Phantasy Star - Consideracoes arqueologicas dos sistemas Ragol e Gurhal - Parte 2



Continuando nossas considerações arqueológicas dos novos Phantasy Star, agora iremos tratar o mundo de Phantasy Star Universe/Ambition of the Illuminus/ Portable/Portable 2/ Portable 2 Infinity.

Parte 2: Sistema Gurhal, tecnologia antiga e religião

O sistema Gurhal é retratado como um sistema de três planetas, que orbita ao redor de um sol. Neste sistema vivem os seres humanos e suas criações: os newman, beasts (exclusivos de PSU) e os CAST (também conhecidos como androides).
Houve uma guerra entre as quatro raças que durou 500 anos, até que finalmente oficializaram um tratado de paz. 100 anos se passaram desde então, e em algum ponto neste meio tempo foi fundada a colônia espacial GUARDIAN, que funciona como uma organização militar desligada ao governo, neutra, mas ainda assim a serviço de Gurhal. Cada um dos planetas tem sua própria força militar.
A história começa durante as festividades dos 100 anos da paz, quando uma espécie de cometa atinge a colonia, trazendo consigo uma espécie de infestação conhecida como “SEED” (semente).



Existem três planetas bem diferentes entre si: temos Parum, o planeta altamente tecnológico dos CASTs, Neudaiz com suas paisagens montanhosas e povo bem religioso, e Moatoob, um lugar deserto que é uma terra de ninguém.

Gurhal: Um sistema com passado

Durante o decorrer do Phantasy Star Universe é revelado que há muito tempo houve uma civilização no sistema Gurhal que sofreu uma súbita decadência, e despareceu misteriosamente há centenas de anos atrás. Existem várias evidencias desta civilização, em ruínas chamadas RELICS (relíquias), espalhadas por todo o sistema.
Era uma civilização baseada em energia de A-Photon (uma forma de photons (energia) cristalizados artificialmente) e era muito mais avançada q a tecnologia disponível em Gurhal no tempo do jogo, por isto é comum as escavações renderem material de pesquisa sobre Photons e A-Photons. RELICS são procurados incansavelmente e são tratados como segredo de estado, com acesso restrito devido tanto ao conteúdo em potencial dentro dos próprios sítios arqueológicos quanto aos sistemas de defesa do local. Estranhamente, durante a infestação vários RELICS se tornaram ativos e puderam ser encontrados.

A principio, durante a infestação inicial ninguém conseguia determinar um padrão, mas após alguma pesquisa e várias teorias, determinou-se q os SEEDs são atraídos por concentrações de A-Photons. A Divine Maiden, a líder religiosa suprema do sistema Gurhal, conseguiu descobrir que o declínio da civilização antiga foi iniciada por uma invasão de SEED, aparentemente atraídos pelos A-Photons. Em um esforço final para combater a ameaça, criaram o sistema de confinamento para tentar acabar com a ameaça SEED.

O sistema de confinamento são gigantescos nano-transformadores em formato de terra, criados pela civilização antiga para conter os SEED. Eles tem a habilidade de criar distorções espaciais em uma escala impossível com a ciência atual do sistema e só é possível ativá-lo quando as orbitas de Parum, Neudaiz e Moatoob estão equidistantes entre si, em um evento raro conhecido como ponto de unificação (unification point). Isto tudo não parece familiar?
Assim como o sistema de confinamento e o ponto de unificação serviu para selar a invasão SEED, A Grande Luz selou a Escuridão Profunda. Uma criação artificial para evitar que um mal invada o sistema, utilizando três planetas como lacre. Uma coincidência ou há algo além disto?

As batalhas finais de Phantasy Star Universe e Phantasy Star Portable ocorrem em um satélite artificial que orbita nos limites do sistema Gurhal.
Existe um grande selo, similar ao visto em Ragol, no chão onde os personagens ficam durante o combate. Ao fundo é possível ver os selos dos outros planetas formando o vórtex central. É uma mostra bem clara de um selo similar ao que aparece em Algol, mas não foi mostrado desta forma nos jogos antigos.



