Review - The Darkness II (PS3)


Obviamente se trata de uma seqüencia do The Darkness lançado em 2007. Com o roteiro de Paul Jenkins (de Hellblazer, Spectacular Spider-Man, The Darknerss e ganhador de um prêmio Eisner por "Inhumans" em 1999) o jogo consegue tão imerso quanto o anterior e com controles bons o suficiente para acompanhar.

A história

Depois de se livrar de Paulie, Jackie é o novo capo das família em New York. Ainda se sentindo culpado pelo o que aconteceu com a Jenny dois anos atrás, ele passa a ve-la e ouvi-la cada vez mais. E ele também está há anos sem usar os poderes. Mas tudo isto muda quando um grupo rival tenta mata-lo em um restaurante e o obriga a voltar a usar o darkness.
Com um pouco mais de investigação, Jackie descobre que se trata de um grupo querendo provocar justamente o Darkness nele, uma irmandade secreta com objetivos sinistros. Ao mesmo tempo, Jackie tem que lutar para não deixar a escuridão consumi-lo completamente.



O enredo usa muito a parte emocional de Jackie como condutor, além de algumas surpresas desagradáveis por parte da irmandade, mas tudo muito bem elaborado. Este grupo existe sim nas comics, mas foram tratados de maneira bem diferente quando apareceram, mas ficou muito melhor como apresentado no game. As reviravoltas e os trechos do hospital são boas quebras de ritmo, ajudando a aumentar ainda mais a tensão do jogo.
Outras coisas que ficaram diferentes mas que acrescentou um tanto a mais para o Jackie foram a proximidade com a tia Sarah (que é uma personagem muito secundária no original) e um pouco mais sobre a familia do Jackie e sua relação com o Darkness. E o Jackie continua falando entre as fases durante as telas de loading até certo ponto do jogo, o que é ótimo para conhece-lo ainda mais.



Também há conteúdo extra relacionado a relíquias que o Jackie coleta. São apenas colecionáveis, mas com historia extra apenas para dar conteúdo, nada de relevante.
O modo multiplayer também tem sua própria história, com quatro personagens que trabalham para o Jackie e fazem missões auxiliares ou matam pessoas que causam problemas para ele. Cada um dos personagens também tem sua própria história de fundo reveladas durante a campanha e pode ser jogado no modo offline também.



O único problema é que o jogo é curto. Em cerca de umas 8h é possível completar o modo história. O New Game + e as missões extras dão uma sobre-vida, o final dá a entender que tem mais por vir mas é isto.

O jogo

No primeiro jogo era interessante a integração com o darkness na mecânica, e neste foi ainda mais refinado. Os botões R1 e L1 servem para atirar como em qualquer FPS que se preze e os R2 e L2 servem para os tentáculos. Com o R2 + direcional R3 dá para usar o tentáculo para golpear os inimigos na horizontal ou na vertical, enquanto o L3 é usado para segurar inimigos atordoados ou objetos de cenário. Alguns objetos do cenário podem ser arremessados ou virarem escudos, o que é bastante útil. Ao agarrar os inimigos, Jackie pode executa-los na hora para ganhar munição extra, energia ou escudo, dependendo de como você desenvolver os poderes.



Desta vez ao derrotar inimigos eles deixam corações para o darkness devorar (exceto em execuções) e recuperar energia e dark essence. Esta última é usada em pontos específicos para evoluir os poderes de Jackie em arvores de talentos. Variam desde outros tipos de execução, armadura de darkness, tiros que atravessam paredes e coisa parecida. Achar as relíquias e mortes criativas dão ainda mais dark essence do que uma morte simples.
O Darkling funciona da maneira diferente: existe apenas um deles, que seria o equivalente ao "berserker" do primeiro jogo, só que ele é ainda mais versátil e ajuda Jackie a continuar. Existem dois trechos que o jogador controla ele e é mais estilo stealth, mas ao contrário da maioria dos jogos é divertido controla-lo.



Como era de se esperar, Jackie continua perdendo os poderes com a luz, a tela fica muito branca, em preto-e-branco, tudo se move devagar, o som diminui e pode-se ouvir o coração dele bater forte enquanto o darkness sibila "Stay away from the light". É incrível como isto ajuda a deixar os nervos ainda mais a flor da pele.
Infelizmente a maioria das fases são bem lineares e nos modos mais normais de jogo os inimigos não são lá muito inteligentes. A situação só fica mais complicada com inimigos que levam lanternas e uns com chicote (que podem desarma-lo), mas nada que jogadores com mais experiência no gênero tenham muitas dificuldades.



Os gráficos

O jogo mudou o estilo realista anterior para gráficos cel-shading. Provavelmente foi uma boa idéia fazer isto só agora, com melhores técnicas por que agora sim os gráficos acertaram em cheio.
Jackie está muito mais fiel em comparação dos quadrinhos, o sombreamento está muito similar a fonte original e há um grande nivel de detalhes e pequenos objetos. É muito bonito ver os quadros na mansão do Jackie, os detalhes do bordel na antiga fábrica de manequins e o parque de diversões está absolutamente perfeito. Se trata provavelmente de um dos cel-shadings mais bem-feitos até o momento, com nenhuma falha poligonal visível.



Os ambientes são maravilhosos. Claro que há muita fase urbana, mas também há aquelas mais fantasiosas (especialmente no final do jogo) e há muitos detalhes como computadores ligados em coisas diferentes, revistas variadas, pichações de parede... Se há um defeito é apenas a pouca variação de inimigos.



O som

Mike Patton de Faith no More continua fazendo a voz do darkness, mas agora Brian Bloom (Alex Shepherd de Silent Hill Homecoming, Kane de Kane & Lynch e o novo Captain America nos games e cartoons) faz um Jackie maravilhoso. Bloom é capaz de passar a grande gama de emoções que Jackie exibe de uma maneira que prende o jogador. A voz dele de quando fala da Jenny passa vários sentimentos, desde saudades, amor, felicidade e tristeza, até os momentos de raiva e puro ódio durante certos pontos do jogo. Ele está simplesmente impecável e muito mais convincente que Kirk Acevedo jamais poderia sonhar em ser.



Como não podia deixar de ser, a trilha sonora continua sendo pesada. Type O'Negative, Deftones, White Zombie entre outros, há um pouco menos músicas licenciadas, mas são ótimas. As musicas em sua maioria foram compostas por Michael J. Lloyd (que fez vários curtas como Mossadegh e The Hummingbird) e Timothy Wynn (Lucky Seven, Tokyo Control e os games da série Command & Conquer), são mais do que adequados em vários momentos. Até mesmo as trilhas mais relaxantes deixam aquela sensação que é apenas uma calma antes de problemas maiores virem.

Conclusão

Mesmo sendo curto, é um jogo ótimo. A história é envolvente do começo até o último instante do jogo, os combates são bem divertidos com ambientes interessantes e interativos (difícil fazer a mesma fase da mesma maneira, sempre dá para tentar mais coisas) e som de primeira categoria.

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