Review - Tatsunoko VS Capcom : Ultimate All Stars (Wii)



A Capcom sempre gostou de lançar jogo de Versus: Marvel vs Capcom, Capcom vs SNK, Marvel Super Heroes vs Street Fighter entre tantos outros. Apenas muitos anos depois da febre de jogo VS ela decidiu fazer o Tatsunoko VS Capcom: Cross Generation of Heroes.
Tatsunoko Productions é uma empresa de mangás e animes bem popular no Japão com títulos como Mach Go Go Go (Speed Racer por aqui), Gatchaman (G-Force ou Batalha dos Planetas), Casshan, Macross, Zillion, Video Girl Ai e Samurai Pizza Cats. Por serem títulos mais famosos no Japão do que fora e graças as várias licenças o plano inicial era não lançar este jogo fora do território nacional. Porém os fãs reclamaram tanto que a Capcom deu uma atualizada, corrigiu uns bugs, colocou personagens extras e lançou o Tatsunoko VS Capcom: Ultimate All Stars



A história

A história - se é que dá para dizer que existe - dá a entender que personagens de mundos diferentes vão parar numa espécie de mistura entre eles onde o chefe final de Ookami, chamado Yami, está para destruir o mundo ou coisa parecida. Não importa. É um jogo de VS da Capcom onde sempre tem universos se mesclando e algum grande vilão por trás de tudo. Não que faça alguma diferença.




O Jogo

São 27 personagens no total, com 13 jogáveis da Capcom e 13 da Tatsunoko, além do Yami (que tem três formas). O elenco da Tatsunoko tem vários personagens que marcaram época como Yatterman, Polimar, Tekkaman e os membros de Gatchaman. Alguns como Speedy Racer e Hakushon Daimao precisaram ficar de fora por causa do licenciamento ou por motivos que a produtora não informou a Capcom.


Do lado da Capcom além dos clássicos Ryu, Morrigan e Chun Li há vários aclamados pelos fãs como o Mega Man Volnutt do Legends, Zero, Frank West e Viewtful Joe. Também há umas escolhas de gosto duvidoso como a Saki (de um jogo obscuro de quizz para arcade) e um robô de Lost Planet: Extreme Condition. Aliás, o próprio Yami foi uma escolha pouco ortodoxa, mas acaba funcionando.


O sistema do jogo consiste em 3 botões de ataque com combinações entre si e com os direcionais com uma facilidade maior para conectar combos e super-combos em sequencias para todos os gostos. Ao mesmo tempo que este sistema pode parecer simplificado demais a Capcom também incluiu recursos como Team Hyper Combos, Breaks e Baroque. Mas ao mesmo tempo tem menos exageros e é bem mais equilibrado do que Marvel vs Capcom 2 por exemplo.



Existem também as "Universal Techniques", ataques especiais que são comandos mais complexos e normalmente únicos para cada personagem. O dano deles varia de acordo com a barra de especial utilizada e são versões mais fortes de Hyper Combos ou de Team Hyper Combos. Há também o Mega Crash que cria uma barreira temporária que repele os oponentes similar ao stress em Matrimelee mas que gasta um pouco da barra.




O jogo é em Tag Team com dois jogadores para cada lado, exceto com Gold Lightan e PTX-40A que são dois personagens gigantes e só participam solo.
Nesta versão existe o modo online, que atualmente está cada vez mais indispensável.
Varios elementos como o sistema de combo simplificado e alguns personagens da Capcom foram adaptados e reutilizados em Marvel VS Capcom 3, mas para a tristeza dos fãs alguns dos personagens com grande apoio dos jogadores não apareceram no título. Haviam boatos que queriam adicionar DLC para incluir o Phoenix Wright e a Franziska von Karma mas a ideia foi barrada pela Nintendo.

Gráfico

Tatsunoko vs Capcom é um típico jogo de VS da companhia: modelos muito bem caracterizados com várias partículas brilhantes atravessando a tela a todo momento. Os efeitos de luz em cada um dos projeteis são sempre um espetáculo a parte e as expressões faciais que acompanham os golpes são bem exagerados.



Os cenários sempre tem várias coisas acontecendo. No cenário do Gesellshaft os servbots correm o tempo todo e interagem observando a luta. O castelo da Morrigan é elegante, cheio de elementos e tem um telão mostrando a luta e o Willamette Parkview Mall está sempre cheio de zumbis e elementos moveis ao fundo. Les Vagas é uma paisagem urbana que o neon domina a cena enquanto em um outro há uma belíssima arvore de cerejeira em flor. A Capcom fez bom uso dos recursos gráficos do Wii, que são bem mais modestos do que os outros consoles desta geração.




Um dos grandes "sacrifícios" desta versão foi que os vídeos de final foram removidos e substituídos por artworks da Udon, que tem uma parceria já faz um bom tempo com a Capcom e produziu os novos sprites da versão HD de Street Fighter II, os designs de Street Fighter IV e fez várias comics para a empresa. Difícil dizer se foi uma grande perda ou não. O jogo também ganhou uma abertura e menus novos, melhoramentos da versão anterior.



Som

A Capcom sempre fez trilhas sonoras ótimas, e desta vez não foi diferente. As músicas do Tatsunoko vs Capcom original foram remixadas e várias delas ganharam versões traduzidas para inglês como o tema da Roll (que é o mesmo de Marvel VS Capcom). As vozes foram regravadas e estão ainda melhores do que da versão Cross Generation. Enfim, mais um trabalho impecável.

Conclusão

Tatsunoko vs Capcom foi uma grande experimentação em vários pontos. O sistema de combo simplificado serviu de base para o esperado Marvel vs Capcom 3 e personagens como Viewtiful Joe e Zero também fizeram a imigração com sucesso. Também testou a capacidade do Wii como plataforma para jogos de luta em 3D com uma boa aceitação. Infelizmente por ser estruturado para o Wiimote e o hardware do sistema as chances de converter o TvC para outros consoles são nulas.
É um jogo bastante divertido, mas com poucos extras. Como muitos personagens são obscuros para o pessoal do ocidente, especialmente os mais novos a familiaridade com os personagens da Tatsunoko pode variar. Por outro lado cada um deles foi cuidadosamente projetado e são bem divertido de usar. Quem gosta de jogos de luta não vai se arrepender de pelo menos testar este título.


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