A Civilização Antiga, Rykros e Ragol

No recente Phantasy Star Portable 2 há uma nota de glossário muito interessante sobre Rykros:

“O lugar da última batalha da SEED Crisis (Crise SEED) três anos atrás. Chamado “o planeta sombrio”, era a origem da praga SEED.
Originalmente construído pelos Antigos como uma fortaleza espacial e a maior arma contra os SEED, foi corrompido por Dark Falz e se tornou um ninho que produzia ondas sem fim de SEED.
Os sistemas de quatro confinamento (four confinement systems) foi ativado durante o Ponto de Unificação três anos atrás selando Rykros junto com Dark Falz.”

Em Phantasy Star Portable a vilã do jogo, Helga, tem como plano libertar Dark Falz que está aprisionado dentro de Rykros. Este nome pode ser muito familiar aos antigos, especialmente para os fãs de Phantasy Star IV. Nas palavras de Le Roof, o guardião do Rykros de Algol:

“(...)Uma vez a cada mil anos, o seu poder [do selo que previne Dark Falz de escapar] iria enfraquecer dramasticamente. Como um aviso deste fenomeno a Grande Luz criou Rykros, que retorna a Algo uma vez a cada mil anos, e eu mesmo, Le Roof. (...)
A Grande Luz sabia que, através das gerações, os Protetores [do sistema] poderiam esquecer sua missão. Então Rykros foi projetado para quebrar o seu silencio quando os ultimos momentos do selo chegar... para lembrar os Protetores da missão que eles nasceram para fazer.(...)
Através dos tempos a Escuridão Profunda tem fervilhado com animosidade e necessidade de vingança. E uma vez a cada mil anos, quando a força do selo enfraquece, a parte mais intensa do espirito cheio de ódio da Escuridão Profunda é capaz de quebrar o portal e vir para Algo em forma fisica.”


Pode ser que o sistema de Gurhal não seja Algol, mas está bem claro de onde o povo antigo buscou inspiração para deter Dark Falz, e é bem capaz de eles saberem o que era. Por mais que o Phantasy Star Portable 2 tenha revelado muito sobre os Antigos (Ancients, como eles se denominam no jogo), apenas falam do decline da raça graças a este ataque de Dark Falz e dos SEED. A civilização inteira foi destruída e os três planetas foram quase completamente contaminados. Em um ato desesperado eles conseguiram realizar o selamento de Dark Falz e prende-lo em Rykros, mas foram extintos apesar de todos os esforços, não antes de criar uma nova raça de humanos e purificar o sistema. Depois disto, os novos humanos criaram os Newman, os Casts e a nova raça da saga PSU, os Beasts.

Os humanos de Gurhal aproveitaram muitos dados que conseguiram decifrar dos Antigos, principalmente a tecnologia, o que explica que muitas armas e itens como monomates e dimates terem o mesmo nome e as mesmas propriedades que os jogos mais antigos. Até mesmo a moeda continua a mesma. Como explicar que a raça de Newmans e Numans sejam idênticas e tão parecidas até mesmo no nome? Ou ainda os Casts mais humanoides terem um design tão próximo dos androides antigos?

Há uma prova em Phantasy Star Portable 2 que poderia quase passar desapercebida ou até mesmo por uma “homenagem”. Durante o “Universo 6” (Capítulo 6 na realidade) o grupo está esperando o resultado de certas negociações políticas e por ordens superiores o protagonista (que é um personagem criado pelo jogador, como em Ambition of the Illuminus em diante) e os outros membros tem que testar um programa de Realidade Virtual (VR) com dados coletados em Rykros antes de ser selado.

Ao caminhar pelo cenário, há uma leve sensação de deja vu para certos jogadores, e não demora muito para notar: é uma re-criação baseada na primeira area de Phantasy Star Online, a Forest (Floresta). Não é uma re-criação fiel, pode ser que os dados estivessem corrompidos ou o sistema foi mudado para testar as habilidades dos usuários, mas várias areas são facilmente reconhecíveis e todos os inimigos encontrados lá estão presentes, com a exceção de Rappies, que são inimigos raros mas há duas variantes que estão na simulação: Rappy Polec (variante de elemento Luz) e Sand Rappy (novo tipo de inimigo, tem uma broca no lugar do bico). O único inimigo que está completamente ausente é o Hidebear.



