estão satisfeitos com a cidade. Ao conversar, a barra de “morale” enche. Esta barra pode ser usada para desenvolver o local, proporcionando algumas melhorias para o jogador, ou pode ser usada para dar bonus aos aventureiros.


O jogo também teve vários DLCs, incluindo novas raças que fazem parte do universo de Crystal Chronicles (Selkies, Yukes e Lilties), equipamentos e algumas dungeons extras, além de roupas para Leo e a assistente dele, Chime.

Este jogo poderia ser chamado “Bureaucracy Chronicles”. É um jogo simples, ao ponto de ser um tanto maçante. A história é charmosa, mas o gameplay é lento e não muito desafiador - é para relaxar. Quem gosta do gênero ou da série pode achar este título interessante, mas não é grande coisa.



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