Review - Shin Megami Tensei : Devil Survivor (DS)

Devil Survivor é o primeiro título da série Megaten para o DS e foi muito bem recebido na época. Este ano lançaram uma versão para o 3DS chamada Shin Megami Tensei: Devil Survivor Overclocked. No Japão ele foi lançado na linha "Megami Ibunroku" assim como o primeiro Persona para o PS1, indicando ainda mais sua natureza de experimentação.

A história

Tudo acontece em Tokyo nos dias de hoje. O protagonista, um jovem de 17 anos, se encontra com seus amigos e ganham uns aparelhos eletrônicos chamados de COMPS, modificados pelo primo do principal. Enquanto eles estão se divertindo, acontece uma invasão de demonios e uma boa parte da cidade é colocada em quarentena sem acesso a eletricidade, comunicação ou até mesmo comida. A situação vai ficando cada vez mais grave com demonios atacando e as pessoas ali dentro começam a ficar violentas. Por sorte o grupo descobre que os COMPs deles foram modificados para invocar demonios para ajuda-los nas batalhas. O protagonista também descobre ter uma habilidade misteriosa de ver um "contador" perto das pessoas, indicando em quantos dias aquele indivíduo irá morrer.
Existe uma grande variedade de personagens recrutáveis, são 12 ao todo e alguns só entram para o seu grupo sob certas condições.

Neste jogo como é comum em Shin Megami Tensei existem três alinhamentos: Law (lutar ao lado dos anjos), Neutral (em favor dos humanos) e Chaos (aliando-se aos demonios). Há uma grande variedade de dialogos com opções e a grande maioria afeta o alinhamento e qual final o protagonista vai fazer. São 6 finais ao todo e há a opção de New Game + para manter os demonios, skills e um chefe secreto é liberado.
O enredo segue alguns conceitos básicos introduzidos no livro que deu origem a série (computadores para invocar demonios) e a idéia de Tokyo ser bloqueada existe desde Shin Megami Tensei original do SNES. A maneira como tudo isto é tratado é única. Os membros do seu grupo e os NPCs em geral são bastante ricos em termos de motivações e personalidade.

Apesar de ser bem complexo em termos de história é um jogo curto de certo modo. São sete dias in-game (8 na versão Overclocked) com vários chefes e metas a se comprir, mas com o New Game + e as várias rotas há muito que se fazer.

O jogo

Ao contrário dos jogos da série, este é um Tactical RPG no estilo Final Fantasy Tactics Advance/A2. Existe um mapa de Tokyo com hotspots para o grupo se locomover. As ações com relógio do lado consomem um bloco de tempo e isso pode levar a dialogos importantes, informações extras ou batalhas. Existem certos eventos que só acontecem certas horas do dia e podem ser essenciais para algumas rotas.

Durante as batalhas os personagens humanos são acompanhados por dois demonios cada um. Cada turno o personagem pode mover um certo numero de paineis e todos os membros do grupo pode realizar uma ação individual. Ao entrar em contato com o inimigo, a tela muda para um estilo mais clássico da série com visão em primeira pessoa e cada um dos três personagens pode realizar uma ação.

Uma das novidades é que os líderes podem aprender novas habilidades usando o Skill Crack. Ao enfrentar um inimigo o personagem tem que escolher qual irá aprender e basta derrotar o demonio com tal membro escolhido. As Free Battles e os combates contra chefes são ótimas oportunidades para praticar isto e é carregado no New Game +.

A parte clássica de fusão está de volta, mas desta vez para "capturar" novos demonios o jogador tem que participar de um leilão e comprar, com sistema de ranking e tudo o mais.
Uma das piores partes neste jogo (e em vários jogos) é que nas missões de escolta ou de salvar alguém a inteligencia artificial não é muito boa. É irritante ver um membro convidado que tem que ficar vivo fazendo ataques kamikaze, mas nada que atrapalhe a longo prazo.

Gráfico

O design dos personagens foi feito por Suzuhito Yasuda, responsável por Durarara!! e Yozakura Quartet, o que separa ainda mais da série tradicional. Nos mapas os sprites são pequenos e bem detalhados como é tradicional do genero TRPG, mas são mais animados do que na maior parte dos casos.
Durante as lutas os sprites dos demonios foram re-aproveitados dos artworks originais em sua maioria, algo que não é uma surpresa.

Os cenários são urbanos como não podia deixar de ser, em gráficos pré-renderizados cheios de detalhes. Há um bom toque de caos em vários deles e costumam ser bem grandes.

Som

Não há vozes neste jogo e a trilha é formado por uma espécie "tecno-rock" bem agradável com um toque de J-Pop. Não é enjoativa, e isso é bem importante em um jogo do gênero.

Conclusão

É um jogo de TRPG para quem gosta do gênero e sente um pouco de falta do Final Fantasy Tactics Advance do GBA original. Fãs de Megaten também podem se interessar por ser uma variação interessante das mecânicas e do estilo já consagrado da série.
A história é excelente com muitas referencias mitológicas e uma quantidade enorme de dialogo. O combate é bem sólido e sempre dá para fazer mais coisa. Mas para quem não gosta de TRPGs ou prefere uma história mais simples não vai fazer tanta diferença.