Logo no começo da simulação e nas areas ao redor dá para ver a Pioneer 2 a distancia no céu e o Domo Central (Central Dome) como em Phantasy Star Online





Na segunda parte do capitulo, uma nova surpresa: é a re-criação da segunda area do jogo, as Caves (Cavernas), com os mesmos inimigos que existiam no Phantasy Star Online, e várias armadilhas também estão de volta. Já o chefe da area das Cavernas mudou:



Sim, é o dragão, o primeiro chefe de Phantasy Star Online, presente na Floresta dentro do Central Dome.



A textura mudou um pouco (afinal, foram nove anos de diferença), mas o modelo, os padrões, o local, tudo é idêntico, até mesmo o fato de quem estiver embaixo dele quando ele cair para morrer tomar dano.

Com uma re-criação tão fiel é capaz que estes habitantes antigos de Gurhal não tinham apenas conhecimento sobre Rykros, mas também sobre Ragol. Mas não foi apenas isto que Gurhal “herdou”.

Dark Falz retorna em ciclos de mil em mil anos, como Le Roof fez questão de frisar durante o Phantasy Star IV e os sacerdotes em Phantasy Star II. É possível que algum tempo depois de Phantasy Star IV, ou as naves-colonias que escaparam de Parma tenham povoado outros planetas, levando consigo conhecimento sobre Dark Falz e Rykros (mais provável que tenha sido depois de Phantasy Star IV, uma vez que na época de Phantasy Star II e III não tinham informações sobre o quarto planeta além de lendas muito vagas, desconhecidas para a maioria da população) e um destes povos foi Coral.



Como explicado na parte anterior, Coral acabou com os próprios recursos e houve um êxodo para povoar novos planetas, o que levou a população para Ragol. Descobriram a informação levantada no texto anterior e isto foi arquivado. Mas pode ser que tenha acontecido o inverso: os ex-habitantes de Coral e de Ragol foram investigar os dados conseguidos nas ruínas em Ragol e acabaram descobrindo sobre Algol.
A ordem não é importante, mas sim o fato que a civilização antiga de Gurhal conseguiu acesso a ambas informações. Eles possuíam tecnologia de viagem inter-estelar em forma mais experimental, com distorção de espaço, então não é improvável que ou eles descenderam de um dos dois povos ou de ambos, ou pelo menos tiveram alguma espécie de contato para ter estes dados. E conseguiu purgar a invasão SEED e evitar que Dark Falz escapasse. A civilização caiu, outra surgiu e anos se passaram, ficaram pelo menos cinco séculos em guerra entre si, mais outro século de paz, somando 600 anos. Não há informação in-game sobre o período da queda e renascimento, mas levando em conta o ciclo milenar não é difícil chegar a conclusão que foram pelo menos uns 4 séculos de esquecimento e perda destes dados tão importantes das investidas anteriores.

A própria população atual de Gurhal está acabando com os recursos naturais dos seus três planetas, e já começaram a fazerem pesquisas para uma possível imigração para outros planetas. E o ciclo mais uma vez se repete.

No futuro, tratarei sobre Bio-Monstros, Coral e como vários destes elementos se relacionam entre si. Mas enquanto não lançarem a versão americana de Phantasy Star Portable 2 Infinity e Phantasy Star Online 2, ainda teremos mais dúvidas..

Postar um comentário

5 Comentários

  1. ah, está falando do Phantasy Star Online? esse ainda não joguei. mas dizem que é bom, mas os fãs puristas não o curtem

    ResponderExcluir
  2. Estou com uma vontade enorme de ler este artigo, sou grande fã de Phantasy Star, tenho cá os PSU/Ambition/Portable 1, mas ainda não tive muito tempo de lhes pegar a fundo, pelo que não queria muito ver grandes spoilers xD

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O próximo q eu estou montando é um pouco mais seguro de ler, fala mais das experiencias e vai ser mais focado em PSOnline. Mas vai ter uma parte do AotI q vai ser citado :/

      Excluir
  3. Finalmente terminei todos os PS(U/P) excepto o Infinity e pude ler este teu artigo. De facto há muitas coincidências, mesmo quando se visita Rykros no AotI existem algumas partes que são flashbacks dos cenários de PSO, portanto as ligações entre as séries existem mesmo. E nunca tinha reparado na Pioneer 2 nas missões VR no PSP2, muito bom!

    ResponderExcluir
  4. Puta merda, parabéns! Trombei seu site sem querer quando indagava qual seria a melhor missão pra caçar Rappy Polelcs e seu texto é animal e em PT ainda por cima!

    ResponderExcluir